Saúde para dar e vender

Qual é a importância da saúde para o vendedor?

Vinte e cinco anos, forte, saudável e caminha a passos largos. Os sapatos, encharcados pela chuva fazem tchoc! tchoc! tchoc! A calça toda molhada na parte inferior cola nas pernas. Um guarda-chuva tenta proteger a parte superior. Entra e sai de prédios o dia todo. Sim, um vendedor em plena atividade num dia de chuva.

 

É isso aí, um trabalho pesado para aqueles que levam a sério sua profissão e precisam dela para sobreviver – e esse é só o aspecto da resistência física. Manter a saúde em dia é um desafio.

 

Pela minha observação, vejo dois grandes problemas que se destacam em ameaçar a saúde dos vendedores. O primeiro é o sobrepeso: comendo fora de casa o tempo todo e com a ajuda da ansiedade, comum na profissão, eles não se contêm e engordam. Isso prejudica não só a saúde geral, mas também a financeira.

 

O sobrepeso nunca vem sozinho, ele é mal acompanhado pela pressão alta, diabetes e aquelas gordurinhas que vão sedimentando-se nas paredes dos vasos sanguíneos. Lembro-me de uma jovem equipe de vendas da indústria automobilística que participei dos treinamentos iniciais. Seis anos depois, voltei para fazer uma reciclagem e fiquei admirado, porque quase todos estavam brilhosos, com a pele do rosto bem esticada e algo como dez quilos a mais cada um. E esse peso a mais vai minando a energia para o trabalho.

 

Cabe à empresa a função de orientar e incentivar seus profissionais para que busquem um melhor equilíbrio de sua alimentação e atividade física no sentido de melhorar a condição geral para o trabalho e, consequentemente, para a vida.

 

O segundo problema que ameaça os vendedores é ainda mais preocupante: o estresse. Vários estudos mostram que a predisposição para as doenças mentais é principalmente de origem genética, mas que essas são desencadeadas pelo estresse.

 

Sabemos que o profissional de vendas, além das autoexigências, submete-se às rejeições dos clientes e às exigências de metas do gerente.Como se não bastasse, algumas áreas de compras são massacrantes para a saúde mental do vendedor. Assim, a maioria termina estabelecendo certa apatia interna e uma máscara externa para poder se relacionar com os clientes abusivos.

 

Esse desequilíbrio entre o interno e o externo gera, no mínimo, um estado depressivo que mina o desempenho no trabalho – e nem sempre as causas dos desequilíbrios psicológicos são facilmente percebidas. Por isso, a ajuda profissional é sempre bem-vinda, seja da psiquiatria ou psicoterapia. No mundo masculino, existe um bloqueio muito forte para usar esses recursos, mas é apenas mais um daqueles tabus que, por mais idiotas que sejam, ficam por aí bloqueando a evolução das pessoas.

 

Sem dispensar a responsabilidade individual, é sempre muito importante a ação da empresa em acompanhar o nível de estresse a que submete seus profissionais. Já não é mais aceitável que o gerente simplesmente diga a seus vendedores: “Não me interessa se o pato é macho, eu quero o ovo”. Metas são necessárias, mas precisam ser coerentes com a realidade do mercado. Cabe ao líder disponibilizar treinamento aos profissionais para lidarem bem com os aspectos psicológicos da atividade de vendas.

 

Infelizmente, isso ainda não faz parte da nossa cultura. Para as empresas, proteger e incentivar a saúde física e mental de seus profissionais é jogo para todos ganharem. Saúde!

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