Ouço freqüentemente que santo da terra não faz milagre. Não faz porque não dá ao cliente a devida atenção. Daí, fica pelos cantos reclamando da vida, do país, do partido político, etc… Faz. Tem que fazer!!! Ouço freqüentemente que santo da terra não faz milagre. Não faz porque não dá ao cliente a devida atenção. Daí, ficam pelos cantos reclamando da vida, do país, do partido político, da ?mula que nasceu manca?, etc. e ?cositas más?.

Enquanto estive em meu escritório, na tarde de hoje, percebi que a reclamação feita pela classe de ?visitadores? é infundada. Vejam: se eu não tivesse ficado em meu escritório, estaria em visita a um cliente, detectando uma necessidade, criando várias oportunidades de trabalho ? tanto para mim, quanto para os demais que se interligam à minha atividade. Logo, reclamar daquilo que não criamos, esperar daqueles que esperam de nós… Ah!, vamos lá. É falta de criatividade. Você não acha, também?

A mais dura realidade que enfrentamos é aquela que não queremos que seja, de fato, a origem de nossos erros. Queremos encontrar no colega da frente, do lado, de trás a resposta definitiva para os nossos tropeços. E o pior disso tudo é que, quando um cliente (colega) se propõe ser nosso ?bode expiatório?, continuamos nossa ?seção tropeço?, dando seqüência as nossas falhas, alimentando nosso ego com a falsidade ideológica para conosco. Erramos e nos enganamos.

A ?bestialidade? com que tratamos essa causa é tamanha que ficamos felizes por encontrarmos um ?tonto? que acredita que está errando, para nos agradar, pelo simples fato de afirmarmos que erra, quando, na verdade, o problema, o erro, é totalmente nosso, sem exceção de causa ou circunstância.

Tive a feliz oportunidade de estar com um vendedor que está ligado ao ramo cafeeiro. Falava-me dos altos e baixos custos e problemas vividos pelo setor, e citava a concorrência acirrada e desleal (desleal?) que vem sofrendo o segmento, ultimamente. Afirmou que antigamente (isso é bem do passado, mesmo!) as empresas se respeitavam, guardavam devidas zonas de trabalho e se reuniam, periodicamente, visando manter preço para ?evitar concorrência?.

Depois de longa conversa, concluiu que o tal ?santo da casa não faz milagre?. Também, pudera… Com essa mentalidade. Ai, ai, ai!

Não que tenha sido em vão o esforço que fiz, procurando inverter a situação. Até creio que tenha ficado uma ?sementinha? do amanhã dentro da mente do colega, profissional do setor cafeeiro. O caso é, que não podemos mais ficar lamentando, procurando culpados para a nossa má atuação. Enquanto existe oxigênio, existe vida. E, enquanto há vida, há esperança. A idade e a falta de conhecimento profissional não podem determinar o fim de nossas buscas. Há quem afirme que o amanhã é hoje. Se analisarmos com frieza, concluiremos que o hoje, desde que se iniciou o dia, já está por terminar. Porque nos acomodarmos?

Quem falou que santo da terra não faz milagre?

Considerar que, em pequenas cidades, principalmente no interior dos estados, onde as comunidades são menores e a dependência de um faturamento mais abrangente seja necessária, e é preciso que se visite outras cidades, outras regiões em busca de melhores resultados… Concordo em ?gênero, número e grau?. Porém, parar para ver ?a banda passar? é outra história.

Caro amigo, não é fácil lidar com hábitos errados que adquirimos no decorrer da história de nossa profissão, entretanto, nunca é tarde para transformarmo-nos e oferecermos à nossa ?terra? uma recordação: ser santo e ajudar o milagre se realizar.

Termino, deixando para você, um pensamento:

?De todas as coisas pesadas, ele achou que o mais leve era carregar o que pensou, e assim construiu um castelo?.