RĂ¡pido e malfeito

Cuidado para nĂ£o assustar o cliente no momento do atendimento. Isso pode ser fatal na concretizaĂ§Ă£o da venda. Fala-se muito que as empresas devem ser rĂ¡pidas, na velocidade da luz. Entretanto, gestores e operadores ainda confundem em que devem ser Ă¡geis. Se no fazer as coisas, cumprir sua obrigaĂ§Ă£o ou imprimir maior rapidez no que concerne Ă s respostas aos anseios dos consumidores?

Diadema retrĂ³s (dilema atroz), como diz aquela anedota conhecida. Assim, acabam fazendo tudo com impressionante qualidade e rapidez, sĂ³ que malfeito. AtĂ© esse malfeito tem muita qualidade, ostentando belĂ­ssimo certificado ISO-9000, versĂ£o 2000. Know-how internacional para produzir com qualidade o que nĂ£o deve ser feito.

Sempre que as empresas anunciam qualidade, estĂ£o falando o Ă³bvio, um atributo que todos deveriam ter por obrigaĂ§Ă£o de ofĂ­cio. Qualidade nĂ£o Ă© o que vocĂª diz ter, mas o que o cliente percebe. Outra grande besteira Ă© o foco, ou foco no foco do cliente. O mercado hoje exige empresas e profissionais multifocais. Uniconceito Ă© limitante, coisa do passado.

Comprador de livros tem suas peculiaridades. Recentemente entrei numa megastore, dessas que vendem atĂ© livros. Na entrada, deparei-me com uma placa anunciando a missĂ£o da loja, aquelas papagaiadas que nĂ£o precisam ser escritas. Tudo o que nĂ£o estiver impresso na mente, no coraĂ§Ă£o e nos sentimentos das pessoas, nĂ£o precisa gastar dinheiro com cartazes coloridos.

Ao lado do totem estava um guarda impedindo minha passagem. Tive de pedir licença e fui atendido com mĂ¡ vontade. Cheguei no setor de livros da minha preferĂªncia e comecei a ler algumas orelhas, absorto. De repente, sinto um vulto do meu lado e uma voz cavernosa: ?Posso ajudar??. Assustado, pulei para o lado pensando ser um personagem que tinha saĂ­do da histĂ³ria e estava ali me abordando daquela forma.

Recuperando a fala, percebi tratar-se do vendedor fazendo o primeiro contato habitual da casa. Mais tranqĂ¼ilo, respondi pode sim. DĂª-me um copo de Ă¡gua para eu me refazer do susto. O vendedor saiu em disparada para a retaguarda da livraria e voltou com um copo cheio de Ă¡gua mineral. Sem sede, tive de tomar o precioso lĂ­quido e agradecer.

Voltando aos negĂ³cios, disse ao profissional que estava procurando o livro tal. Novamente, em movimentos rĂ¡pidos, revirou as prateleiras, acessou o computador, me perguntou mais de uma vez para confirmar tĂ­tulo e autor, para finalmente descobrir que o livro que eu procurava estava na plataforma de lançamentos a uns trĂªs metros de distĂ¢ncia de onde estava.

EstĂ¡ aqui, senhor, o seu livro. Pode pagar no caixa com este cartĂ£o (alta tecnologia de atendimento.) Constrangido, nĂ£o tive a chance de comprar o livro que a minha mulher havia pedido. Queria comprar uma caneta laser point tambĂ©m, mas nem pensar. O vendedor me mandou pagar no caixa e ir embora. Ao sair, pensei em tentar novamente, mas o vendedor jĂ¡ estava ocupado, assustando o outro cliente.

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