AlmoƧo sem gelo

Sempre Ć© tempo de corrigir erros bĆ”sicos e evitar a brevidade do ciclo de vida do produto e da empresa. Os estudiosos de administraĆ§Ć£o, marketing, propaganda e vendas sempre conseguem explicar de forma muito didĆ”tica o ciclo de vida dos produtos. Ɖ uma explicaĆ§Ć£o que Ć s vezes nos deixa nostĆ”lgicos, se lembrarmos “daqueles tempos idos”, como diziam os versos que Alcides Gerardi cantava. Pois naqueles tempos assistĆ­amos a propaganda de Sabonete Eucalol, Talco Cinta Azul, Kelvinator, Frigidaire, Radiola Phillips, Fratelli Vita, produtos que deram lugar a outros pelas mais variados motivos ? da evoluĆ§Ć£o tecnolĆ³gica Ć s negociaƧƵes empresariais.

Essa reflexĆ£o vem por conta de situaƧƵes que vivemos vez por outra e nos chamam atenĆ§Ć£o. NĆ£o faz muito tempo que um grande terreno virou um shopping. Foi uma obra realizada com rapidez surpreendente e as lojas inauguradas com todas as pompas, para servir melhor Ć  sua exigente clientela. Tudo novo, arrumado e um movimento razoĆ”vel, com certeza. Mas nĆ£o precisou passar muitos anos e a qualidade encontrada no comeƧo parece desaparecer.

Para ganhar tempo e resolver melhor as tarefas da rua, decidimos almoƧar naquele local, onde um self-service de alta qualidade sempre nos atraĆ­a. Era tudo impecĆ”vel, ao ponto de algumas vezes convidarmos amigos e parentes para almoƧarmos juntos naquele local. Foram dias em que a freqĆ¼ĆŖncia ao local tornou-se prazerosa. Mas dessa vez nĆ£o foi bem assim.

AlmoƧamos, mas com uma certa tristeza, ao observarmos alguns detalhes que vĆ£o do descaso ao desrespeito ao cliente. A comida, que antes era conservada nas melhores temperaturas, estava de morna para fria, no horĆ”rio de maior movimento. A nutricionista que sempre circulava entre os outros funcionĆ”rios nĆ£o apareceu. E o que nos chamou mais atenĆ§Ć£o. Fazer aquele copo com refrigerante, limĆ£o e gelo ? impossĆ­vel. NĆ£o tinha gelo e o caixa “informou” que fazia uma semana que o gelo estava em falta. E olhe que era vĆ©spera de Natal.

NĆ£o deve ser sem razĆ£o, que diante da nossa mesa a paisagem era o tapume de um ponto comercial onde funcionou um cafĆ©. E por trĆ”s uma outra loja, tambĆ©m fechada. Parece difĆ­cil manter uma clientela num ambiente onde os detalhes essenciais ao serviƧo sĆ£o negligenciados. A clientela vai percebendo, sentindo a falta e finda se afastando, em busca do conforto e da qualidade dos quais se considera merecedora.

Existem situaƧƵes semelhantes onde o quadro Ć© revertido e a freqĆ¼ĆŖncia retomada com toda forƧa. PorĆ©m, hĆ” um ponto onde a recuperaĆ§Ć£o pode deixar de ser possĆ­vel, ou pelo menos sairĆ” muito mais cara, acarretando investimentos e despesas sacrificantes. Ɖ o preƧo a ser pago pelo descaso no trato com o negĆ³cio. Pois a marca faz muito pelo empreendimento, porĆ©m nĆ£o faz tudo.

Ainda Ć© tempo de corrigir esses errinhos e evitar a brevidade do ciclo de vida do estabelecimento:

  • a qualidade encontrada no comeƧo precisa reaparecer;
  • o cliente observa detalhes que representam descaso e desrespeito a ele;
  • a comida precisa ser conservada nas melhores temperaturas;
  • uma semana sem gelo no restaurante Ć© imperdoĆ”vel;
  • Ć© difĆ­cil manter uma clientela onde os detalhes essenciais sĆ£o negligenciados;
  • a clientela vai em busca do conforto e da qualidade que merece;
  • hĆ” um ponto onde a recuperaĆ§Ć£o pode deixar de ser possĆ­vel;
  • o preƧo a ser pago pelo descaso no trato com o negĆ³cio Ć© alta;
  • a marca faz muito pelo empreendimento, porĆ©m nĆ£o faz tudo.

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