Empresa passando por dificuldades, casamento em crise e filhos que você não consegue mais ver. Já viu essa história antes, não é mesmo? O estresse no trabalho pode se tornar esmagador. Que tal uma ajudinha? Só há um detalhe: essas preciosas informações irão vir de um faxineiro. Tudo bem para você? Na verdade, é a história de um executivo que foi ajudado por um faxineiro ao obter dicas simples para conquistar o sucesso nos negócios e na vida.

O clássico do mundo dos negócios O faxineiro e o executivo, de Todd Hopkins e Ray Hilbert, comumente confundido com O monge e o executivo, de James C. Hunter, traz uma história que vale a pena ser lembrada, pois remete à realidade de muitos profissionais atualmente. O estresse tem sido o mal deste século e tem tomado a vida de muitas pessoas.

O executivo Roger Kimbrough vivia uma situação de desestabilidade, havia perdido o controle de coisas importantes na vida. O estresse estava o matando pouco a pouco. Roger não via saída alguma até que teve um encontro que mudou sua vida. O faxineiro do turno da noite, Bob Tidwell, oferece a Roger seis diretrizes para conseguir sua vida de volta. Elas não requerem nenhum esforço sobre-humano em jornadas de trabalho, apenas transformações sutis em ideias. Ao aplicar esses simples conceitos, Roger conseguiu mudanças significativas na família e no trabalho. Vamos às diretrizes?

·       Primeira diretriz: recarga versus descarga – Um cérebro arriado não dá partida. Então, qual é a solução? Recarga versus descarga. Algumas pessoas chamam isso de tempo criativo, outras de lazer, mas a verdade é que uma coisa que é divertida para uma pessoa pode não ser para outra. Você precisa encontrar algo adequado a você. Bob, o faxineiro, encontrou na construção de uma casinha de passarinho esse momento de recarga. Ele confessou a Roger, o executivo, que, quando estava lixando a madeira e pintando a casinha, percebia que novas ideias simplesmente surgiam em sua cabeça. Coisas com as quais ele estivera lutando durante dias pareciam muito mais claras. Ele tinha ideias, e aquilo era muito emocionante. Se você só gasta energia e não recarrega, um dia acaba ficando sem combustível, pifando. A experiência da construção da casa de passarinho foi apenas o pontapé inicial para que Bob encontrasse maneiras de se recarregar todos os dias depois do trabalho, e, às vezes, até durante o trabalho. Ele saía para passear um pouco, lia um bom livro ou artigo de revista. Essas eram ações que o enchiam de vida. Isso virou uma rotina, assim como comer ou se vestir. Simples assim.

·       Segunda diretriz: veja a família como uma bênção, e não como uma responsabilidade – Quando vemos nossa família como responsabilidade, o motivo pelo qual precisamos trabalhar – para pôr comida na mesa e um teto sobre a cabeça dela –, essa mentalidade gera vários problemas. Fica difícil apreciar o trabalho, pois ele se torna um mal necessário para sustentar o fardo da responsabilidade em casa. Se definirmos que o objetivo do trabalho é apenas sustentar a casa, apreciar o trabalho e a casa se torna uma tarefa muito difícil. Então, quando as coisas dão errado no trabalho, naturalmente a culpa é da casa. Por outro lado, se você vê a família como uma bênção, e não como uma responsabilidade, pode sentir alegria quando está com ela. Dessa maneira, você é capaz de viver seu trabalho com um novo frescor. Você não o vê mais como trabalho escravo para sustentar a família, fica livre para descobrir sua verdadeira missão nele. Quando descobrir esse objetivo, vai ficar entusiasmado com seu trabalho e voltará a se divertir com ele, pois vai fazer sentido. Para as pessoas que realmente entendem e exercem sua missão, o trabalho não parece trabalho.

