Responsabilidade Social entra no DNA das empresas

Felizmente parece que o discurso da responsabilidade social corporativa está se transformando em ação sob as mais diversas formas e resultante de diferentes forças. Veja porque sua empresa deve entrar nessa onda. Felizmente parece que o discurso da responsabilidade social corporativa está se transformando em ação sob as mais diversas formas e resultante de diferentes forças. Aquilo que começou com filantropia desde os primórdios da história evoluiu significativamente nas últimas décadas, adquiriu contornos não assistencialistas, incorporou conceitos de sustentabilidade e traduz-se hoje em pelo menos parte das ações de Responsabilidade Social Corporativa.

O elemento propulsor que faz com que as empresas arregacem as mangas e se envolvam em assuntos aparentemente não ligados ao seu core business está muitas vezes no altruísmo de um fundador, na vontade de mudar o que está em volta de uma alma mais sensível na diretoria ou o mais comum, na pressão da matriz externa ? há mais tempo engajada no conceito de que o bom negócio é aquele que é bom para todos e não para apenas uma de suas partes. Outra fonte de pressão para este movimento corporativo vem claro, de sua majestade ?o consumidor? – que se ainda não é visto e tratado assim, sabemos todos que deveria, pois é ele quem movimenta o mercado. O consumidor que cobrou, no passado recente, o padrão de qualidade de produtos e a dignidade no atendimento – encabeça hoje o movimento dos que buscam produtos que incorporem os aspectos ambientais bem como e principalmente os aspectos sociais.

Movimentos paralelos impulsionam esta corrente de ação. A ISO (International Organization for Standardization) também atenta a este movimento global, discute a questão através de um grupo formado por representantes de mais de 20 países que se reúne há alguns meses para analisar a necessidade, abrangência e nível de aplicação de uma eventual norma social. Na última reunião deste grupo mundial, ocorrida em 16 de fevereiro em Genebra, a conclusão foi de que o encaminhamento da ISO Social deve prosseguir (sua provável elaboração deve levar cerca de 3 anos). O Brasil está representado neste grupo internacional por Marcos Egydio, Superintendente do Instituto Ecofuturo, uma ONG criada pela Cia. Suzano de Papel e Celulose. O fórum de discussões no Brasil tem sido o Grupo Tarefa sobre Responsabilidade Social, criado pela ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas). O grupo reúne cerca de 40 empresários e movimenta-se para agregar representantes de outros grupos sociais que possam contribuir na discussão. Seguindo a mesma tendência mundial e a fim de manter seus critérios refletindo o estado da arte em gestão, a FPNQ (Fundação para o Prêmio Nacional da Qualidade) incluiu a partir deste ano um critério específico para ?Sociedade?. Este critério avaliará as empresas no que tange a sua responsabilidade social e ambiental, assim vistas como partes integrantes do seu sucesso no sistema de gestão. Em 2003 a FPNQ estará em seu 12o. ciclo de premiação, um reconhecimento máximo do país para a excelência da gestão nas organizações. Pode-se dizer que, tanto a discussão em torno da ISO Social como a inclusão do critério ?Sociedade? pela FPNQ, são fatores que representam mais um grande empurrão para as organizações mobilizarem-se ainda mais em torno das questões de responsabilidade social e ambiental. No mundo já são 500 mil as organizações que possuem a ISO 9001 e a ISO 14001 já certifica mais 100 mil organizações. São certificações importantes, que obviamente geram vantagens competitivas nos mercados domésticos e internacionais. Uma ISO de âmbito social traria seguramente os mesmos impactos para os negócios com conseqüentes melhorias para a sociedade.

Uma recente pesquisa (out/2002), realizada pela PricewaterhouseCoopers em conjunto com o Fórum Econômico Mundial, ouviu 992 CEOs, de 43 países, e concluiu que para 79% deles, a sustentabilidade ? crescimento econômico com responsabilidade social e ambiental – já é tida como elemento vital para a lucratividade de suas empresas. A razão apontada por eles como principal fator impulsionando a sustentabilidade está na preocupação que estes tem com reputação e marca. Toda esta crescente movimentação mundial demonstra que é no mínimo equivocada a noção de que a responsabilidade socioambiental pode ser apenas um modismo. A perpetuidade dos negócios é vista hoje de maneira mais equilibrada. Ela está ligada à perpetuidade dos outros elementos do mesmo sistema: o elemento humano e o elemento ambiental. Neste sentido, ou estes conceitos entram no DNA das organizações, o que parece já estar ocorrendo, ou estas organizações deixam de fazer parte do DNA deste grande sistema.

Conteúdos Relacionados

Pin It on Pinterest

Rolar para cima