Banho de loja na tela do computador

O que muda no e-commerce com a chegada da PayPal no Brasil?

Há pouco tempo, gerações passadas não imaginavam que um dia teriam em suas casas um aparelho de televisão. Menos ainda pensavam que outro aparelho, com tela parecida, seria o suficiente para fazer compras sem sequer precisar sair de casa.

Com o avanço da rede mundial de computadores, está cada vez mais em destaque comprar pela internet e, é claro, também vender, vender mais! O nível de crescimento das classes A e B no Brasil nos últimos anos e o aumento das opções de compras e pagamentos via internet deu um verdadeiro boom à lucratividade no e-commerce.

Esse poder de compra do brasileiro despertou, no fim desta década, o interesse da americana PayPal. Fundada em dezembro de 1998, a empresa passou a pertencer ao grupo eBay Inc. em 2002. Líder global do segmento de pagamento on-line – são nada mais nada menos que 225 milhões de contas em todo o planeta, contidas em 190 países, nos quais são aceitos mais de 20 moedas. Isso faz com que o comércio on-line, em âmbito global, atinja diversidade de locais, idiomas e moedas utilizadas para o pagamento.

A PayPal é responsável por aproximadamente 40% do faturamento total da gigante norte-americana de e-commerce eBay. O lucro da companhia no segundo trimestre de 2010 foi de US$810 milhões, o que corresponde a 22% a mais em relação ao ano anterior e um volume de transações 28% maior. Para se ter uma ideia, a PayPal transacionou mais de US$2,64 em volume total de pagamentos por segundo, entre abril e junho de 2010, e o índice de perda da empresa ficou em apenas 0,17%.

Rapidez, facilidade e segurança são os itens cada vez mais exigidos pelos clientes do e-commerce, como explica o presidente da PayPal no Brasil, Mário Mello:“A segurança de dados ainda é um problema no Brasil. A PayPal trabalha com um sistema que visa combater as fraudes, o que facilita a compra e aumenta o faturamento entre 12% e 16%”.

Com experiência de 20 anos no mercado financeiro, ele assumiu a presidência da companhia em maio de 2009, após passar pela Boston Bank, Visa Internacional e  pelo Banco Real (atual Santander). Na PayPal, Mello destaca o “orgulho das pessoas em trabalhar na equipe”.

Entre as propostas de trabalho da PayPal está possibilitar o ingresso de pequenos comerciantes no comércio eletrônico.Segundo ele, o que viabiliza o crescimento desse setor no mercado mundial é a credibilidade que a empresa tem em muitos países. “Lá fora, 18% dos americanos só fazem compra via internet pela existência da PayPal. Na Inglaterra, esse índice sobe para 37%”, completa.

A credibilidade a que se refere Mello é alcançada por meio do leque de vantagens que o consumidor final pode ter com as transações: a rapidez para realizar o pagamento de forma instantânea com o cartão de débito ou crédito e a facilidade, que exige um só clique, sem necessidade de informações financeiras a cada compra. Item esse que se remete à segurança, uma vez que os dados do comprador não são fornecidos para os comerciantes, o que complementa a prevenção contra fraudes. O reconhecimento dos benefícios do serviço é traduzido por mais de 20 premiações que a empresa recebeu em seus pouco mais de 10 anos de vida.

Por ser um serviço moderno de negociações on-line e oferecer check-outs rápidos e taxas reduzidas para transações de menor valor, a PayPal trabalha com o serviço de micropagamentos, que permite a compra de itens de valores extremamente baixos, como músicas, jogos e artigos.

O número de internautas brasileiros, para Mello, foi motivador do recente investimento no País – são 17 milhões de usuários da internet em casa ou escritório e mais 50 milhões em cybercafés. E, desse montante, ao menos 2 milhões já são clientes da PayPal e realizam transações nacionais e internacionais.

 

E a minha empresa com isso?

A essa altura, talvez você esteja pensando em como adotar esse sistema no seu site. Vamos à resposta: no caso da PayPal, o empresário ou gestor pode realizar o cadastro de sua loja virtual pelo endereço: www.paypal.com.br, no qual terá uma série de informações e detalhes sobre o processo de implementação.

Quando aderir ao negócio, o site da empresa passa a ser uma forma de atendimento domiciliar, com a aceitação de várias bandeiras de cartões de crédito e débito – comodidade para o cliente e ganhos para o vendedor. Com um serviço de autoatendimento, o site do comerciante terá o botão com o link da PayPal, por meio do qual o comprador poderá efetuar a aquisição de qualquer produto.

Para contar com esse serviço, as únicas taxas ficam a cargo do desconto de 5,4% a 6,4%, o que depende do valor da transação, e mais R$0,60 de impostos. A segurança e a comodidade têm feito com que muitos investidores aumentem seus rendimentos com as possibilidades do serviço.

