Um realizador de sonhos

Quais são os diferenciais de Leandro, o ?cabo? da Bemol?

“Cabo Rodrigues, comparecer ao setor de vendas”. Você acharia estranho se entrasse em uma loja e ouvisse esse anúncio, não? Talvez não estranhasse tanto se esse fosse o anúncio do supervendedor Leandro do Carmo Rodrigues, que há seis anos trabalha na Bemol, loja de departamentos com cerca de 20 estabelecimentos espalhados pela região norte do País. Leandro esteve por oito anos no Exército e durante sete exerceu a função de cabo. Após deixar as atividades nas Forças Armadas, passou a desempenhar o trabalho de recepcionista de loja e, em 2006, finalmente assumiu uma das vagas para vendedor.

“Sabe quando você está em uma roda gigante, dentro dela há aquela casinha que roda em torno do eixo? Eu me sentia assim no começo, totalmente perdido”, relembra Rodrigues. Com um aspecto bem diferente de quem normalmente atua no setor, por ser muito sério e disciplinado (reflexo da vida militar), ele precisou se adaptar e assumir as regras do jogo. Foi nesse momento que contou com o auxílio da gerência e de outros colaboradores.

Quem conta essa história é a chefe de vendas da Bemol, Luciana Maia, quem recomendou o Leandro a supervendedor. Ela revela que a rede tem um padrão de atendimento que envolve tratar o cliente de forma cortês, mas com uma abordagem diferente para os clientes que permitem isso. “Se o cliente abre espaço, a gente brinca, conversa, para saber mais sobre ele e fazer o levantamento de necessidades, assim a venda ocorre de forma correta”, explica. E esse quesito Leandro, segundo ela, “desenvolve bem”.

 

Lapidar a pedra

“No início, ele era muito sério pela formação que teve. Mas colocou a mão na consciência e mudou para se adaptar ao meio”, completa Luciana. Leandro concorda e descreve que precisou “pegar a pedra bruta que era e lapidar até que ficasse dentro dos padrões”. Hoje, quem foi atendido por ele em seus primeiros dias no salão de vendas diria que não se trata do mesmo vendedor.

Leandro revela que ele e seus companheiros costumam se intitular não vendedores, mas realizadores de sonhos – e, com uma responsabilidade dessa, nada melhor que atingir essa meta.

Ele chama atenção pela simpatia e pelas brincadeiras. O cabo procura primeiro analisar o cliente e, se achar uma brecha, aproveita. “A primeira coisa que faço, além de ter atenção e carisma, é prestar atenção nesse cliente. Procuro alguma coisa que esteja fora do padrão e toco no assunto”, diz.

Assim, sem medo de ser feliz, ele busca ganhar a confiança das pessoas. “Brinco com a questão da vestimenta do cliente, um detalhe, como uma gravata. Ou em outro caso posso falar: ‘A senhora está desfilando’. Mas sempre com todo o respeito”, salienta.

E a atitude, a sinceridade, os palpites e as sugestões de Leandro vão mais longe: “Se o cabelo está desarrumado, eu digo: ‘Olha, está faltando um detalhe aqui’. Mas não é com todo cliente. Depende, se no momento do atendimento ele me der margem para mudar alguma coisa da sua vestimenta ou do comportamento, eu faço”, confirma. “Há cliente que me deixa tirar a caneta do bolso. Eu digo: ‘Olha que caneta maravilhosa, meu sonho é ter uma caneta como essa’”, completa.

 

A criatividade chama clientes

Outro assessório usado pelos consumidores que também faz a alegria de Leandro é o óculos de sol, em especial os femininos. “Você já imaginou um vendedor com um óculos feminino rosa na cabeça? Você não pararia para olhar? Neste momento é que eu aproveito e abordo o cliente”, confessa. “Todo cliente que me vê com um óculos feminino me vê diferente, fica curioso, vem perguntar e assim já aproveito para abordá-lo. Eu abandono aquele negócio de bom dia, boa tarde e já deixo o cliente ter a curiosidade de perguntar”, diz o vendedor, revelando uma de suas iniciativas para aumentar o sucesso nas vendas.

Ele acredita que esse envolvimento com o cliente se transforma em confiança e serve de exemplo para outros funcionários. Um vendedor diferenciado, que faz o cliente se sentir à vontade, mais feliz e confiante para poder comprar, consegue atingir resultados expressivos. Mas, para isso, é preciso ser arrojado e determinado. Já diz o velho e conhecido ditado: “Quem não arrisca não petisca”.

 

Contornar problemas

A ousadia de Leandro na forma de tratar os consumidores pode, algumas vezes, também lhe render retornos inesperados. “Quando vem um casal, eu atendo geralmente me direcionando ao esposo. Então, o único problema que enfrentei aqui foi o marido olhar meu comportamento e achar que eu era homossexual. Aí, ele perguntou: ‘Você é homossexual?’ E eu respondi: ‘Senhor, eu não sei desse meu lado feminino. Mas o senhor é?’”, relembra Leandro, que rapidamente ouviu a resposta negativa do cliente. Essa foi a forma que ele encontrou de quebrar o gelo. “E quando a questão é que falam do meu lado masculino, eu reajo assim também, fecho a cara, faço um semblante bem masculino mesmo”, completa.

Leandro parece ser mais que um vendedor. Ele é, sim, um supervendedor! É uma espécie de vendedor ator, que assume a peça da vida real e faz dela um teatro. O segredo? Uma boa educação e flexibilidade. “Eu fui orientado pelos meus pais a respeitar as pessoas, e a Bemol prega isso com integridade, tudo dentro do respeito. Se o cliente te der carta branca para brincar, você faz dentro dos limites dele e seus. É preciso se adaptar, fazer como o camaleão, que muda de cor conforme o lugar em que está. O segredo é ser uma pessoa flexível”, conta ele.

 

A força que vem de casa

Além desse jeito brincalhão e flexível, Leandro atribui o sucesso à força de sua esposa: “Ela prepara tudo de manhã e, antes de eu sair de casa, ora pedindo orientação, comportamento adequado junto aos clientes no olhar e no falar. Então, eu não saio de casa sem que minha esposa ore. Isso já me deixa a 1.000%”. E é assim, a mil, que Leandro se destaca e tem o seu trabalho reconhecido.

 

Perfil

  • Nome:Leandro do Carmo Rodrigues.
  • Cargo:vendedor.
  • Empresa:Bemol.
  • Há quanto tempo trabalha com vendas:há 4 anos.
  • Minha primeira venda foi:“Cinco TVs de 29 polegadas, para um cliente que queria presentear duas pessoas queridas e acabou levando para ele também”.
  • A venda mais importante:“A próxima, pois eu tenho a oportunidade de melhorar ainda mais meu atendimento”.
  • Minha maior motivação:“Fazer sempre o melhor para todos como sendo para meu Deus”.
  • O que ainda preciso melhorar:“Dedicar ainda mais tempo a aprender sobre os tipos e os comportamentos do cliente”.
  • O cliente ideal:“Aquele que te desafia a vender, quando eu preciso superar as objeções dele”.
  • Objetivo para daqui a cinco anos:“Cursar uma faculdade”.
  • Dicas do supervendedor:
  • Respeito – “Apesar desse meu comportamento com o cliente, há sempre muito respeito”.
  • Integridade – “Informar sobre defeitos, o risco do produto, a questão da entrega, etc.”.
  • Economia.
  • Melhoria contínua.

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