O vendedor desmotivado consigo mesmo

O que fazer quando você está desmotivado?

Pense na seguinte cena. Você pergunta a seu filho:

— O que você vai ser quando crescer?

E ele pensa e diz:

— Não sei! Talvez médico ou advogado.

Bem, esse é o princípio do caos no coração da autoestima. Por que você perguntou ao filho: “O que você vai ser”? Por acaso ele não é?

Sim, ele já é gente, potencial, talento alvorecendo. Você deveria ter perguntado:

— O que você vai fazer quando crescer?

Outra cena: você está perto e ouve um coleguinha dizer a seu filho:

— Você toca piano?

E ele responde de imediato:

— Não!

Para fortalecer a autoestima dele, você o chame, depois, em particular e comenta:

— Você já experimentou tocar piano, filho?

— Não, pai!

— Então como você responde não para uma coisa que você ainda não testou?

A cena parece louca, mas um pai assim fortalece os músculos emocionais de uma criança.

Bem, e agora uma criança, que não teve um educador sábio, cresceu. Virou profissional de vendas. Então, é jogada na selva predatória da competição competente. E, aí, esse vendedor não está sozinho. Ortega y Gasset disse: “Eu sou eu e minhas circunstâncias”. E, como você não se conhece no relacionamento, mas no isolamento, surge a dor de perceber que a autoestima, que é o cão de guarda da motivação, cochila e aparece o desânimo. O que fazer nesse caso?

Opção 1: se você chegou a esse ponto, é porque não gosta de sua profissão – então, o melhor a fazer é cair fora! Ora, quem disse que essa é a melhor opção? Quem disse que profissionais se desmotivam porque não gostam do que fazem? Mas o problema é outro. O que fazer quando não estou desmotivado com o mercado nem com os outros, e sim comigo mesmo?

É a opção 2. Sabe por que você está desmotivado consigo mesmo? Talvez porque tenha uma tomada que você a liga em si mesmo, e não nos outros.

Sabe por que alguns estudantes de medicina abandonam a faculdade no quinto ano? É porque, até aquele momento, eles se relacionaram com livros e pessoas mortas, cadáveres. A partir do quinto ano, precisam tratar com pessoas vivas, gente – e ainda por cima doentes.

Antes, o ambiente do isolamento era limpo, pessoas lindas de branco ao lado, a saúde pulando nos livros e nos olhos. Mas, a partir do quinto ano, o ambiente do relacionamento é outro. E, aí, alguns desses estudantes descobrem que não gostam de gente nem de contato físico e desistem.

Enquanto você estudava características de produtos/serviços, simulações, psicodramas, teatrinhos, teorias de marketing, etc., dentro das paredes brancas e lindas de uma sala de treinamento, as rosas pareciam não ter espinhos. Mas é lá fora, onde você se relaciona com um mercado espinhoso, que o desânimo acontece.

Mas acredite: a desmotivação não está em você ou no mundo. Está na relação outros-você. Qual é o segredo para acabar com a desmotivação consigo mesmo? Pegue a tomada do interesse pelos outros e ligue-a nos outros. Parta dos outros para você. Segure bem alto a tocha dos interesses e dos relacionamentos, mas na direção dos outros. E você verá o óbvio: é impossível querer iluminar os outros sem você ser iluminado. Mesmo porque a tocha está em suas mãos.

Redescobrir que a sua motivação é uma tomada que precisa ser ligada nos outros vai fazer renascer a autoestima perdida em você. Quando pensa nessa direção, você não se vê mais no fundo do poço, porque não está centrado em si mesmo, e sim nos outros. Você se torna “clientocêntrico” e “mercadocêntrico”, e não egocêntrico. Você passa a se concentrar nas necessidades dos outros, e não em si mesmo. Você não pensa mais: “Estou desmotivado, e agora?”, mas diz para seu espírito: “O que posso fazer para que meu cliente fique motivado com os benefícios de meus produtos/serviços?”.

Essa é toda a diferença entre as pessoas muito motivadas e as desmotivadas consigo mesmas. Viva a nova tomada!

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