Como ser decidido – GV n. 206

 


Na semana passada, fizemos um artigo sobre delegação de tarefas. E a verdade é que quando delegamos uma atividade de forma eficaz, nós, líderes, temos muito mais tempo para destinar a outras questões – geralmente menos urgentes, porém mais importantes.

 

Outra forma de encontrarmos tempo para dedicar a essas questões mais importantes é agilizar o processo de decisão. É comum termos de fazer escolhas, e nosso dia, desde a hora que acordamos, está repleto delas. Que roupa vestir, o que tomar no café da manhã, que caminho pegar para o trabalho, se colocamos gasolina no carro agora ou depois e se ligamos para o cliente que ficou de pensar na proposta ou prospectamos um novo, caso ele não feche.

 

A verdade é que praticamente tudo o que fazemos são decisões que tomamos. Decidimos muito, não é mesmo? E quanto tempo do nosso dia gastamos com isso? Muito também.

 

Agora, imagine se você gastasse cinco minutos com cada uma das decisões com as quais se depara em um dia, apenas pensando nas opções de escolha. Logicamente, 24 horas seriam pouco, não é mesmo? Por isso, nosso cérebro já está treinado para tomar algumas decisões muito rapidamente, tanto que não percebemos.

 

Mas isso acontece nas coisas com as quais já estamos acostumados a lidar. Quando nos deparamos com o novo ou algo diferente, tendemos a demorar na tomada de decisão pelo medo das possíveis conseqüências. E é aí que mora o perigo de o gerente demorar para escolher e, praticamente, perder todo o seu dia (ou mais de um).

 

Michael Armstrong, em seu livro Como Ser Um Gerente Melhor, da editora Laselva, afirma que bons gerentes decidem rápido. Independentemente do quão nova seja a situação, conseguem avaliá-la rapidamente e chegar a uma conclusão correta sobre o que deve ser feito a respeito dela.

 

Armstrong também cita no seu livro algumas frases ditas por Peter Drucker, o maior guru de gestão de todos os tempos: “Uma decisão é um julgamento. É uma escolha entre alternativas e, raramente, entre o certo e o errado. Na melhor das hipóteses, é uma opção entre o quase certo e o possivelmente errado, mas, na maior parte dos casos, é uma escolha entre dois cursos de ação, dos quais nenhum é provavelmente mais certo que outro”.

Como ser decidido

 

Então, confira as dez abordagens para ser decidido, de acordo com Michael Armstrong.

 

  1. Tome decisões mais depressa –Jack Welch, quando comandava a General Electric, costumava dizer: “No ambiente com a velocidade da luz de hoje, não temos tempo para pensar a respeito das coisas. Não demore em decidir. Esvazia a caixa de entrada a fim de ficar livre para buscar novas oportunidades. Não fique parado e garanta que quem fizer isso terá as pernas chutadas”.

  2. Evite adiamentos – É fácil colocar um e-mail exigindo uma decisão na seção de “difíceis demais” de sua caixa de entrada real ou mental. Evite a tentação de preencher seu tempo com tarefas triviais para adiar o momento de enfrentar o problema. Trate de começar a resolvê-lo, pois quanto antes fizer isso, mais cedo vai se livrar dele. Além disso, um desafio normalmente fica mais fácil uma vez que começa a lidar com ele.

  3. Espere o inesperado –Assim, você estará preparado para reagir de forma decidida a uma nova situação. E quando o inesperado aparecer, não entre em pânico. Aja naturalmente e fique calmo para que seja capaz de tomar a melhor decisão – e de forma mais rápida.

  4. Pense antes de agir –Utilize sua capacidade analítica para chegar a conclusões rápidas e não use a regra “pense antes de agir” como desculpa para adiar uma decisão.

  5. Tome cuidado com suposições –Em geral, tendemos a tirar conclusões e nos agarrar a suposições que corroboram nosso raciocínio e ignorar os fatos que podem contradizê-lo.

  6. Aprenda com o passado –Aproveite sua experiência na tomada de decisões, mas não confie demais em seus precedentes, pois as situações mudam.

  7. Seja sistemático –Adote uma abordagem à resolução de problemas rigorosa. Crie algumas regras que funcionem para você, pois quando se deparar com algo que exija uma decisão, poderá seguir suas regras e melhorar as chances de acertar na escolha.

  8. Debata a decisão –Antes de decidir algo importante, procure debater o assunto com alguém que provavelmente irá discordar, para que qualquer questionamento possa ser levado em conta (mas seja rápido no debate).

  9. Reserve tempo para pensar nas decisões maiores – A tomada rápida de decisões é altamente desejável, no entanto, você deve evitar reações instintivas. Faça uma pausa, mesmo que seja de poucos minutos, para pensar na decisão que se propõe a tomar, e confirme que ela é lógica e plenamente justificada.

  10. Considere as conseqüências em potencial –McKinsey chama isso de “gerenciamento de conseqüências”. Toda decisão tem uma conseqüência, e você deve considerar cuidadosamente qual pode ser ela e como irá gerenciá-la. Quando for decidir algo, uma boa idéia é começar por onde você pretende terminar, ou seja, definir o resultado para só então desenvolver os passos necessários para alcançá-lo.

Veja que o processo da tomada de decisão não precisa ser complicado nem demorado. Aliás, quanto mais você criar regras e maneiras próprias, melhor será o resultado.

 

Lembre-se do que Jack Welch disse: “Quanto mais rápido você for, mais tempo terá para se dedicar às novas oportunidades”. No entanto, essa rapidez tem de ser responsável. Portanto, pense antes de agir, confirme sua decisão e decida.

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