Dificuldade em vender?

Você já tentou…

  1. Abrir sua própria empresa?
    A Fórmula 3000 era o último passo antes da Fórmula 1. Na verdade, ela ficou tão parecida com a grande categoria do automobilismo, competitiva e cara, que acabou sendo substituída pela GP2 de hoje. Mas em 1991, estava no auge. Tanto que muitas equipes de Fórmula 1 mantinham, ali, equipes juniores para testar pilotos e outros membros de equipes. Essas equipes atraiam os melhores preparadores de motores, mecânicos e chefes de equipe.

    Depois, vinham as equipes que contavam com pilotos com muitos recursos. Seus carros ostentavam logomarcas gigantes, e conseguiam pagar pelos segundos melhores preparadores, chefes de equipe, mecânicos etc. A seguir, havia as equipes independentes. Aquelas que descobriam, ano após ano, os truques de cada circuito, como acertar o carro, a que altura da prova era melhor economizar equipamento e a hora de atacar com tudo. Em último lugar, as equipes estreantes. Pouco dinheiro, nenhuma experiência.

    Uma dessas equipes estreantes de 1991 era a italiana Il Barone Rampante. Para pilotar seu bólido, convidou um piloto italiano, também estreante. Alessandro Zanardi não ligou para nada disso e foi campeão. Depois de garantir o campeonato, venceu ainda mais duas corridas.

  1. Insistir um pouco mais?
    Esse desempenho chamaria a atenção das equipes de Fórmula 1. Nosso campeão teve a oportunidade de correr pela italiana Minardi, substituindo Christian Fittipaldi, que estava machucado. Em 1993, de contrato assinado com a Lotus, ele marcou seu primeiro ponto, no GP do Brasil. Infelizmente, nesse ano também sofreu um grave acidente, que o deixou fora do resto da temporada e do começo da temporada de 1994. Quando voltou, a equipe Lotus estava morrendo (falindo). Fazer o quê? Foi correr de turismo o resto do ano. Durante as Quatro Horas de Donington Park (Inglaterra), ele liderava com mais de uma volta de vantagem quando, faltando apenas oito minutos para o encerramento da prova, seu carro quebrou.
  1. Escolher outro nicho de mercado?
    Em 1995, Alessandro Zanardi foi tentar a vida nos Estados Unidos, correndo pela Cart/Indy, então se desenvolvendo para ser a grande rival da Fórmula 1. Em outubro de 1995, ele assinaria com a equipe de Chip Ganassi, contra os conselhos do chefe dessa equipe, Mo Nunn, que avisava: “Esse italiano bate muito.” Mas na sua primeira temporada na Indy, Zanardi faria cinco poles e conquistaria três vitórias. A seguir, Zanardi levantaria dois campeonatos na Indy, em 1997 e 1998.
  1. Oferecer algo a mais para seu público original?
    O sucesso na Indy fez Sir Frank Williams convidar Zanardi para testes de novo na Fórmula 1. Em 1999, sofreu ao lado de Ralf Schumacher com um motor fraco. No final do ano, Frank Williams e Zanardi decidiram seguir caminhos separados, e o italiano voltou para uma Indy internacionalizada, com corridas na Europa e Japão, agora pela equipe de Mo Numm, aquele que tinha sido contra sua contratação. Zanardi folga o Ano 2000, e volta à Indy em 2001.
  1. Adaptar-se às circunstâncias?
    A temporada de 2001 não foi nada boa para Zanardi até a corrida da Alemanha, onde ele liderava. Mas ao sair do boxe, sofreu um dos mais graves acidentes de automobilismo dos últimos anos. Como consequência, perdeu ambas as pernas.

    Mas Alessandro não desistiu: projetou ele mesmo suas próteses e em 2004 voltava a competir, no Campeonato Europeu de Turismo, em um bólido adaptado, com todos os controles à mão. Em 2005, o campeonato passou a se chamar Mundial de Turismo (WTCC), Zanardi obteve três vitórias, empolgou o público e… Saiu da categoria.

  1. Aprender com o ocorrido?
    Em 2006, Zanardi ganharia uma nova chance na Fórmula 1. A Sauber adaptou um carro e o italiano foi, testou e… Desistiu:

    — Não dá para ser competitivo na Fórmula 1 usando só a mão direita para fazer as curvas enquanto sua mão esquerda cuida do câmbio e tudo mais. Mas foi incrível sentar nesses carros de novo.

  1. Começar do zero em um novo mercado?
    Em 2007, alguém apresentou a Zanardi uma bicicleta para amputados. Ele gostou e, para não perder o hábito, foi correr com ela. Naquele ano mesmo, chegou em quarto lugar na categoria de bicicleta para amputados na famosa Maratona de Nova York.

Em 2012, aos 45 anos, Alessandro Zanardi participa da Paralimpíada de Londres e ganha duas medalhas de ouro e uma de prata. E foi convidado para entrar em um carro de corrida e participar, mais uma vez, das 500 Milhas de Indianápolis.

Ele ainda não sabe se aceita.

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