As cigarras, as formigas e a realidade do mercado de vendas

cigarra formiga

Quem me conhece sabe da minha proximidade com o mundo das histórias. Gosto muito de me transportar para dentro delas, de conseguir vivê-las plenamente e de ter contato com seus personagens. Tudo isso me deixa tão próximo dos fatos que ouso fornecer informações inéditas (e importantes) sobre algumas das anedotas mais conhecidas do mundo…

Um exemplo disso é a história da cigarra e da formiga. Todos a conhecem, não? Atribuída a Esopo e recontada por La Fontaine, a fábula conta a história de uma cigarra que durante todo o verão cantou lindas músicas – e a paixão com que cantava fazia com que os esforços dos trabalhos do verão fossem amainados.

Enquanto isso, as formigas trabalhavam o tempo todo, dedicando-se a guardar alimentos e víveres para as estações mais frias.

Quando o inverno chegou, veio avassalador e forte. Desesperada e com fome, a cigarra foi bater na porta das amigas formigas para pedir alimento, mas foi escorraçada.

Expulsa e desolada, ela dirigiu-se à praça que já havia marcado como seu ponto de apresentação durante todo o verão, planejou e esperou o horário em que toda cidade se esquentava sob os poucos raios de sol, tirou sua flauta da bolsa e começou a encantar todos com belíssimas melodias.

Aos poucos – e conforme a cigarra já esperava –, a praça foi se enchendo de ouvintes, e as formigas formavam a maior parte desse público, pois não tinham tido tempo de apreciar as canções da cigarra no verão, já que estavam trabalhando.

A cada pausa no show, os aplausos tomavam conta do local. Surpreendentemente, em um dos intervalos, em um mágico momento silencioso, a artista que encantava os moradores daquela região se dirigiu ao público e apontou, sorridente, para a cartola que estava no meio da praça. Então, ela solicitou a todos:

— Os ingressos, por favor.

Em pouco tempo, a cartola vazia ficou cheia de moedinhas, para alegria da cigarra que já tinha como comprar comida para passar os próximos dias.

Mas esse não foi um evento isolado. Durante toda a estação mais fria do ano, a cigarra encantou a pequena cidade com seus shows semanais, fazendo com que todos deixassem de ter uma estação soturna. E assim, conseguiu garantir seu lugar no mercado musical da região, gravando DVDs nos invernos seguintes e fazendo shows no verão por toda região. Alguns dizem até que comprou uma mansão ao lado de um roqueiro de fama mundial. Mas isso eu não posso confirmar para você. O que posso afirmar é que a cigarra potencializou suas principais habilidades e aprendeu, justamente com os opostos, a extrair de si mesma o seu “lado formiga”.

Muitas vezes, quando profissionais e líderes comerciais que nos procuram em busca de coaching e treinamento para seus funcionários que estão em fase de amadurecimento nos descrevem suas equipes, percebo claramente que a maioria delas está na mesma situação da cigarra quando o inverno chegou: elas buscam ajuda, mas não estão preparadas para entender que a solução sempre esteve mais próxima do que imaginavam.

Esses 30 anos de contato direto com inúmeras equipes comerciais nos capacitaram a entender que os profissionais que conseguem sobreviver ao inverno das vendas praticam, claramente, sete ações que os protegem e colocam na dianteira de seus concorrentes ou pares. Perceba que a maioria dos seniores em vendas têm atitudes baseadas nestes sete princípios:

  1. Aceitam as imperfeições do mundo e encaram-nas com energia positiva, não se prendendo às dificuldades do negativismo, e sim se focando nas oportunidades do positivismo.

  2. São apaixonados por si, pelo que fazem e por seus objetivos de vida, e defendem tudo isso como sua causa de viver.

  3. Plantam relacionamentos que os fazem crescer e os transformam em exemplos de apoio maduro para seguir adiante e aprender sempre.

  4. Utilizam suas principais habilidades em seus hobbies e nas horas de lazer, fazendo com que elas se potencializem na prática.

  5. Planificam suas atividades, transformando suas metas em desafios provocantes.

  6. Gostam de si mesmos ao ponto de não se enxergarem como vítimas, e sim como um dos atores do filme de suas vidas.

  7. Aceitam críticas, elogios e enaltecem de forma a celebrar seu próprio sucesso e o dos outros de forma franca e alegre.

Essas ações formam a base do indivíduo que chamamos de “profissionais cigarras”, pois planejam suas carreiras para todas as estações que virão. E você? É cigarra com jeito formiga? Ou formiga com jeito de cigarra? Pense nisso e bom inverno – ou seria bom verão?

Sucesso e boas vendas!


Claudio Diogo é especialista em vendas e consumo, autor do livro V.E.N.D.E.R. mais e melhor e um dos palestrantes de vendas mais requisitados do Brasil. Visite: www.tekoare.com.br
E-mail: [email protected]

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