Em 1929, o humorista Cornélio Pires fez anedotas próximas da sátira polÃtica. A que reproduzimos nesta edição satirizava a vida pública e até os sÃmbolos nacionais e foi apresentada em uma série radiofônica intitulada ?Cavando votos?. Cornélio fazia as duas vozes de um diálogo rápido entre dois caipiras sobre seus próprios conhecimentos botânicos. Em 1929, o humorista Cornélio Pires fez anedotas próximas da sátira polÃtica. A que reproduzimos nesta edição satirizava a vida pública e até os sÃmbolos nacionais e foi apresentada em uma série radiofônica intitulada ?Cavando votos?. Cornélio fazia as duas vozes de um diálogo rápido entre dois caipiras sobre seus próprios conhecimentos botânicos.
– Vancê que tem viaja muito, tem andado muito aqui pra roça?
– Tenho…
– Antão, cê deve cunhecê muitas qualidades de arvre.
– Conheço.
– Vancê cunhece aquel?uma que está ali perto da ponte?
– Conheço muito: é um ingazero.
– Ingazero nada. Aquela arvre aqui nóis chama de avre du guverno.
– Por quê?
– Vancê arrepare, ói, tem parasita inté no último gaio!
Veja esta sobre o estranhamento entre o ingênuo e o irônico de outro caipira frente às cores da bandeira nacional, quando coça a cabeça e reflete:
– Que qué dizê os sÃmbolo da nossa bandêra…? Purquê verde e amaréio? Capim e Mio? Inspirança e disespero?