Crescendo e retendo talentos

Como aumentar a lucratividade e reter os maiores talentos da empresa?

Criada em 2001 para atender a uma demanda por tecnologia da informação numa grande seguradora, a Interadapt nasceu com espírito de oportunidade de momento, mas com visão de longevidade. Cresceu constantemente de forma estruturada e contínua nos últimos nove anos, agregando em seu quadro de sócios e gestores pessoas com o mesmo espírito empreendedor. Ao longo de sua trajetória, foi se estruturando e cresceu cerca de 40% nos últimos quatro anos, mantendo alta taxa de retenção de talentos e baixo turnover.

Em julho, a Interadapt ingressou, pela primeira vez, no ranking das Melhores Empresas para Trabalhar nas áreas de TI e telecom, uma iniciativa da revista Computerworld em parceria com a consultoria Great Place to Work. Para Renato Ferreira, diretor comercial e de marketing da empresa, esse é o reconhecimento público de um exaustivo trabalho interno: “Desde a sua criação, a Interadapt se estruturou por meio de um modelo de negócios com uma vocação constante para o autodesafio e o autodesenvolvimento. Faz parte do DNA da empresa esse desejo de se desafiar sempre a atingir padrões mais elevados em todas as suas áreas. Nossos colaboradores estão encontrando aqui um ambiente no qual têm oportunidade para criar e inovar, liberdade para expressar opiniões e sugestões, é um lugar no qual a amizade convive com altos níveis de competência e que demanda sempre por novos olhares sobre as questões cotidianas”.

Um dos aspectos que posicionou a Interadapt de forma destacada no Great Place to Work foi o nível de imparcialidade dos seus diretores, que influencia as lideranças das áreas de maior impacto na organização. “Temos lideranças éticas, transparentes e com um senso de justiça incomum”, destaca.

 

RH Estratégico

A premiação motivou a Interadapt a criar um projeto chamado RH Estratégico, que pretende utilizar informações obtidas no estudo para implementar ações de melhoria contínua, visando sempre a contratação e retenção dos melhores talentos. “Até então, tínhamos apenas um RH operacional, o que não impediu que chegássemos a essa posição de destaque. Entretanto, nada é tão bom que não possa ser melhorado. Temos uma cultura que ouve e considera os colaboradores, e estes estão nos estimulando a criar uma estrutura de cargos e salários, avaliar as competências a partir de parâmetros predefinidos, treinar e desenvolver as pessoas de forma mais focada ainda”, revela.

Os colaboradores que hoje ajudam a melhorar a empresa foram criteriosamente escolhidos, pois a Interadapt valoriza muito o processo de recrutamento e seleção, sempre procurando reunir um grupo de funcionários com diferentes experiências, vivências e talentos, independentemente da geração, classe social, religião ou qualquer outro critério. Em comum, há apenas a competência que julgam ser a mais importante: o autodesenvolvimento. “Inércia e acomodação estão banidas da cultura da Interadapt. Consequentemente, proatividade e velocidade são fatores que pesam de maneira positiva na atração de um profissional. Comunicamos tudo isso aos novos colaboradores e, juntos, desenhamos formas de realizar o sonho do funcionário dentro do sonho da Interadapt”, conta.

Esse alinhamento de sonhos é possível com a contratação de pessoas com os mesmos valores da empresa. Para Renato, é plenamente possível identificar aquelas cujos valores se equiparam ou se contrapõem aos da companhia. “É fácil identificar atitudes coerentes ou conflitantes. Pessoas otimistas, focadas, direcionadas e éticas, que saibam trabalhar em equipe, sejam criativas e inovadoras, mas ao mesmo tempo humildes, compõem o perfil comportamental do funcionário que procuramos. Possuímos profissionais experientes que avaliam e entrevistam futuros colaboradores e que têm acertado na expressiva maioria das contratações”, complementa.

 

Incubadora de talentos

Esse é o nome de um dos projetos mais interessantes da Interadapt que chamou bastante atenção na pesquisa do Great Place to Work. Trata-se de um programa de desenvolvimento de novos talentos que atualmente conta com 12 estagiários nas áreas comercial e técnica. “Atraímos e desenvolvemos estagiários que são selecionados a partir de uma série de competências que julgamos específicas para o negócio. Não nos interessa mão de obra barata, pois isso o mercado já pratica e é uma política anacrônica e autolimitante. Buscamos estagiários com potencial para se transformarem em profissionais de primeira linha, e pouco importa o nível da instituição em que estudam. Atraímos talentos que oxigenam a organização, trazem o desafio constante da convivência com o novo, reforçam nossa cultura de inconformismo e vêm sem vícios comuns dos profissionais prontos”, explica Paulette Melo, professora de gestão de pessoas dos MBAs da Fundação Getulio Vargas que propôs e aplica o projeto na empresa.