·       Terceira diretriz: ore, não piore – Ainda que você não seja uma pessoa que costuma reclamar, veja o que aconteceu com Bob. Ele estava cuidando de um acordo exclusivo enorme, só precisava enviar um orçamento para seu grande cliente e, depois disso, tudo seria um mar de rosas. Na semana do orçamento, Bob foi parar no hospital. Passou mal durante alguns dias e, depois de uma série de exames, foi diagnosticado como diabético. Então, todo o acordo foi por água abaixo. Bob passou horas lamentando seu azar e reclamando quando estava no hospital, até que recebeu um belo buquê de flores e balões da sua esposa, com um bilhete escrito em um cartão. Era a terceira diretriz: “Ore, não piore”. Alguns meses depois, ficaram sabendo que o concorrente que venceu a licitação havia investido milhares de dólares no projeto até dar de cara com um processo judicial que congelou o procedimento todo. Essa empresa nunca mais conseguiu recuperar o que investira. Roger, ao ouvir a história de Bob, percebeu a importância de confiar em Deus, orar e não piorar as coisas com reclamações. Mas Roger não se sentia apto a orar. Ele pensou: “Não sei se me lembraria direito de o que fazer. Já faz tanto tempo”. Bob o tranquilizou, dizendo: “Um bom começo seria dizer a Deus que você lamenta ter se afastado Dele. Depois, poderia pedir que você seja renovado com o espírito Dele e comece a lhe dar uma visão clara a respeito da sua empresa e da sua casa. Para avançar ao próximo passo, você pode pedir a Deus ajuda e sabedoria.

·       Quarta diretriz: passe adiante – Bob entregou a Roger um presente que sua esposa lhe deu no dia em que foi apresentado à quarta diretriz. Roger perdeu o fôlego ao ver o que tinha dentro da caixa. Lá, estava um lindo relógio masculino de ouro com uma discreta inscrição gravada no mostrador. Dizia simplesmente: “Passe adiante”. Roger não sabia o que dizer. Bob comentou que, quando as coisas começaram a ir realmente bem para eles, sua esposa quis lhe dar esse presente para que ele se lembrasse de que havia outras pessoas precisando aprender com suas experiências e ouvir as diretrizes que tinha recebido dela. Roger protestou, acreditava que não poderia aceitar por ser algo muito valioso: “Vale mais que uma fortuna”, admitiu Bob, “ele não tem preço. Quando eu recebi esse relógio, encontrei a verdadeira missão da minha vida: ajudar os outros a encontrar o caminho de volta para si mesmos e para as suas famílias e, acima de tudo, a encontrar o caminho de volta para Deus. Achar um propósito na vida é algo que não tem preço!”.

·       Quinta diretriz: não gaste, invista! – Geralmente, quando estamos pensando nos nossos próprios problemas, apenas gastamos nosso tempo, nosso dinheiro, nosso talento e muito mais. Mas, quando estamos concentrados na missão que nos foi atribuída por Deus, estamos investindo. Por isso, quando começar a se estressar por alguma coisa no trabalho, pare e se pergunte: “Quais são os problemas em que estou me concentrando?” e “O resultado da minha atividade me ajuda a exercer a missão para a qual Deus me criou?”. Você pode até pensar: “Não somos uma empresa humanitária mandando comida para alimentar os famintos. Estou achando que essa, talvez, seja uma diretriz que não se aplica ao meu caso”. Pense em quanto tempo e dinheiro você já gastou com clientes sugadores, que só querem levar vantagem, em detrimento de seus funcionários, e em quanto você já investiu em clientes certos, na construção de relacionamentos e na geração de oportunidades para o seu pessoal. Imagine que você pode tomar atitudes em seu trabalho não visando apenas dinheiro, mas se preocupando com a saúde e a felicidade de seus funcionários acima de qualquer trabalho ou cliente. Isso é um investimento. É você aplicar todos os seus esforços para gerar lucro, mas não comprometer o bem-estar da sua equipe. Sua empresa é uma ferramenta que Deus lhe deu para que você realize o propósito Dele na sua vida.

·       Sexta diretriz: deixe um legado para o futuro – Roger conheceu Bob num momento em que ele havia perdido o rumo. Como um viajante em uma tempestade, tateava no escuro, apenas para descobrir que se desviava cada vez mais da estrada na qual deveria estar caminhando. Como um verdadeiro amigo, Bob compartilhou com Roger sua bússola interior e lhe apontou a direção certa. Hoje, o legado de Bob chega até você.

Livro:O faxineiro e o executivo

Autores:Todd Hopkins e Ray Hilbert

Editora:Thomas Nelson Brasil

Colaboração:Marco Aurélio Marcondes.