Admirável mundo novo

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A humanidade progride por meio de saltos evolutivos. Alvin Toffler, em seu livro A terceira onda, definiu esses saltos como ondas de mudanças. Na verdade, três grandes “ondas evolutivas”. Até agora, já enfrentamos, e suportamos, duas delas. Cada uma, como diz o autor, “obliterando extensamente culturas ou civilizações e substituindo-as por modos de vida inconcebíveis para os que vieram antes”.

A Primeira Onda foi a revolução da agricultura. Iniciou-se há cerca de dez mil anos. Ao dominarmos o solo e seu cultivo, mudamos a forma de viver. É durante esse período de tempo que vemos as primeiras cidades – na verdade, vilarejos – surgirem, e também formas mais elaboradas de trocar bens e serviços. É nessa época que surgem as primeiras feiras.

A Segunda Onda foi a revolução industrial, iniciada há cerca de trezentos anos, na Inglaterra. Ainda vivemos, por assim dizer, sua ressaca. Nela, iniciou-se a produção em grande escala. Como consequência, a necessidade de acelerar as trocas de bens e serviços também atingiu escalas muito maiores. É no final desse período que o marketing, um “facilitador” de trocas, se destaca como ferramenta fundamental para o escoamento da produção industrial.

A Terceira Onda é a que vivemos atualmente. É também conhecida como Era do Conhecimento e da Informação. Ela desafia as velhas relações de poder: terra e capital financeiro. Quebra barreiras e provoca rupturas violentíssimas. A Terceira Onda é altamente tecnológica. Inova os métodos de produção, democratiza a informação e o conhecimento, aproxima continentes e nações, descobre novas formas de energia, afeta culturas e sociedades.

Das rupturas que ela provoca, interessa-nos destacar uma: a tecnológica. A tecnologia avança a uma velocidade quase exponencial. O telefone tardou 75 anos para atingir 50 milhões de usuários; o rádio, 38 anos; a televisão, 13 anos; o computador, 16 anos; a internet (início da era da conectividade), apenas 4 anos. A velocidade veio para ficar. A simples existência da tecnologia não muda de imediato a forma pela qual as pessoas atendem às suas necessidades e desejos. Ela é apenas facilitadora desse processo, um meio. E causou o que podemos classificar como “Informação Assimétrica”. Segundo o Aurélio, esse é um fenômeno que ocorre quando dois ou mais agentes econômicos estabelecem entre si uma transação econômica com uma das partes envolvidas, detendo por tal meio informações qualitativa e/ou quantitativamente superiores aos da outra parte.

Esse desequilíbrio sempre existiu na área comercial, mas sempre foi favorável às empresas, a quem vendia. Isso inverteu-se. Por exemplo, uma cena já muito comum: uma loja expõe um produto com o preço anunciado. O consumidor fotografa através da câmera de seu dispositivo móvel, consulta a Web se existe algum outro estabelecimento ofertando o mesmo produto a um preço mais em conta. Segundo pesquisa divulgada nos Estados Unidos, pela IBM, durante a National Retail Federation (Associação Americana de Varejo) 48% dos usuários de smartphones já fazem essa pesquisa. Os avanços da tecnologia da informação, com seus aplicativos (Apps), dispositivos móveis e a internet, permitiram essa inversão mercadológica.

A seguir, alguns exemplos de empresas que já entenderam esse novo mundo:

  • Starbucks – Um aplicativo da empresa permite ao cliente encontrar a loja mais próxima, escolher a bebida que deseja e pagar por ela. A ferramenta calcula em quanto tempo o cliente chegará à loja e, assim, prepara o produto no tempo exato.
  • Groupon – Um aplicativo do site possibilita seus clientes pegos de surpresa por uma chuva, por exemplo, localizar uma loja que vende guarda-chuvas, comprá-lo com seu cartão de crédito, se cadastrado no aplicativo, e assim que ele entra no estabelecimento, o vendedor é avisado para esperá-lo com o produto.
  • Apple – A empresa lançou uma tecnologia chamada iBeacon. Ela permite envio de informações sobre produtos à medida que um cliente se aproxima deles dentro de uma loja. O sistema usa sensores e a conexão Bluetooth do celular para se comunicar com o cliente. A rede varejista Macy’s está testando essa tecnologia.
  • Adidas – Na Finlândia, quem vai a uma loja da empresa não precisa se preocupar com o horário. Depois da loja fechada, uma vitrine eletrônica exibe os produtos em imagens 3D e permite que sejam comprados tirando-se uma foto pelo celular.
  • Netshoes – A empresa criou um aplicativo que permite a um cliente fotografar com o celular um tênis que ele viu (e gostou) e enviar a imagem para uma loja da Netshoes. O cliente receberá em seu smartphone o modelo desejado e todas as informações para a realização da compra.

O que você e sua empresa têm feito para agregar valor para seu cliente?

Anderson: Logos das empresas citadas

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