Nenhuma empresa está imune à queda. O único seguro: ser excelente!

Quais são as empresas que estão mais suscetíveis à queda e como buscar a excelência?

No fim de setembro, estivemos em Washington, D.C., para um encontro do grupo Small Giants (Pequenos Gigantes) e também para a conferência anual da revista de negócios Inc. (algo parecido com a nossa ExpoVendaMais).

O evento todo foi excelente e inspirador. Mas uma das mais aguardadas palestras (e uma das melhores que já assisti) foi a do guru em gestão Jim Collins, autor dos livros best-sellers Feitas para durar e Feitas para vencer. Assim que foi anunciado o início de sua apresentação, os participantes largaram suas canecas e pratos do café da manhã e, rapidamente, lotaram a sala principal, com mil lugares.

E há um motivo para tanta popularidade: Jim Collins é hoje um dos mais respeitados estudiosos de gestão, pois produz suas próprias pesquisas, todas voltadas a encontrar pontos de convergência que fazem as empresas serem excelentes. Recentemente, ele terminou uma nova pesquisa com o intuito de descobrir como algumas empresas que tinham muito sucesso, crescimento e lucro sucumbiram em poucos anos (ou meses) e se transformaram em grandes exemplos de como não gerir uma empresa.

Os resultados desse trabalho Jim Collins publicou em seu novo livro chamado How the mighty fall: and why some companies never give in (ainda sem tradução no Brasil, mas seria algo do tipo Como as poderosas caem: e por que algumas empresas nunca se entregam) e também foram contados nessa palestra.

 As perguntas que não querem calar (cujas respostas eram ansiosamente aguardadas por todos os participantes no evento) são: “Existem pontos em comum entre as empresas que estão caindo?”, “É possível reconhecê-los?”, “É possível reverter a situação e voltar ao topo?” e “Como se tornar excelente?”.

 

 Você confere, agora, algumas das principais descobertas de Jim Collins que poderão, com certeza, mudar a maneira como faz a gestão da sua equipe e empresa. Em 2010:

Empresa

  • As empresas que caem normalmente estão doentes por dentro muito antes de mostrarem qualquer sintoma. Elas vão bem, são lucrativas e, por isso, ninguém presta atenção aos pequenos sinais emitidos de que existe algo errado. A liderança ignora os problemas.
  • Ninguém está imune à queda. Não existe empresa alguma que esteja 100% protegida de cair.
  • Há um grande ponto em comum entre as empresas que caem: a arrogância. Um pensamento generalizado de que nós podemos tudo, possuímos o poder e, por isso, podemos usar (e abusar) dele. Como temos muito sucesso, podemos ignorar alguns detalhes, como o relacionamento com funcionários e clientes.
  • A tempestade e a turbulência não são os motivos pelos quais as empresas caem. O que determina ou não a queda é o que você fez antes da tempestade chegar, e não o que você faz na tempestade.
  • Algumas vezes, as empresas “tentam demais”. Elas ficam o tempo inteiro tentando crescer, aproveitar todas as micro-oportunidades e fazer mais e mais que se esquecem de fundamentar o crescimento e construir uma base forte. E uma boa empresa tem muito mais chance de morrer pelo excesso de oportunidades que pela falta delas.
  • Não interessa o quanto tenha caído, você pode parar a queda, voltar a subir e se tornar uma empresa excelente.

Liderança

  • Empresas que estão caindo ignoram pequenos (e até grandes) problemas. Mas você precisa olhar para todos eles. Muitos líderes adoram ampliar o que a empresa tem de bom e evitar o que tem de ruim. Já os melhores líderes, quando encontram uma pedra no caminho, pegam, olham, analisam e dizem: “Credo, que coisa feia! É melhor eu resolver isso agora”. Eles sabem que mesmo um problema pequeno precisa ser visto e tratado.
  • Os líderes de empresas excelentes têm muita disciplina para confrontar os fatos brutais da empresa, pois somente isso pode ajudá-los a seguir em frente. Qualquer coisa que esteja errada merece o tempo e a energia deles para ser consertada.
  • Existem cinco níveis de liderança possíveis em uma empresa: o primeiro nível é um indivíduo altamente capaz, o segundo é um membro da equipe que contribui positivamente, o terceiro é um gerente competente, o quarto é um líder eficiente e o quinto é aquele que tem uma paixão ardente pela missão da empresa. Sem um líder de nível cinco, fica muito difícil atingir a excelência ou evitar a queda.
  • Os grandes líderes têm uma razão para trabalhar, além de ganhar dinheiro, porque isso não é suficiente quando a situação está difícil.
  • Lembre-se sempre de que o trabalho é infinito, mas o tempo é finito. O que você faz nas horas que tem é o que pode determinar o seu sucesso ou fracasso. Entretanto, dedique algum tempo para o ócio criativo. Criatividade não pode acontecer quando você está o tempo todo reagindo aos acontecimentos.
  • Para alcançar a excelência, tenha conselheiros pessoais. Convide as pessoas próximas que você mais admira para ajudá-lo em seu caminho, não para tomar as decisões por você, mas para ajudar na análise das possibilidades.

Equipe

  • Chega de colocar todas as pessoas excelentes da sua empresa para fazer tudo. A maneira mais rápida de cair é não ter pessoas boas o suficiente na empresa. Então, primeiro, você precisa colocar os bons profissionais dentro do ônibus, tirar os ruins e, aí sim, dirigir para algum lugar. Elimine os mais ou menos.
  • As empresas que têm menos predisposição para cair não precisam motivar seus funcionários. Elas possuem as pessoas certas, então esses profissionais são naturalmente motivados e disciplinados. Se você precisa ficar cobrando horário, produção e resultado sempre, então não tem as pessoas certas.
  • Sabe o que mais desmotiva os profissionais excelentes? Ver a liderança não enfrentar os fatos e problemas que todos podem ver.
  • Todos na empresa precisam ter uma lista de coisas para não fazer. E isso é mais importante que ter uma lista de coisas a fazer.

Excelência

  • A excelência é criada internamente. Ela tem muito mais a ver com o que você faz consigo mesmo do que com o que o mundo faz com você.
  • A verdadeira assinatura da mediocridade é a inconsistência crônica. Empresas excelentes são consistentes.

Após tantas descobertas, que são verdadeiras lições, o que ficou no fim da palestra de Jim Collins foi uma sensação de que temos muito a fazer, mas que é possível para qualquer empresa e profissional que queira deixar de se contentar com o bom para se tornar excelente.

Espero que você tome essa decisão para a sua empresa e vida!

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