A Corrida

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Na TV, uma entrevista com os nossos corredores que foram medalha de prata Olímpica no revezamento, nas Olimpíadas de Sidney em 2000:  Claudinei Quirino, André Domingos, Edson Luciano e Vicente Lenilson. Lá pelas tantas, vem a história. Em Presidente Prudente, onde treinavam, um ladrão pulou o muro do quintal para roubar umas roupas que estavam no varal. Foi surpreendido e os atletas saíram correndo atrás do bandido.

O ladrão, apavorado com aqueles sujeitos fortões, pulou o muro e correu pela rua, com os nossos atletas atrás. E escapou…

– “Pô, o cara era muito rápido” disse um dos corredores!

É mole? O ladrão correu mais que os medalhistas de prata!

Isso me remete à questão da motivação como o diferencial competitivo. Bote a polícia atrás do cara para ver se ele não corre. Adicione adrenalina, uma pitada de medo… E você terá milagres.

Raríssimas pessoas conseguem performar fora da média num ambiente de segurança e tranquilidade. É na fronteira do perigo que está a motivação para superar suas limitações. Foi isso que fez o ladrão ganhar a corrida.

Na vida da gente é assim também: somos capazes de milagres quando parece que nada mais vai dar certo e que o desastre é iminente. Vejam só como é nosso Brasil: estamos sempre à beira do abismo e, na hora H, surge um jeito, uma saída, e aquilo que era para ser um terror acomoda-se e a gente continua. Será sorte? Ou será a solução que surge da necessidade, da adrenalina?

Não sei como é com você, mas comigo, quando bate aquele friozinho no estômago, sei que estou no caminho certo. O friozinho é um alerta de perigo, é meu corpo avisando que passei das medidas, cheguei na área de risco, pode acontecer algo que minha mente diz que não será agradável. Perigo!

Pois é aí que moram as oportunidades. Quando assumimos uma situação de risco, sabendo disso, nossos sentidos estão em alerta. A respiração fica ofegante, o sangue circula mais rápido, nos preparamos para algo que poderá ser ruim. Esse estado de alerta paralisa algumas pessoas, mas aqueles que conhecem o processo e sabem utilizá-lo a seu favor, tiram dali a energia para as arrancadas em direção ao sucesso. Se o enfrentamento do risco der certo, seremos lembrados pelo feito espetacular, incomum, criativo, corajoso.

Mas para isso é necessário pensar, julgar, entender até onde dá para arriscar e avaliar se o benefício vai valer a pena.

Mas afinal, dá pra evitar correr riscos?

Claro que sim.

Faça nada. Diga nada. Seja ninguém.

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