Empreendedorismo não é modismo

O empreendedorismo mergulha fundo no estudo do comportamento, das atitudes empreendedoras, das condições ambientais e depois formula métodos de ensino para a sua socialização. O progresso humano não ocorre de forma linear e sim aos saltos. Os “pulos tecnológicos” foram provocados por pessoas diferenciadas como Cristóvão Colombo, Santos Dumont, Albert Einstein, Bill Gates e tantos outros. A palavra empreendedorismo passou a designar um movimento focado no estudo da importância de determinadas características das pessoas empreendedoras para a evolução do progresso humano no planeta. Os primeiros doutorados em empreendedorismo surgiram no final da década de 1980. Atualmente são gerados mais de 1.500 publicações, teses e estudos sobre empreendedorismo a cada ano. Com essa enorme massa crítica de pesquisadores pertencentes à quase todas as disciplinas das ciências sociais trabalhando no assunto podemos antever a construção de uma teoria, de uma ciência do empreendedorismo ou empreendedologia. O que não falta é gente de alto gabarito formulando hipóteses, investigando, experimentando e comprovando teses sobre o assunto. O empreendedorismo mergulha fundo no estudo do comportamento, das atitudes empreendedoras, das condições ambientais e depois formula métodos de ensino para a sua socialização. Os pilares do ensino empreendedorista são a formação de atitudes e o desenvolvimento de técnicas de planejamento.

O empreendedorismo formou um acervo de conhecimentos com força suficiente para derrubar o mito de que o sucesso em qualquer empreitada só é possível para uns poucos predestinados que já nascem empreendedores. Os talentos inatos, os que já trazem o empreendedorismo no DNA, como Bill Gates, Barão de Mauá ou Silvio Santos sempre existiram e vão continuar a existir. A novidade é que com a intervenção das ferramentas do empreendedorismo é possível despertar empreendedores latentes, ganhar tempo e encurtar os caminhos que levam a geração de novas riquezas. Com o empreendedorismo estabeleceu-se uma metodologia de ensino especializada na tarefa de forjar intelectos mais preparados para sonhar, inovar, planejar e assumir riscos com maiores chances de sucesso. Com o ensino do empreendedorismo os talentos empreendedores inatos também serão beneficiados e aproveitados pela sociedade de uma maneira mais rápida, eficiente e produtiva.

Os líderes da revolução industrial diziam que a função das escolas era preparar bons e fiéis empregados para as empresas. Ensinar empreendedorismo significa quebrar esse paradigma. O movimento empreendedorista mundial cresceu muito na década de 1990. Diversas políticas públicas baseadas no empreendedorismo foram implementadas em várias partes do mundo. No Brasil, a Fundação Getulio Vargas introduziu a disciplina em cursos de pós-graduação a partir de 1989. O ensino empreendedorista já é realidade em centenas de escolas brasileiras desde o ensino fundamental até o universitário A criação do SEBRAE foi o marco decisivo para a construção de um ambiente político e econômico mais favorável ao surgimento de novos empreendedores.

Outra boa notícia diz que já estão em operação no Brasil mais de 200 incubadoras de empresas. E mais um sinal dos tempos: a Secretaria do Trabalho do Ceará que, antigamente só cuidava dos direitos trabalhistas, agora trata também de apoiar aqueles que criam empregos. Passou a chamar-se: Secretaria do Trabalho e Empreendedorismo. Empreendedorismo não é um simples modismo como tantos outros que permeiam a teoria administrativa. É uma poderosa revolução científica, em movimento acelerado.

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