Diferença entre revolução e evolução nos negócios

Uma empresa precisa escolher entre diferenciação e design ou preço acessível?

Há uma grande diferença entre revolução e evolução. Os dois conceitos tratam de transformação, só que revolução é uma mudança radical, que destrói o que existia antes; enquanto evolução é um movimento progressivo, que soma o novo ao que já existia.

 

Uma evolução é bem diferente de uma revolução. Enquanto a revolução provoca uma ruptura nos processos de uma organização para formar uma empresa mais inovadora e criativa, a evolução faz da inovação e da criatividade parte de seus processos e da cadeia produtiva, ou seja, uma evolução cria diferenciação sem abrir mão do desempenho.

 

A verdade é que as pessoas não querem mais escolher entre utilitários baratos e objetos de desejo, elas querem utilitários baratos que também sejam objetos de desejo. Marcas como Target, Zara e Ikea sabem que design moderno e inovador não é uma questão de custo, mas de desejo. É uma questão de combinar designers criativos e engenheiros capacitados a estruturar uma cadeia de produção e distribuição eficiente.

 

Os líderes da evolução criativa são pessoas que conseguem enxergar o mundo, ao mesmo tempo, de forma lógica e conceitual. Líderes que saibam unir razão e imaginação, que inspiram suas equipes e as comandam de maneira organizada e racional, que têm o que Daniel Pink descreve em seu livro A whole new mind (Uma mente completamente nova). Segundo Pink, estamos saindo da era da informação, em que o trabalho é baseado no conhecimento, e entrando na era conceitual, na qual o trabalho combina o conhecimento com a criatividade e a empatia.

 

Isso significa ir além. Os produtos não precisam apenas funcionar corretamente, mas também surpreender e emocionar. Transformar argumentos de vendas em uma verdadeira história. O novo consumidor não quer apenas ser convencido, ele busca personalidade e pertencimento.

 

Compreender esse comportamento imaterial é entender o que está por trás dos desejos das pessoas. Design, história, visão global, empatia, diversão e sentido. Essas são as seis influências de uma mente diferente, mais holística, que consegue achar uma maneira de unir desempenho e diferenciação. É dessa forma que pensa um líder que deseja que sua empresa evolua de forma criativa.

 

Empresas estão quebrando barreiras entre desempenho e diferenciação, conquistando consumidores exigentes. Na Índia, por exemplo, o hotel Ginger, oferece mini home offices, internet sem fio e geradores de emergência, e ainda consegue manter um baixo preço ao cortar serviços como carregadores de bagagem e implementando o check-in self-service – é “o luxo da simplicidade”. A Procter & Gamble também busca, com seu amplo portfolio de marcas, aliar design e inovação a produtos úteis e necessários do cotidiano.

 

Segundo o comediante americano Robert Benchley, existe dois tipos de pessoas no mundo: as que acreditam que há dois tipos de pessoas no mundo e todas as outras. Vejo que também existem dois tipos de empresas: as que acreditam que uma empresa precisa escolher entre desempenho e diferenciação e as que estão evoluindo com desempenho e diferenciação. Saímos do “isso ou aquilo” para o “isso e aquilo”. A tradição milenar chinesa do Yin e Yang já dizia que não existem opostos, existem complementares – um conceito, temos de admitir, extremamente criativo.

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