Gestão do tempo entre homens e mulheres

Pesquisa mostra que mulheres usam mais seu tempo em coisas essenciais. Quem ainda acredita que a mulher é o sexo frágil está precisando urgentemente rever seus conceitos. O século XXI e a sociedade do conhecimento colocaram a mulher em uma posição igual ou superior a do homens, em que a força não mais faz a diferença, mas sim seus conhecimentos, habilidades e competências. Para infelicidade de muitos machistas (sim, acredite, eles existem aos montes!) a mulher assumiu um papel de destaque em nosso tempo. Quando comecei a trabalhar com gestão de tempo e produtividade, a maioria das perguntas e contatos eram feitos por homens. Hoje, esse quadro mudou: 70% das perguntas que recebo semanalmente são de mulheres que estão estressadas, sem tempo e com excesso de funções.

Semana retrasada, recebi um e-mail de uma advogada do Acre, de 45 anos, casada, mãe de dois filhos, com uma pergunta interessante. Ela reclamava que não conseguia ter tempo para nada, que tinha de cuidar da casa, da carreira, do escritório, do marido, de si e se sentia muito mal e cobrada por não conseguir atender a todos da forma que gostaria. Mas a pergunta que me chamou atenção foi: “Como posso voltar a ter tempo para ser mulher? Como meu marido diz que sua mãe foi para seu pai ou como meu filho diz que as mães de seus amigos são e como eu acho que gostaria de ser. Preciso abdicar do que sou hoje para ser essa pessoa?”.

Tenho ouvido esse tipo de indagação com freqüência. A mulher de hoje não tem tempo de ser mulher. Mas o fato mais constante é que a mulher se cobra demais por isso. Por não ter tempo para casa, para os filhos, para beleza, para o casamento, para a carreira, para as amigas. O homem sem tempo também tem consciência disso, mas a cobrança pessoal é muito menor que a da mulher (algumas vezes nem existe).

Essa semana fiz uma análise: a Tríade do Tempo das mulheres. Lembrando que a Tríade é a divisão que faço do tempo entre coisas urgentes, importantes e circunstâncias.

O resultado da média dos testes realizados (com mulheres na faixa dos 35 anos, em atividade profissional) mostrou que a composição da Tríade, em média, é: 48% do tempo dedicado às urgências, 28% às coisas importantes e 24% às circunstâncias.

Esse resultado é o retrato da mulher que descrevi acima. Ela tem um foco grande em problemas do dia-a-dia, com urgências de trabalho, da casa, dos filhos, do marido ou namorado e familiares. Mas mesmo assim, com toda a cobrança, ainda consegue ter tempo para cuidar de coisas importantes na sua vida e as coisas supérfluas e circunstanciais ficam em segundo plano.

No caso dos homens, existe um equilíbrio maior entre as urgências e as circunstâncias, deixando o importante em segundo plano. O homem gasta mais tempo com conversas paralelas, chope com os amigos, festas sociais do que as mulheres, que têm um senso de maternidade e responsabilidade mais destacado, até pela própria cobrança que fazem de si. Isso mostra que aquela teoria de que o homem gosta de fofocar mais que as mulheres pode ser verdade. Enquanto eles perdem tempo com coisas sem sentido, a mulher precisa usar seu tempo em coisas mais importantes.

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