Confira entrevista com Marcelino Tadeu de Assis.

Marcelino Tadeu de Assis

“Antes de tudo, é importante frisar que é mais fácil criticar do que fazer. O trabalho dos gestores, em todos os níveis, é sempre louvável, quando buscam o melhor de si. Penso, no entanto, que um erro comum envolve uma definição não muito clara dos objetivos do evento e do público-alvo. Essa desconexão gera, regularmente, frustrações.”

Vamos começar falando do seu livro. Qual é a principal ideia ou conceito que você defende nele?

Ao todo foram lançados quatro livros. O último deles, no entanto, fala  sobre remuneração, recompensa, reconhecimento, incentivos financeiros e processos e ferramentas de administração salarial e se chama Gestão de programas de remuneração: conceitos, aplicações e reflexões, lançado pela Editora Qualitymark em 2011.

Que tipo de empresas geralmente contrata seus serviços? O que elas buscam em seus treinamentos?

Tenho atuado em treinamentos técnicos para um amplo leque de empresas. Normalmente, as empresas buscam ampliar a visão dos executivos ou, em alguns casos, reavaliar mecanismos internos.

Por outro lado, que tipo de evento ou treinamento não é adequado para você? Ou seja, que tipo de problemas, situações ou treinamentos você geralmente prefere não aceitar ou repassar para algum colega?

Indico, permanentemente, colegas para diversas situações. Não somente para empresas, mas também para universidades. Sempre avalio se posso contribuir e se tenho tempo para o atendimento de uma determinada demanda. Quando percebo que conhecidos farão melhor o trabalho, passo-o adiante.

Qual é o seu diferencial em relação a outros profissionais? Qual é a sua “marca registrada”?

Não saberia dizer exatamente o que seria uma marca registrada. Posso, de qualquer forma, salientar que me sinto sempre muito disposto a agregar valor. Tenho profundo respeito pela audiência, em todos os níveis.

Quais são seus livros de negócios ou autores preferidos?

Para quem trabalha no campo da pesquisa, do ensino, a leitura é parte obrigatória no dia a dia. Não tenho um autor preferido, na medida em que autores (de livros técnicos) versam melhor sobre determinados temas. Cada tema possui um autor determinado. Atualmente estou lendo Jac Fitz-enz, autor renomado no campo das métricas em gestão de recursos humanos.

Qual foi a sua palestra mais memorável, que mais lhe marcou?

Realmente não saberia indicar a que mais me marcou, uma vez que foram muitos os momentos memoráveis.  Me agrada muito a ideia de que é possível agregar valor. Recentemente, por exemplo, proferi uma palestra no II ENCAD, para alunos e profissionais de gestão de RH, que foi muito interessante.

Qual foi a situação mais desastrosa ou engraçada que já aconteceu em uma das suas palestras ou eventos?

Sou sempre muito prevenido em relação a eventos. Sempre chego bem cedo, testo a apresentação, o microfone e o local para me posicionar. Recentemente, no entanto, acabei encostando na tomada e provocando uma pane nos equipamentos. Foi exatamente no momento em que apontava para uma determinada parte do slide na apresentação. É um caso raro, mas acontece.

Qual é o maior erro que você nota nas convenções ou nos treinamentos de empresas?

Antes de tudo, é importante frisar que é mais fácil criticar do que fazer. O trabalho dos gestores, em todos os níveis, é sempre louvável, quando buscam o melhor de si. Penso, no entanto, que um erro comum envolve uma definição não muito clara dos objetivos do evento e do público-alvo. Essa desconexão gera, regularmente, frustrações.

Por que você acha que tantas reuniões e tantos treinamentos são chatos ou improdutivos? O que poderia ser feito para melhorar isso?

O que poderia ter sido feito para melhorar isso?  Em muitos casos, a reunião serve para compartilhar responsabilidades que deveriam estar centralizadas em uma ou duas pessoas. Muitas vezes espera-se que soluções sejam produzidas em reuniões longas e com muitos participantes, quando poderiam ser apresentadas previamente e por um grupo seleto e especializado.

Que grande conselho ou dica você daria para alguém que deseja melhorar resultados no trabalho e/ou na vida?

Fazer trabalhos que estejam o mais próximo possível daquilo que o indivíduo gosta e acredita. Quanto maior for essa proximidade, maior será a chance de um bom trabalho ser realizado.

Gostaria de deixar um último recado aos nossos leitores?

Que o Brasil é grande e está se transformando. Que alguns valores e crenças sejam moldados, ajustados ou direcionados para a busca permanente de uma nação mais justa. Que todo esforço seja feito no sentido de banir políticos e gestores, em todos os níveis, que estejam desalinhados daquilo que precisamos. Que a honestidade faça parte das ações quotidianas. Se o Brasil é grande, pode crescer muito mais.


Marcelino Tadeu de Assis é professor de cursos de extensão, graduação e pós-graduação em gestão de recursos humanos. É autor de quatro livros voltados para a gestão de RH, direcionados à gestão dos programas de remuneração e ao uso de indicadores no campo da gestão do capital humano. Desenvolveu trabalhos nos Estados Unidos e na Venezuela, tendo participado de treinamento gerencial no México. Mestrando em administração e desenvolvimento empresarial (MADE/UNESA). Graduado em administração de empresas e pós-graduado, lato sensu, em gestão empresarial.

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