ConheƧa seus clientes – CV n. 97

Nesta edição:
Ganhava até mais que precisava
Conheça seus clientes
Briga de cachorro grande

Mercado
Expansão
Você está vendendo tudo o que seu cliente deseja? Está prestando todos os serviços úteis a ele? Pense de novo. Um barbeiro de Londres acaba de criar um curso que ensina as pessoas a fazer a barba. “Barbear-se é uma técnica, não é algo instintivo. Todos os homens precisam aprender essa arte e, infelizmente, poucos aprendem bem”, explica ele. Nas aulas, dadas individualmente, os homens conhecem a maneira de evitar pelos encravados e o vermelhidão na pele, além de várias dicas específicas para cada tipo de pele. Por enquanto, há dois tipos de curso: o destinado àqueles que usam Mach 3 e outro mais longo para os adeptos da velha lâmina.

 

Produto
Algumas vezes não funciona

Em vez de lançar o vinho da safra do ano, a vinícola Smith-Madrone preferiu relançar seu Riesling 2002. Segundo o sócio da empresa, “nós adoramos como o Riesling envelhece e se desenvolve e queremos dar às pessoas uma chance de passar por essa experiência”. De acordo com ele, esse vinho envelhece tão bem quanto um Cabernet Sauvignon. O Riesling 2002 custa R$120,00 e cada indivíduo pode comprar, no máximo, três garrafas ou pagar R$50,00 em um Smith-Madrone 2008 e esperar alguns anos.

 

Clientes
Conheça seus clientes

Confira algumas características das gerações que são, ou serão em breve, donas do dinheiro:

iGeração –Aqueles que já nasceram com a internet, de pais que, em geral, aceitam bem essa e outras tecnologias similares. A iGeração ainda não está trabalhando e ganhando seu próprio dinheiro, mas já se nota uma maior descrença nos métodos tradicionais de publicidade e marketing. Eles preferem confiar mais em conhecidos e redes sociais na web que no que as empresas falam.

 

Geração Y Devido ao alto custo de vida (e ao fato de que seus pais têm poucos filhos querendo os sempre por perto), essa geração é a que mais tarde deixa a casa dos pais, por isso também é chamada de “canguru”. Isso lhes dá dinheiro de sobra para gastar com supérfluos. Via de regra, respondem melhor a ações de marketing surpreendentes, que deem a eles uma experiência nova. Também gostam de ações na internet e quem oferece isso é recompensado com uma alta lealdade.

 

Geração X Nascidos entre 1965 e 1975. Essa geração cresceu em um verdadeiro furacão econômico – de hiperinflação a mudanças de moeda à abertura de mercado, o sumiço das marcas as quais estavam acostumados e a súbita aceleração das novidades à disposição. Por isso, tendem a ter uma baixa lealdade a marcas, a valorizar muito o valor de cada uma e a poupar mais que outras gerações.

Empresa
Nova imagem

A General Motors (GM) precisa mostrar aos consumidores que é uma nova empresa, mais ágil, comprometida com combustíveis alternativos e que busca novas soluções automotivas. Para passar essa mensagem, ela pensa em simplesmente mudar a cor de sua logo, abandonando o azul em favor do verde. Isso é um bom começo, pois as mudanças em sua comunicação visual podem trazer bons resultados. Entretanto, não pode ficar apenas nisso.

 

Prospecção
A ajuda do show

Olhe para as outras empresas a sua volta. Certamente, você poderá pegar carona em alguma delas. Há pouco tempo foi inaugurada, em Londres, uma companhia que tem como objetivo ajudar as pessoas que participam de grandes festivais de músicas e outras atividades ao ar livre. Ela oferece produtos que vão de chapéus a marmitas e tendas, tudo para você curtir seu show com conforto. E você, onde pode pegar carona?

Concorrência
Briga de cachorro grande

Recentemente, a Microsoft lançou seu mecanismo de busca (Bing) para concorrer com o Google que não esperou e lançou seu sistema operacional Chrome OS a fim de superar a Microsoft (apesar de seus criadores afirmarem que os dois sistemas foram desenvolvidos para públicos diferentes). A mais nova jogada da Microsoft foi alterar seu hotmail, adicionando um botão “atache rápido”, que permite que as pessoas incluam vídeos, fotos, entre outras coisas em seus e-mails sem passar pelo Google, usando apenas o Bing.

 

Proposta de valor
Virtual

Em 2008, foram gastos US$200 milhões para comprar itens virtuais em jogos nos Estados Unidos. São roupas, armas, territórios, entre outros objetos que só existem no computador e são utilizados em determinados jogos.

