Cumprindo suas promessas de ano novo

Início de ano, e lá vamos nós com as velhas-novas promessas: ganhar mais, ter tempo para os amigos, para estar com a família, fazer exercício físico, ter qualidade de vida, comer melhor, diminuir o peso, sorrir mais… E por aí vai! Quem de nós nunca fez uma listinha com coisas, atitudes e pensamentos que gostaria de ver realizada quando o ano chegasse no final?

Início de ano, e lá vamos nós com as velhas-novas promessas: ganhar mais, ter tempo para os amigos, para estar com a família, fazer exercício físico, ter qualidade de vida, comer melhor, diminuir o peso, sorrir mais… E por aí vai! Quem de nós nunca fez uma listinha com coisas, atitudes e pensamentos que gostaria de ver realizada quando o ano chegasse no final?

Mas quantos de nós realmente persistiu nesta lista e viu estas metas concretizadas ao fim de 12 meses? Vinícius Guarnieri e George Patrão, autores do livro Alquimia Pessoal – Como Vencer a Autossabotagem e Atingir a Prosperidade Total, afirmam que o início do ano é – como todos nós já sabemos e comprovamos – um momento de refletir sobre o que passou e planejar o ano que está por vir. A esperança de melhorias permeia esse período e, consequentemente, a frustração também. Na publicação, os autores trazem uma abordagem filosófica sobre o assunto, oferecendo caminhos alternativos possíveis para as realizações pessoais, afinal, de acordo com Guarnieri, a maioria das pessoas espera uma mudança, mas não sabe qual nem por onde começar. Assim, os três pontos principais seriam: esperança, livre arbítrio e definição do que se quer mudar. Ter apenas um deles não garante a prosperidade nos assuntos que estão sendo alvo de reflexão nessa época do ano.

Segundo Patrão, para que algo mude, a atitude também precisa mudar. “Só eu posso fazer algo por mim, ninguém mais. O primeiro passo é refletir sobre a situação e aceitar que precisa ser feito algo. O segundo é aprender com as situações – sejam elas boas ou ruins. Nós temos a capacidade de fazer o que quisermos. Quando dizemos que queremos algo, as palavras têm força”. (Leia o editorial do Raúl Candeloro desta edição, que explica muito bem sobre isso e lhe dá os passos para alcançar sua alta performance durante o ano)

Para que você inicie ainda melhor 2014, Guarnieri e Patrão deram uma entrevista exclusiva para a VendaMais, com reflexões sobre este tema e dicas para você se manter firme em seus propósitos.

Em média, quanto tempo depois as pessoas "largam" suas promessas de início de ano?

Guarnieri e Patrão – Notamos que, há alguns anos, eram mais comuns as promessas de início de ano que hoje em dia. Cada vez menos as pessoas falam e se propõem a essas promessas e, provavelmente, isso seja o reflexo de anos e anos de desistência prematura. É frustrante quando alguém vê que nunca consegue atingir o que se propõe, por mais indulgente que possa ser consigo mesmo.

Vemos essa mudança de comportamento com certa preocupação. Afinal, a ideia básica é aproveitar o novo ciclo para mudar para melhor, especialmente naquilo que depende só de nós. Desistir disso é um pouco desistir de buscar o melhor, desistir de si mesmo por antecipação.

Achamos um tanto difícil dar uma resposta direta, mas é possível, com base no que observamos e aprendemos, sugerir que a maioria das desistências acontecem antes de 21 dias de consecução do plano. Vinte e um dias, ou vinte e um ciclos, é um período em que um hábito se estabelece e começa a se consolidar. Qualquer titubeio antes disso costuma ser fatal para um novo comportamento.
 
Por que a maioria das pessoas não consegue cumprir suas metas ao longo do ano?

Guarnieri e Patrão – Muitos fatores concorrem para isso: mas a autossabotagem é, provavelmente, a mais importante. A euforia do final do ano, época em que essas decisões são tomadas, pode levar as pessoas a “viajarem na maionese” e se proporem até ao que não querem de verdade.

Querer mudar implica necessariamente em aceitar que algo está errado ou que poderíamos ser melhores. É decidir sair da zona de conforto. E pode acreditar: para o nosso subconsciente – que é o lugar de nossa mente em que estão gravados os programas de comportamento que executamos no dia a dia sem muito pensar – sair da zona de conforto é um contrassenso. Ele prefere o conhecido ao incerto: prefere mesmo o mal que conhece a correr o risco de ter o bem que desconhece. Faz isso por proteção, uma proteção que nos fragiliza, é verdade. 

Outro fator a considerar é a ausência de um plano: como eu vou executar o que desejo? Que recursos preciso?  E isso nos remete novamente à autossabotagem. Não fazemos um plano, não por desconhecimento, mas para arrumar desculpa para o insucesso.
 
Cumprir uma coisa de cada vez de uma lista plausível ainda é a melhor forma de chegar lá?

Guarnieri e Patrão -Não pode ser algo muito grande. Há que se ter foco. O Juran, um dos poucos gurus da administração que merecem esse título, dizia que para implantar um projeto ambicioso, as pessoas deveriam começar com algo limitado, simples, alcançável e de grande importância. Começar com um único projeto pequeno, mas importante e de grande visibilidade.

Trazendo esse aprendizado organizacional para a vida pessoal, se definirmos apenas uma mudança e tivermos sucesso, isso será melhor do que se prometer 10 coisas e obter dois sucessos. Isso porque o peso dos oito insucessos nos levaria a cada vez mais desacreditar em nós mesmos, comprometendo o futuro e o próprio desfrute do que se conseguiu.  No início, um pouco de modéstia ajuda. Fica mais fácil e divertido. Depois, com maior autoconfiança, esse número pode subir, mas nunca a ponto de comprometer a possibilidade de êxito.
 
O que as pessoas podem fazer, de imediato, para garantir o foco em seus objetivos?

Guarnieri e Patrão – Antes de mais nada, não espere o próximo fim de ano. Ele vai demorar uns 12 meses para chegar. Em princípio, nós recomendaríamos ainda: foco, verdade e modéstia na definição da meta a ser alcançada; um plano simples de ser seguido; pedir ajuda no que for necessário – nós não somos supostos a fazer tudo sozinhos;  observar nos pequenos avanços os sintomas de sucesso e comemorá-los na exata medida de sua importância para o resultado final e, principalmente: “nunca-jamais-em-tempo-algum” esquecer da alegria. Mudar com alegria facilita muito tudo. As emoções positivas fazem a energia correr melhor e tudo ficar mais fácil. Mesmo as mudanças mais doloridas podem ser feitas com alegria. Claro que, de caso a caso, haverão outras dicas importantes, mas essas são praticamente universais.
 
Recomeçar sempre é válido na busca de um objetivo?

Guarnieri e Patrão – E há alternativas a isso?  Já pensou que tudo o que você tem é o presente? Aqui e agora é onde está o poder de mudança. Mesmo os planos que fazemos para a consecução dos nossos objetivos são feitos aqui e agora para plasmar um futuro no aqui e agora. É fantástico entender isso. Estamos sempre recomeçando. Eternamente recomeçando. Ao constatarmos isso, somos livres. A maior e talvez única liberdade que temos e que precisamos.

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