Síndrome de Atlas: o 3º Suplício da Alta Performance

Titanomaquia não é apenas um álbum dos Titãs, mas uma guerra de 10 anos em que, segundo a mitologia grega, Titãs (os deuses antigos) e Olímpicos (deuses novos) entraram em conflito para ver quem dominaria céus, terra e mares.

Os Titãs são derrotados e vários deles recebem castigos por terem se oposto a Zeus e seus irmãos.

Um dos principais Titãs condenados é Atlas.

Você já deve ter visto sua figura, sempre contorcida pelo peso de carregar a Terra nas costas.

Esse é o 3º Suplício da Alta Performance, que eu chamo de Síndrome de Atlas: a pessoa que carrega o mundo nas costas.

Acontece com frequência com pessoas que vão empilhando obrigações, centralizando tarefas e decisões, sem conseguir delegar (ou dizer não).

Um dos principais conselhos que gosto de relembrar a líderes de alta performance com síndrome de Atlas é que o empilhamento de atividades eficientes acaba sendo muito ineficiente. Inclusive, Atlas não pode descansar, não existe momento de relaxar ou recarregar, ele passa 100% do tempo com o mundo nas costas.

Como sempre, os gregos tinham essa visão profunda da vida e uma forma muito peculiar e sábia de provocar a reflexão.

Embora pareça muitas vezes nobre e sinal de sucesso, lembre-se que Atlas na verdade foi CONDENADO. É um castigo, um sofrimento que acaba mal.

Na mitologia, o sofrimento de Atlas termina quando ele é visitado por Perseu, que acabara de matar Medusa. Ao pedir a ajuda a Atlas e sendo maltratado por ele, Perseu mostra-lhe a cabeça de Medusa e transforma Atlas em pedra.

Agora ele não sofre mais, mas morre e vira estátua (e continua carregando o mundo nas costas).

Um dos maiores males que aflige as pessoas de alta performance é a incapacidade de parar, de relaxar, de recarregar. Isso leva invariavelmente à baixa performance por problemas físicos e emocionais.

Inclusive, afeta TODOS seus relacionamentos, pois a pessoa estressada explode facilmente, não consegue dar atenção e nem se aprofundar em nada.

Leve isso em consideração antes de começar a empilhar obrigações e demandas. Aprender a equilibrar e priorizar prioridades (e não urgências) e a dizer NÃO com foco é a melhor recomendação.

A vida, de maneira geral, é um ataque constante às nossas prioridades. Passamos a considerar as pseudourgências e demandas de outras pessoas como nossas próprias prioridades e, na tentativa de ajudar e de sermos produtivos, acabamos nos perdendo no processo.

Como gosto de dizer nas palestras de alta performance: “Lembre que sua principal prioridade é fazer com a principal prioridade seja sua principal prioridade”.

O masoquismo da síndrome voluntária de Atlas, racionalizada de várias formas, é muito destrutivo. Pode parecer alta performance por um período, mas leva à morte: literalmente (no extremo), emocionalmente, fisicamente. Um pesadelo e verdadeiro suplício.

Aprenda a delegar, a dizer não e a escolher as batalhas.

Abraço, $uce$$o e boa semana,

Raul Candeloro
Diretor

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