Pena de si

A pena de si impede o desenvolvimento e mantém o estado de atraso, pois depende de nós ter a energia necessária à conquista de coisas que causem o prazer de evoluir e se sentir capaz. O sentimento de pena é uma forma de justificar, muitas vezes, a nossa desistência diante de obstáculos. Contudo, ele consome nossa expectativa de realizar idéias e sonhos. Em cada situação de desistência, nos aliviamos quando sentimos pena de nós mesmos. Porém, forma-se outro tipo de sentimento decorrente: o de incapacidade. Cremos que a autopiedade nos protege. Mas nos enganamos. Ela ameniza a dor de um fracasso, mas fere ainda mais, depois, quando corrói a auto-estima ao negar-nos a chance de insistir na tentativa de atingir objetivos. Assim, nos agredimos e atribuímos tais pesares a tudo o que nos rodeia, menos a nós mesmos.

Não suportamos a idéia de encarar o fato de que reside em nossas crenças e ações o encaminhamento e a resposta que obtemos dos empreendimentos na vida. Embora exista dependência de terceiros para realizar muitas coisas, está dentro de nós a chave para persistir ou desistir dos objetivos que porventura idealizemos. Não temos o hábito de refletir a respeito de nossa participação nos resultados que colhemos, conforme cada plantio realizado. Acreditamos que pouco fazendo, muito conseguiremos. É uma falsa esperança. Nos apoiamos nela e constantemente obtemos quase nada em troca.

Não se trata apenas de ter fé. As obras são abençoadas por ela, mas o verdadeiro milagre ocorre por frutificação. É preciso se ajudar. Lutar favoravelmente com força e resistência. O tempo de colheita requer esperança. Dessa forma, alia-se ação e fé. No entanto, em vez de investirmos favoravelmente em nós, desistimos e dificultamos o nosso caminho, tendo pena de nós mesmos. Choramos pela própria fraqueza e pelo mal-estar, sem enxergar que nos alimentamos de mais fracasso ainda. Confundimos a pausa necessária para a recomposição do desgaste com o sentimento de desolação. Temos uma boa quantidade de água, entretanto continuamos nos lamentando de sede.

Vemos somente o deserto e não o oásis por trás das dunas de areia. Nos atiramos ao chão e à sorte. Às vezes, nos esforçamos consideravelmente, mas nos abandonamos ao acaso, perto de chegar ao destino desejado. A persistência determina que se busque incansavelmente e não abandone ao menor sinal de cansaço e frustração. A autopiedade impede o desenvolvimento e mantém o estado de atraso. Depende de nós boa parte da energia e ação necessárias ao avanço e conquista de tantas coisas que nos causem o prazer de evoluir e se sentir capaz. Você tem pena de si?

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