Integrar a chamada geração Y ao crescimento da empresa é outro objetivo do projeto, que se concretiza com mais facilidade pelo fato de os valores desse público estarem muito próximos daqueles da empresa. “Esses profissionais são muito abertos e a autoridade não faz muito sentido para eles, assim como para nós. Os Y são ágeis, multitarefa e querem crescer rápido, e nós também. Eles são descolados e informais, e nós também. Privilegiam a qualidade de vida, e nós também. Em relação à flexibilidade e liberdade que desejam, nós a oferecemos não apenas a estes, mas a todos. A geração Y apresenta a maior formação acadêmica de que se tem notícia, e nós estamos criando para ela a ambiência necessária para se desafiarem diariamente. Temos visto inúmeras empresas, por problemas de gestão, colocarem em risco a sucessão e a própria sobrevivência ao não reconhecerem que possuímos diamantes brutos nos profissionais da geração Y. Eles são magníficos e sabemos como agir e interagir com eles”, garante Paulette.

 

Equipe de vendas

Manter um profissional de vendas estimulado, reconhecido, desafiado e em constante desenvolvimento é fundamental para a Interadapt. Por isso, além dos acompanhamentos de praxe, é feito um trabalho de coaching com os gestores da área comercial, vistos como estratégicos no negócio. “Não podemos ter vendedores que são meros tiradores de pedido. Para fazer face ao mercado, o profissional de vendas da Interadapt precisa estar constantemente ampliando seus horizontes, melhorando sua habilidade de transformar informação em novos negócios, desenvolvendo a capacidade de prospecção e conhecendo as melhores práticas na área”, explica o diretor comercial Renato Ferreira.

Há mais de um ano, foi desenvolvido um projeto de treinamento em vários temas (proatividade, resiliência, técnicas de vendas e comunicação), que tem sido aplicado com o objetivo de tornar os vendedores consultores dos clientes. “Eles têm que estar familiarizados com o negócio do consumidor de tal forma que seu trabalho passe a ser promover soluções estratégicas para os problemas dele, e não apenas a venda dos nossos produtos. O comercial que queremos formar tem que entender cada vez mais e melhor o negócio do consumidor, pois somos uma integradora de soluções”, comenta Renato.

 

Clima organizacional

A Interadapt tem consciência de que o cliente interno trata o cliente externo de acordo com o tratamento que recebe da empresa. “É uma equação direta, ou seja, o melhor que podemos fazer por nossos clientes externos é cuidar muito bem dos internos. Da mesma forma como o cliente interno satisfeito encanta o externo, funcionário insatisfeito se vinga e pode até sabotar o negócio. O cliente interno só se interessará pelos problemas do cliente externo se a Interadapt se preocupar com os seus”, garante Renato.

Para que isso saia da teoria e vire prática, a empresa baseia toda sua estrutura na cultura da abertura, pela qual qualquer pessoa pode chegar e compartilhar um problema ou desafio pessoal. Segundo Renato, sempre que possível, a empresa está presente, ajuda e colabora. “Felicidade é coisa séria para nós. Vários de nossos colaboradores, ao serem premiados com cursos de extensão ou de capacitação técnica em áreas de seu interesse, compartilham isso com o cliente externo, e o sorriso abre espaço para a aproximação”, complementa.

 

Investimento

Claro que todas as ações citadas nesta matéria demandam investimentos. Mas a Interadapt tem consciência de que de nada adianta cobrar resultados sem motivar e incentivar, da mesma forma que é inviável motivar e incentivar sem alcançar resultados. “A relação entre a satisfação das pessoas e o resultado operacional é diretamente proporcional. Entretanto, o resultado operacional não pode ser avaliado apenas por meio do lucro. Ele é um fator importante, mas há outros que são intangíveis e devem ser avaliados: a satisfação do cliente, a imagem da marca, o market share, etc. Pensamos na sustentabilidade do negócio, o que requer um equilíbrio entre a satisfação das pessoas, a percepção da marca pelo cliente e pelo mercado, a responsabilidade ambiental e a viabilidade econômico-financeira do negócio”, ensina Renato.

Para terminar, ele deixa uma mensagem para os líderes que queiram se inspirar no modelo de gestão de pessoas da Interadapt. “Quando olhamos nossos colaboradores, os vemos a partir de quatro dimensões, que se expressam por meio de uma necessidade. Temos uma dimensão física que necessita de saúde, uma intelectual que precisa aprender continuamente, uma emocional que necessita dar e receber amor e uma espiritual que anseia por deixar um legado. Líderes são pessoas que buscam continuamente a saúde, o desenvolvimento intelectual, prover amizade e amor e dar a todos a oportunidade de deixar um legado, fazendo e construindo algo que vale a pena e que deixará a marca de cada um na história. Eis o que estamos construindo juntos”, conclui Renato.

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