A arte de fazer

Paulo Angelim fala da arte de executar ?Não sei falar inglês nem espanhol, não tenho curso superior, não sei ?puxar saco? de gerente, diretor, etc. Não gosto de usar paletó e gravata, nunca dei ?bola? para comprador e sei ligar e desligar um micro. Tenho 44 anos, fumo, gosto de jogar e assistir ao futebol, só leio jornal, sou separado (com dois filhos, as coisas mais lindas do mundo), possuo apartamento, veículo, telefone fixo e celular próprios. Trabalhei os últimos sete anos em uma empresa multinacional vendendo farinha de trigo, gordura hidrogenada, lecitinas, proteínas isoladas e texturizadas, gritz e derivados de milho, tendo sólidos conhecimentos na área. Atendia às maiores indústrias de massas e biscoitos do PR, SC e sul de SP, chegando a vender mais de US$1 milhão (isso mesmo, dólares) por mês. Se sua empresa tem produtos de qualidade, boa logística, condições de me oferecer um salário superior a R$2 mil + prêmios e despesas, queira, por favor, marcar uma entrevista através do telefone: (41) 3296-3341. Obs.: as companhias que não atenderem aos requisitos básicos, não percam seu tempo nem o meu. Grato?.

Você contrataria esse profissional?

Em 2001, estive em Curitiba, para ministrar a palestra Compromisso com o Crescimento Pessoal ? Fazendo a diferença, no 2º Encontro Paranaense de Vendas, promovido pela Editora Quantum, que publica esta revista. Graças ao bom Deus, foi um sucesso. Tive a honra de compartilhar o palco com feras como nosso inesquecível Eduardo Botelho, Sérgio Almeida e o casal Ione Prado e Alberto Centurião.

Em um determinado momento de minha palestra, apresentei à platéia o vendedor Wellington, autor do anúncio acima. Aplauso geral, e explico o porquê. Não posso imaginar qual foi sua reação sobre o anúncio que você leu, mas o fato incontestável é que esse profissional de vendas recebeu, na época, mais de 700 telefonemas e 25 propostas de trabalho, ou seja, ele estava escolhendo onde queria trabalhar. E como explicar esse fenômeno diante das várias deficiências no currículo dele? Não temo em afirmar que a capacidade de fazer e de realizar desse profissional (vendas acima de US$1 milhão) foi o atributo que mais chamou atenção das empresas que o contataram.

Não estou dizendo que a reciclagem e aprendizado contínuo não sejam necessários, principalmente num mundo que muda tão rápido e exige muito de cada um de nós. É lógico que um currículo repleto de cursos, diplomas, seminários e MBAs impressiona, mas nada chama mais atenção de uma empresa que a capacidade que o profissional tem de aplicar o conhecimento acumulado, ou seja, transformar o potencial em real, o sonho em realidade e a intenção no fato.

Fale menos, faça mais ? Defendo o conceito de que não estão faltando colaboradores com iniciativa nas empresas de hoje. Eles existem, mas o que realmente falta é gente com ?finalizativa?. Não é à toa que, quando surge um profissional como o Wellington, avesso à teoria e afeito à prática, as organizações reagem tão positivamente (700 ligações). E agora, como ficamos? A teoria não tem qualquer valor? Claro que possui! No entanto, teoria sem prática é amadorismo. Prática sem teoria é temeridade. Minha sugestão é que você faça os dois: desenvolva o aprendizado contínuo e a capacidade de realização, de aplicação do que sabe. Vá lá, realize e faça a grande diferença. Pare com essa história de ?eu sei, eu sei?. Vá e mostre o que você sabe!

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