Faça o que o seu coração mandar

Com freqüência, uma vez tendo escolhido um determinado caminho na vida, hesitamos em mudar a direção. Mesmo quando nos desiludimos com a escolha, receamos olhar para trás e lamentar o tempo perdido. Porém, quanto mais teremos de nos lamentar por não ter mudado de direção enquanto ainda era possível? Edward Albee enfrentou exatamente esse dilema. Faça o que o seu coração mandar

Com freqüência, uma vez tendo escolhido um determinado caminho na vida, hesitamos em mudar a direção. Mesmo quando nos desiludimos com a escolha, receamos olhar para trás e lamentar o tempo perdido. Porém, quanto mais teremos de nos lamentar por não ter mudado de direção enquanto ainda era possível? Edward Albee enfrentou exatamente esse dilema.

Nascido em 1928 na Virgínia, Albee foi adotado com apenas duas semanas de idade por Reed e Frances Albee, uma famosa família de teatro sediada em Nova York. Desde pequeno, ele adorava freqüentar o meio teatral. Seu desempenho na escola, porém, era medíocre, e Albee foi expulso mais de uma vez. Só os professores da Choate School, de Wallingford, em Connecticut, descobriram seu potencial para a literatura e para o teatro. Com o incentivo deles, o rapaz chegou a entrar para a faculdade de letras, mas logo abandonou o curso.

Já adulto e morando em Greenwich Village, em Nova York, ele se sustentava com uma série de empregos mal-remunerados ? vendedor de livros, assistente de escritório, mensageiro e vendedor de discos, entre outros. Ironicamente, dizia gostar de fazer esses serviços avulsos, pois ?não tinha a mínima possibilidade de que isso se tornasse uma carreira?. Mas, no fundo, ele continuava interessado na vanguarda de Eugene Ionesco e Samuel Beckett, que desenvolviam uma forma de drama inteiramente nova: o teatro do Absurdo.

Esse tipo de teatro, que explorava o ridículo da sociedade, cativou especialmente Albee, que tinha continuado a escrever em segredo. Quando completou trinta anos, ele largou o emprego que tinha na época, instalou-se na mesa da cozinha com caneta e papel na mão e começou a escrever uma peça. Em menos de três semanas, ele terminou A História do Zoológico, uma peça de apenas um ato sobre dois estranhos que se encontravam no Central Park. A peça chamou a atenção de produtores alemães, que a encenaram pela primeira vez na Berlim Ocidental em 1959.

Albee escreveu mais de vinte e cinco peças durante as três décadas que se seguiram, a maioria delas sobre o absurdo das preocupações superficiais da vida moderna. Suas peças se concentram na questão do tempo e nas situações patéticas. ?Todas as minhas peças giram em torno das pessoas que deixam escapar as oportunidades, param de trabalhar ainda jovens e chegam ao final da vida lamentando o que não fizeram?. Muitas pessoas, segundo ele, ?dormem? durante a vida, nunca aproveitando o tempo para fazer o que realmente tem importância para elas. Três das peças do dramaturgo receberam o Prêmio Pulitzer de Teatro: Um Equilíbrio Delicado (1966), Seascape (1974) e As Três Mulheres Altas (1994). Sua peça mais conhecida ? Quem Tem Medo de Virgínia Woolf? ? tornou-se um filme clássico, estrelado por Elizabeth Taylor e Richard Burton.

Edward Albee poderia ter continuado a desperdiçar seu tempo, sem nunca apostar nas coisas que sempre sonhou fazer. Mas ele teve coragem para reformular o modo como gastar seu tempo. E, uma vez estabelecidas essas prioridades, conseguiu gastar seu tempo com o que realmente valia a pena.

Frase: ?Tempo é a coisa mais valiosa que um homem pode gastar? ? Diógenes

(capa) Para Saber Mais: Extraído do livro A Nova Lei de Murphy ? Dez regras pouco convencionais para fazer tudo dar certo em sua vida, de Emmett C. Murphy, com tradução de Rosane Neves (Rio de Janeiro ? Editora Sextante). Fone: 0800-226306. Visite: www.sextante.com.br

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