Perca o medo de falar em público
Muitas pesquisas apontam o medo de falar em público como um grande bloqueador. Dizem que as pessoas têm mais medo de falar em público do que de altura, de escuro e até de encontros com pessoas desconhecidas. Mas a verdade é que, gostando ou não, todos nós precisamos, em algum momento, dizer algo diante de uma plateia, pequena ou grande.
E então, qual é o melhor caminho para enfrentarmos esse desafio e vencermos a inibição, o nervosismo, o medo de falar em público? Não há dúvidas de que a prática é a melhor escola. Quanto mais aceitarmos o desafio da exposição e nos colocarmos à disposição para falar em situações públicas, menor será a insegurança e, portanto, melhor será a performance.
Devemos entender que esse desconforto é normal e até desejável. Uma pequena carga de estresse nos ajuda a manter a concentração e a valorizar a importância do planejamento e da preparação. Quanto maior for a sensação de autoconfiança, menor será a responsabilidade com a necessidade de planejar a fala – e aí corremos o risco do excesso de confiança: sem planejar, as chances de “dar um branco” são muito maiores.
Vencido o primeiro obstáculo – colocar-se para falar em público –, o segundo passo é planejar bem a fala. O planejamento pode ser bastante simples, como o de uma redação escolar – a fala deve ter início, meio e fim. Uma introdução curta, para “criar o clima” para a exposição do assunto, um desenvolvimento robusto, com toda a argumentação, e uma conclusão bastante objetiva, com um bom desfecho para a apresentação. Mesmo sendo simples assim, muitas vezes pensamos apenas na argumentação e não nos lembramos da introdução e, principalmente, da conclusão. Uma fala mal introduzida pode se tornar brusca. Lembre-se do ditado que diz: “A primeira impressão é a que fica” e se esforce para causar uma boa primeira impressão.
E a conclusão de uma fala também merece esmero no planejamento. Quando uma pessoa não planeja o que vai dizer ao final de sua apresentação, é comum “patinar”, repetir argumentos, tornar-se reticente… e terminar com o terrível clichê: “Então é isso!”. A última frase deve ser impactante a ponto de ficar ecoando nos ouvidos da plateia.
Por fim, o conteúdo de uma fala deve ser simples e adequado ao público ouvinte. Hoje, é preferível uma linguagem simples e coloquial às formas mais arcaicas e pernósticas. A época dos discursos pomposos já passou. Atualmente, um bom orador não fala para impressionar, mas para ser compreendido, e algumas vezes para encantar, emocionar ou convencer a plateia. E tudo isso é muito mais possível com palavras que as pessoas compreendam!