 

Grandes números

70% é a porcentagem que a Pepsi está tentando abranger com a compra da Água de Coco da Amazônia (Amacoco), dona das marcas Kero Coco e Trop Coco e responsável por uma grande fatia do mercado nacional da bebida.

Fonte:Valor Econômico

 

22% das vendas no Brasil da maior rede de pizzas do mundo, Domino’s, deve-se ao fato de ela ter apostado em um outro mercado: em abril de 2009, estreou nas lojas do Rio de Janeiro a venda de sanduíches.

Fonte:Portal da Propaganda

 

1,5 milhão é o número de pedidos efetivados para a troca de operadoras de telefonias após reafirmada a portabilidade numérica.

Fonte:InfoMoney

 

Uma experiência criativa

Ganhava até mais que precisava

No livro A fantástica história de Silvio Santos, há uma interessante passagem do vendedor Silvio Santos que vale a pena conferir. Ele contou a Arlindo seu início como vendedor da seguinte maneira:

 

“Eu estava passando pela avenida Rio Branco, RJ, quando avistei um homem gritando, ele estava vendendo capinhas de plástico para colocar títulos de eleitor. Ele vendia com muita facilidade e todas as pessoas compravam aqueles porta-títulos por cinco cruzeiros. No momento em que o camelô terminou de vender uma remessa de carteirinhas, saí atrás dele, de mansinho, para ver aonde ele ia buscar mais. O vendedor comprava as carteiras em um atacado e ganhava mais de 50% com a venda aos transeuntes na avenida.

 

Assim que ele se afastou da loja, entrei e comprei uma carteirinha por apenas dois cruzeiros. Vendi-a na avenida dizendo que era a última e, depois, fui buscar mais duas. Coloquei uma no bolso e sacudi a outra falando a mesma coisa. Vendi rapidamente e, em seguida, dei alguns passos, disfarcei, demorei um pouco e tirei a outra do bolso. E foi assim que me tornei um camelô. Dizem até que aquela moeda de dois cruzeiros com a qual comprei a primeira carteirinha foi a moeda do Tio Patinhas.

 

Naquela época, fiquei sabendo que havia apenas 12 ou 13 pessoas vendendo na rua. Mas vendiam mercadorias de má qualidade: ‘Olha a bola de gude, o tecido, o anel’. Eu acreditava que, por ser estudante, não ficava bem vender usando aquele método tão primitivo, sem classe. Foi quando descobri seu Augusto, o ‘alemão das canetas’. Ele ficava parado na avenida Rio Branco, próximo da Getúlio Vargas. Chegava, armava sua banca, essas de abrir e fechar, e começava a falar com o público. Trabalhava apenas uma hora por dia. E, quando menos se esperava, havia uma aglomeração a sua volta, falava das canetas, explicava como funcionavam e, após comentar bastante, dava o preço.

 

Em pouquíssimo tempo esgotava seu estoque. Foi quando pensei: ‘Aí tem coisa’ e, a partir disso, comecei a espionar seu trabalho. Ele vendia 100, 200 em apenas uma hora. Seu Augusto era considerado o melhor camelô do Rio de Janeiro. Então, tomei aquilo como um desafio. Todos os dias, eu ia ver o ‘bicho-de-sete-cabeças’ trabalhando. Ele me via, sabia que eu estava ali aprendendo com ele, mas não se incomodava, porque muitos já haviam feito a mesma coisa e ninguém conseguia vender como ele.

 

Após alguns dias, comprei diversas canetas, mandei fazer uma banqueta igual à do alemão e me postei na esquina da avenida Rio Branco com a Sete de Setembro. Como achei que conquistar o público somente na fala seria um pouco difícil, aprendi algumas manipulações com moedas e baralhos. Quando eu começava com aquelas mágicas, primeiro, paravam algumas crianças e ficavam olhando, depois, ia chegando os desocupados. Por fim, todos paravam.

 

Eu, um garoto bem-falante, começava a falar sobre a qualidade das canetas. Nos primeiros dias, eu vendia de 50 a 60, mas, em pouco tempo, passei a vender mais que seu Augusto. E, por diversas vezes, os jornais publicaram reportagens sobre o garoto que conseguia prender, diante de si, um grande público.

 

Trabalhava das 11 às 12 horas, horário em que o guarda saia para almoçar. Eu realmente tinha o poder de comunicação e, com isso, ganhava por dia o equivalente a quase cinco salários mínimos, que, naquela época, era correspondente a 200 cruzeiros antigos. Daí em diante, nunca mais me faltou dinheiro, pois ganhava até mais que precisava.”

 

Arlindo Silvaé jornalista e autor do livro A fantástica história de Silvio Santos.

Frase da semana
A curiosidade sobre a vida em todos os aspectos é o segredo das pessoas muito criativas”
Leo Burnett

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