Networking deve ser interno e externo

É preciso seguir regras ao solidificar essa “teia” de relações. Saber quais são os nomes certos na agenda é uma delas. A palavra networking imediatamente remete à rede de relacionamentos que os profissionais mantêm fora do ambiente normal de trabalho. No entanto, o conceito, quando bem cultivado dentro da empresa, pode ser até mais importante do que fora dela.

Visibilidade, respeito e carreira ascendente são algumas vantagens. Para isso, é preciso seguir regras ao solidificar essa “teia” de relações. Saber quais são os nomes certos na agenda é uma delas.

“Conhecemos muita gente, mas nem todos são da nossa “rede”””””, afirma o professor de RH Lindolfo de Albuquerque, da FEA-USP (Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo).

“Primeiro, é preciso se expressar bem”, aponta Silvio Celestino, consultor de marketing pessoal. Depois, a melhor pedida é sair dos círculos habituais de relacionamentos, como ao convidar um colega de outra área para almoçar.

Um ponto central na hora de abordar os colegas é a naturalidade. Em um evento de confraternização ou em um happy hour, gostos ou hobbies podem ser um bom gancho para a conversa.

“Quando conheço alguém, tento fazer um comentário que a pessoa lembrará depois. Se é mais brincalhona, digo algo engraçado; se é mais séria, falo sobre algo técnico”, conta o engenheiro químico André Unglert, 23. “Vou com a cara e a coragem. Digo que quero conhecer seu trabalho e ofereço algo em troca. Depois mando um e-mail para manter o contato.”

Essa retomada da conversa é um ponto importante. Não vale só distribuir cartões de visita ou apertar mãos. “Ao receber um cartão, pode-se anotar no verso algum detalhe que tenha surgido na conversa -se o outro gosta de música, por exemplo”, sugere Jorge Viani, consultor de RH da Hewitt. “Na hora de retomar o contato, há um gancho, um assunto que toque no lado pessoal.”

Importante também é a reciprocidade na relação com os colegas. “No networking interno, é central ajudar os outros na solução de problemas, ser prestativo e simpático”, ressalta Renato Gutierrez, da Deloitte. “Assim as duas partes podem crescer juntas.”

Márcio Moretti, 32, e Rodrigo Alvarez, 33, atestam essa hipótese. Conheceram-se há mais de dez anos numa empresa farmacêutica e, a partir do contato profissional, desenvolveram uma parceria: desde 1995, são sócios na Active.

“Nós tínhamos diferenças de comportamento. O Rodrigo é mais centrado, mais autodidata, e eu sou mais aberto”, conta Moretti, “mas o grande ganho esteve nas diferenças, na diversidade”.

Agora são eles que estimulam, na empresa, as relações entre os funcionários. “Corremos de kart, jogamos squash, temos festa para a família”, enumera Alvarez.

No alvo

Para viabilizar bons resultados, convém escolher as pessoas certas. Com uma rede de contatos bem desenvolvida, a visibilidade dentro da empresa é garantida. Com isso, respeito e consideração surgem na hora de propor um projeto ou dar uma opinião (leia mais no quadro abaixo).

“Os contatos importantes para determinado trabalho são localizados quando se conhecem o organograma e as lideranças informais”, explica Albuquerque, da FEA-USP. “Devem-se procurar mentores que mostrem a conjuntura. Entender para onde sopra o vento e se encaixar”, completa Paulo Sabbag, especialista em gestão de conhecimento da Fundação Getulio Vargas de São Paulo.

Fonte: Folha de S. Paulo ? 13/05/06

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