Tal pai, tal filho

Como as vendas ajudaram na aproximação de pai e filho?

Certamente o cantor Fábio Jr. não errou em nada quando pensou na letra da música Pai. Ela começa assim:

“Pai! Pode ser que daqui a algum tempo/ haja tempo pra gente se ver mais/ Muito mais que dois grandes amigos/ Pai e filho talvez…”. Escolhemos esse trecho da música porque é exatamente o começo da história de dois grandes vendedores que tiveram uma relação de pai e filho bem diferente.

Confusões na família fizeram com que o pai deixasse o filho com a mãe e fosse fazer sua vida longe, infelizmente. Carliston Staut Fonseca, mais conhecido como Cacá, só foi ter o primeiro contato com o pai, Carlston Argenton, aos 18 anos.

Entretanto, antes do primeiro encontro, muitas coincidências aconteceram sem eles saberem. Os dois são vendedores e o mais interessante de tudo é que vendiam para muitos clientes em comum. “É até engraçado isso porque já fomos à mesma empresa, no mesmo dia. Só que, como eu vendo um produto diferente do dele, não nos encontramos exatamente no mesmo lugar”, conta o pai.

No momento em que Cacá descobriu que o próprio pai também era um vendedor ficou muito mais fácil a aproximação. “O nosso primeiro encontro foi quando eu tinha 18 anos, mas perdemos o contato cedo”, lembra. “Aos 25 anos, convidei-o para o meu casamento. Daí em diante, eu não perdi mais o contato com meu pai e nunca mais quero perder”, complementa.

 

Os dois hoje em dia

Cacá trabalha na Tufann (empresa que vende e presta serviço de máquinas) há dez anos. Ele diz que começou na companhia como motorista e lembra que gostava de conversar com as pessoas, tentar ajudar a resolver os problemas de quem precisava e ser simpático. “Acho que foi isso que me fez ganhar uma oportunidade na área de vendas e, quando eu comecei, me apaixonei. Foi realmente amor à primeira vista”, conta, emocionado.

Apesar das dificuldades no começo de sua carreira, já que tinha muita vergonha de ligar para os clientes, Cacá participou de bastante treinamento e ofereceu sua dedicação à empresa. E, assim, ganhou mais uma responsabilidade: a de ser supervisor comercial. Agora ele deseja que seus vendedores também cresçam. “Faço com que eles vendam sempre mais, busquem conhecer melhor os clientes e fiquem atentos a todos os detalhes da venda”, relata.

Já o pai, Carlston, com uma carreira de 30 anos de vendas, conta que sempre foi muito apaixonado por essa área. “Eu já recebi uma proposta para mudar e assumir o cargo de engenharia de aplicação, até tentei, mas não deu certo e voltei para minha área de vendedor”, brinca. E, depois dessa reaproximação com o filho, Carlston confidencia que um dos motivos das conversas entre eles é necessariamente vendas.

Eles relatam que agora, além de haver muito mais sentimentos entre os dois, os fins de semana também são ocupados com conversas sobre mercado, clientes, estratégias, negociação e por aí vai. “É muito legal conversar com o meu pai, ele sabe bastante coisa e me ensina demais. Eu divido até as estratégias que uso com os clientes”, declara Cacá, com um tom de orgulho.

Carlston também recorda um pouco desse momento: “Apesar de jovem, Carliston é muito inteligente. Ele me dá dicas de como me aproximar dos clientes hoje em dia, pois é sempre bom se atualizar, qual tática é melhor, etc”. E, ao perguntar qual era o passo das vendas com o qual eles mais se preocupavam, os dois (acredite!) falaram que se atentam à pós-venda. “Todo cliente quer atenção, não adianta só vender o produto, tem que saber se o cliente recebeu certo e se está tudo o.k. com o material, por isso a pós-venda é essencial para um bom vendedor”, explica Cacá.

 

Surpresa

Ao conversar com os dois, está claro quanto a reaproximação deles foi importante. Cacá tem hoje um pai que, segundo ele, é um exemplo de pessoa, homem e vendedor. Isso também sentimos quando perguntamos a Carlston sobre o filho: “Ele é muito especial. É dedicado, determinado, trabalhador e muito profissional. Eu o admiro demais”.

Depois de tantas declarações, e como estamos no mês dos pais, pedimos ao Cacá para aproveitar o momento e passar uma mensagem para seu pai: “Apesar do tempo que passamos longe, agora posso dizer que o seu carinho e respeito são fundamentais para mim. Com você, aprendi muito sobre a vida, mudei meu jeito de pensar sobre as coisas e cresci. Agora, eu só quero que a nossa relação se perpetue. Te amo muito”.

 

Filho

  • Nome:CarlistonStaut Fonseca Argenton.
  • Cargo:supervisor comercial.
  • Empresa:Tufann Comércio e Serviços de Máquinas Ltda.
  • Há quantos anos trabalha com vendas:dez.
  • Minha primeira venda foi:“Engraçada! Eu vendi um produto que já estava obsoleto e foi um corre-corre para arrumar o que o cliente precisava, necessitando de muita ajuda. Ao fim, sentamos e demos boas risadas com o ocorrido – e certamente valeu a experiência”.
  • A venda mais importante:“Um contrato de peças com um grande grupo no segmento de alumínio. Isso envolveu muita dedicação da equipe para que nossos produtos atendessem a todas as necessidades do grupo”.
  • Minha maior motivação:“Minha esposa e meu filho Pedro de quatro anos. Resumindo, minha família”.
  • O que ainda preciso melhorar: “Agora, com o novo desafio de supervisionar a equipe, preciso melhorar a liderança, fazer com que o grupo tenha o mesmo foco que eu, mantê-lo sempre motivado e buscando o atendimento ideal para o cliente”.
  • O cliente ideal:“É aquele fiel que sempre está abrindo portas para novas oportunidades de negócio e que te deixa confiante para desenvolver um bom trabalho”.
  • Objetivo para daqui a cinco anos:“Fazer da empresa Tufann referência no Brasil em equipamentos de limpeza industrial”. 

Pai

  • Nome:Carlston Argenton.
  • Cargo:vendedor técnico.
  • Empresa:está há sete anos na AZ Armatureen.
  • Há quantos anos trabalha com vendas:30
  • Minha primeira venda foi: “Não lembro, faz tanto tempo!”.
  • Minha venda mais importante foi: “Eu trabalhei numa empresa que fazia peças de borracha e os sócios estavam precisando de ajuda para vender mais o produto. Na mesma época, eu estava tentando comprar o meu apartamento, mas tinha que entrar com pelo menos o valor de três parcelas. Sabia que iria ser difícil para eu pagar, porém comprei mesmo assim. Coincidentemente, nesse meio-tempo, um cliente comprou um valor X daquelas peças e, com a comissão dessa venda, paguei seis meses de parcelas do apartamento”.
  • Minha maior motivação:“O fato de estar sempre com pessoas novas e o desafio de fazer meu próprio salário”.
  • O que ainda preciso melhorar: “Não aprendi ainda a lidar tão bem com essa questão da administração do tempo”.
  • O cliente ideal:“Para mim, é a pessoa que valoriza o atendimento, a pós-venda e a qualidade”.
  • Objetivo para daqui a cinco anos:“Abrir minha própria empresa de representação”.

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