Um presente para a mãe

Em 7 atos, a história de André de Oliveira, o vendedor de “geladinho” que se tornou proprietário da Credfácil, a maior rede de lojas de crédito pessoal do Brasil

Em 7 atos, a história de André de Oliveira, o vendedor de “geladinho” que se tornou proprietário da Credfácil, a maior rede de lojas de crédito pessoal do Brasil

Ato nº 1 – Sonho

Diz o ditado que para se começar alguma coisa faz-se necessário sempre dar o primeiro passo. No caso de André Oliveira, esse início começou em um sonho, do ainda menino em seus 12 anos de idade: dar de presente à mãe um conjunto de copos de vidro com jarra. Com a ajuda do irmão, André pediu à mãe para fazer “geladinho”, como é conhecido o suco de frutas congelado no saquinho para que eles vendessem. Claro, sem contar a ela que o objetivo era realizar o sonho da costureira da cidade de Umuarama, no Paraná. Em pouco tempo, trabalhando todos os dias, conseguiu o dinheiro para o presente.

Ato nº 2 – Motivação

Todo dia André passava em frente da única, à época, agência bancária da cidade, do Banco Bradesco. Ficava admirando os gerentes trabalhando de terno e gravata e pensava: “Um dia vou me vestir assim, serei dono de um banco”. Aos 18 anos, conseguiu um emprego no banco. Em apenas 3 meses, foi eleito o funcionário do mês pela alta produtividade.

Ato nº 3 – Estudos

Enquanto bancário, André percebeu que era importante estudar. Apesar de sua mãe dizer que jamais conseguiria estudar porque a família não tinha dinheiro para isso, ele foi á luta. Vendeu de tudo para pagar o curso de Administração de Empresas: pão caseiro, produtos Avon. Fez, inclusive, barras de calças, juntamente com o pai, alfaiate. Conseguiu se formar.

Ato nº4 – Visionário

O emprego ia bem. Cuidava da área de operação de crédito para veículos e seus clientes eram as concessionárias que realizavam financiamentos próprios utilizando os recursos do banco. Aos poucos, relacionou-se com os clientes das concessionárias, oferecendo condições especiais caso eles indicassem outros clientes. Formou uma grande carteira e se tornou um correspondente bancário. Já não precisava mais das concessionárias para atender as pessoas que queriam comprar e financiar automóveis. Decidido a voar sozinho, numa noite sonhou com o nome de sua empresa e, aos 25 anos de idade, abriu sua primeira loja. Nascia a Credfácil.

Ato nº 5 – Marketing

Para criar diferenciais e competir com os bancos, André anotou todas as deficiências que o atendimento bancário possuía: descaso com as pessoas que precisavam de empréstimo, falta de atenção e tempo para ouvir as histórias de aposentados, filas e burocracias na exigência e liberação da documentação para aprovação dos créditos. Queria uma loja onde os clientes entrassem, ganhassem logo um cafezinho e ainda uma carona de volta para casa depois do atendimento.

Ato nº 6 – Superação

No primeiro ano, em 2004, o governo criou a figura do correspondente bancário, com a regulamentação do crédito consignado, e André faturou R$ 1 milhão. Abriu 20 lojas. Mas, com a crise de 2008, veio a restrição ao crédito. Fechou 18 das 20 lojas. Quase quebrou, mas jamais desistiu. Sempre acreditou que havia saída. Como sempre planejou seus negócios e nunca esqueceu as aulas do curso de Administração, fez uma previsão de caixa de 6 meses, tempo que ele calculou que uma possível crise poderia durar. E foi exatamente o que aconteceu.

Ato nº 7 – Hoje

Inquieto e visionário, André não se conformava de ter ficado com apenas 2 lojas. Para voltar a crescer, partiu para a expansão por meio de franquias, afinal, sempre muitas pessoas lhe perguntavam se poderiam ter uma loja igual. Não foi difícil abrir franquias. Hoje, a rede Credfácil é a maior no setor de crédito, com 80 unidades espalhadas por todo o Brasil, faturou R$ 90 milhões no ano passado e prevê um crescimento de 30% para este ano.

André Oliveira mantém uma loja própria na cidade de Umuarama e faz questão de dar o exemplo aos demais franqueados: é a loja da rede que mais fatura, cerca de R$ 1 milhão por mês. Vai um dinheirinho aí? Vai até Umuarama e fala com ele. O André sempre dá um jeito.

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