Marketing se faz com ética

Na rede tudo vira peixe. Esta é a impressão que temos quando nossa caixa postal fica super lotada de mensagens não solicitadas. Debater sobre SPAM virou carne de vaca. Alguns acreditam que enviar apenas um e-mail informando sobre o descadastramento não caracteriza um SPAM. Outros, mais xiitas, como eu, acreditam que SPAM é qualquer e-mail comercial não solicitado.

Não adianta cair na própria armadilha. Marketing se faz com ética. E ética não se compra na esquina. Somos profissionais e sabemos das conseqüências dos nossos atos. Aceitar que a “primeira vez tudo bem” parece com a frase daquele político “estupra mas não mata”. Nenhum dos casos é aceitável. Por que tenho que concordar que o meu e-mail seja alvo de campanhas de marketing invasivas? A sociedade civil tem que se organizar para coibir estas ações. Negócios não podem ser feitos de qualquer maneira. A Internet não foi criada pelo comércio eletrônico e não podemos deixar que seja dominada por este pessoal.

A ação destes SPAMMERS está chegando ao cúmulo da calhordice. Estão anexando no corpo do e-mail a seguinte frase: “Esta mensagem é enviada de acordo com a nova legislação sobre correio eletrônico, Seção 301, Parágrafo (a) (2) (c) Decreto S. 1618, Título Terceiro aprovado pelo “105 Congresso Base das Normativas Internacionais sobre o SPAM”. Este e-mail não poderá ser considerado SPAM quando inclui uma forma de ser removido.”

Ora, isto não existe. Muito pelo contrário, o SPAMMER envia uma mensagem que gera um custo para o destinatário. Custo ínfimo, é verdade. Mas a somatória da ação destes picaretas faz o valor atingir o incontável. SPAM é crime.

O Marketing Direto sempre se valeu de listas compradas de empresas. Muitas são idôneas. Tem autorização dos cadastrados para receber informação de terceiros. Outras, simplesmente, recolhem informações e as revendem. Não há autorização por parte dos cadastrados, logo, estão invadindo a privacidade. Isto não tem nada de legal. Quem quiser fazer uma campanha por e-mail tem que utilizar listas idôneas. Neste caso não há caracterização de SPAM, pois existe autorização do usuário. Isto é legal. O marketeiro ético vai procurar listas que dão permissão para efetuar o contato com pessoas ou empresas cadastradas. A responsabilidade pelo ato é toda do departamento de marketing. Empresas que trabalham coletando informação indiscriminadamente tem que ser banidas. A melhor forma é nunca negociar com este pessoal. A Internet é um novo mundo. Temos uma chance de construir uma nova forma de viver em sociedade. Não podemos fazer negócios da maneira antiga. Erros do passado não são justificativas para ilegalidades. Temos que aprender com o passado e jamais repercutir no futuro. Somos seres humanos. Somos civilizados e assim pretendemos reconquistar a nossa qualidade de vida.

No Brasil, os bandidos de plantão nunca se importaram com o usuário. É certo que isto não é exclusividade tupiniquim. Mas usuários, em geral, são desorganizados. E a invasão à privacidade é individual, embora a resposta a estes ataques deva ser coletiva. A sociedade civil tem que se organizar. Nos EUA, as organizações não governamentais defendem os direitos civis dos usuários. Precisamos de organizações semelhantes para nos defender. E abrir a boca do trombone. Nós, consumidores, ainda estamos tensos, pois, de repente, os mercados são nossos. Só falta assumirmos a responsabilidade.

Conteúdos Relacionados

Todo bom vendedor é um Masterchef

Todo bom vendedor é um Masterchef

Recentemente, num cruzeiro que fizemos pelo Caribe, tivemos a chance de participar de um “mini programa” do MasterChef no navio.

Algumas pessoas da plateia são escolhidas, recebem uma lista de ingredientes e precisam criar pratos com os ingredientes, apresentando-os depois para serem avaliados pelo júri (no caso, o capitão do navio e dois de seus assistentes).

Continuar lendo

Pin It on Pinterest

Rolar para cima