 

DinheiroMail

A PayPal não foi a primeira empresa de micropagamentos a atuar no Brasil. Desde 2008, a também norte-americana DinheiroMail está presente no País. Entre as plataformas de pagamentos on-line, é a única que tem entre seus investidores um órgão do Banco Mundial. A DinheiroMail trabalha com o serviço de  carrinho de compras, pagamentos por e-mail, botão de compras e venda direta, por meio da utilização da plataforma de 0800. A empresa conta com 2 milhões de usuários e 20 mil vendedores cadastrados em seu sistema.

Marcos Bueno, presidente da empresa desde a instalação nacional, fala sobre os índices atingidos e os conceitos a serem aplicados: “Temos a meta de alcançar o nível das demais empresas de venda. Em 2010, por meio de 3 milhões de usuários, houve um índice de transação superior a US$2,5 milhões. Na América Latina, temos mais de 30 mil vendedores na plataforma da DinheiroMail”.

Para ele, a vinda da PayPal para o Brasil tende a fortalecer o mercado. Desde 2004 na América Latina, o ideal da DinheiroMail é também pensar em soluções para pequenos e microempreendedores. Na linha de micropagamentos, ela negocia principalmente games, em geral integrantes de redes sociais como o Facebook.

O sistema de ingresso na DinheiroMail é similar ao da PayPal e também realizado por meio do portal na internet. No endereço www.dinheiromail.com, a pessoa preenche os dados solicitados e, em seguida, envia a documentação necessária para a validação da conta como vendedor profissional.

O passo seguinte é o acesso à página DinheiroTools. Nela, é realizada a escolha das ferramentas que mais se adéquam ao e-commerce, tal como o carrinho de compras ou o botão de compras. O investidor se favorece pela garantia de recebimento instantâneo, considerado uma grande vantagem competitiva, pois permite manter o fluxo de caixa sempre em alta.

Não há cobrança de mensalidades ou por ingresso no sistema. As tarifas para o vendedor são porcentuais e acontecem no momento em que ocorre o pagamento. O valor mínimo cobrado por transação é de R$1,00 e o custo operacional dela é de R$0,50. Para transferir quantias da conta gráfica da DinheiroMail para a conta corrente, a taxa é de R$3,00.

Bueno cita que a empresa trabalha com desenvolvedores próprios e parcerias, como a realizada com o classificado OLX, no qual é possível fazer o anúncio e negociar a venda por meio do sistema DinheiroMail. Os planos de médio a longo prazo da companhia são gerar micropagamentos para a linha mobile, criando interface para iPhone, smartphone e BlackBerry.

 

MoIP

Outra empresa do ramo que merece destaque entre as atuantes no País é a MoIP. Seu surgimento ocorreu a partir de um projeto de incubadora na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e, posteriormente, recebeu investimentos do IG e do Ideiasnet, a partir de março de 2009.

Com a consolidação da MoIP e seu crescimento, a central mudou de Belo Horizonte para São Paulo. Igor Senra, presidente da companhia 100% nacional, conta qual é o perfil do consumidor dos serviços da MoIP: “O cliente procura integração, aumento de credibilidade e gestão de risco. Os comerciantes que possuem lojas de rua, físicas, querem ampliar seus negócios para a internet, expandir em sites a exposição de suas mercadorias e conquistar mais vendas. Os pequenos sites nos procuram”. Para atuar com a MoIP, é preciso também efetuar o cadastro, nesse caso, na página: www.moip.com.br.

A lucratividade da MoIP corresponde ao volume de venda no cartão, que também pode ser identificada como a taxa que o vendedor paga, que varia entre 1,9% e 7,4%. A exemplo das demais empresas do ramo citadas nesta reportagem, existe na MoIP uma “integração que define fraudes em 300 variáveis, como endereço, cadastro e IP”, conclui Senra.

A empresa, em setembro de 2010, empregava 68 funcionários, com meta de chegar ao fim do ano com um quadro de 85 colaboradores. Segundo Senra, “com 15 mil transações diárias em média até o fim da temporada, a perspectiva é abocanhar 5% do mercado on-line nacional, o que deve render R$800 milhões no e-commerce”.

 

Concorrência

Todo esse quadro remete à conclusão de que a PayPal é, sem dúvida, bem-vinda ao mercado brazuca, mas vai encarar o fôlego de empreendimentos que crescem com relativa velocidade. Quem ganha com isso são os pequenos e médios comerciantes, que têm a chance de ampliar sua rotatividade comercial, e também os internautas compradores, com uma variedade maior de ofertas de preços. São esses, entre outros, os benefícios do pacote modernidade e tecnologia.
 

Na prática

O jornal Los Angeles Times passou, recentemente, a negociar seu conteúdo digital com o leitor por meio de micropagamentos. Essa alternativa foi criada a partir de uma ferramenta de busca que permite ao usuário encontrar reportagens e artigos publicados desde a década de 90 até os dias atuais.

Para efetuar a busca, o leitor não paga taxa alguma e tem acesso ao início da matéria. Se houver interesse, ele pode adquirir o conteúdo completo por US$1,50. Essa foi uma das maneiras encontradas para aumentar o faturamento dos jornais por meio de serviços na grande rede, sem se sustentar necessariamente em classificados ou provedores on-line.

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