Use o bluetooth para alcançar seu público

O que é bluetooth e como uma empresa pode focar seu público alvo por meio dessa tecnologia?

Muitas empresas sofrem com o problema de campanhas de marketing que não atingem diretamente seu público-alvo. Investem pesado em publicidade e não conseguem atingir quem realmente tem chance de ser cliente. Resultado: o dinheiro gasto acaba trazendo um retorno bem aquém do desejado. Pensando nesse problema, muitas organizações estão investindo no bluetooth marketing. A tecnologia funciona da seguinte forma: um emissor instalado em um estabelecimento – que pode ser um café, uma loja, um estande em um evento, etc. – transmite conteúdo de áudio, vídeo, foto ou texto para os celulares das pessoas que ativarem o bluetooth em seus aparelhos.

 

Rodrigo Rosa, diretor de marketing da 2call – franquia especializada em marketing móvel – afirma que, apesar do bluetooth existir há algum tempo, sua utilização como ferramenta de marketing ainda é novidade. “A tecnologia é utilizada como um veículo de comunicação em que empresas escolhem os locais cobertos pelas bluetooth zones, frequentados por seus respectivos públicos-alvo para enviar campanhas relacionadas aos seus produtos ou serviços. Organizações de todos os setores têm apostado nesse modelo de campanha por ser relativamente barato, eficaz e principalmente direcionado”, destaca o diretor.

 

Uma das vantagens do bluetooth marketing é que todo o conteúdo distribuído para os clientes é entregue gratuitamente, sem a necessidade de uma operadora de telefonia móvel. O bom resultado da ação vai depender de como ela será planejada e onde a empresa colocará as máquinas que enviam o conteúdo. “A eficiência está diretamente ligada à atratividade da campanha e não à tecnologia. O consumidor estará muito mais disposto a ligar seu bluetooth para receber um conteúdo se a campanha oferecer mais do que simplesmente divulgação de produtos. A campanha tem que ser bem planejada e oferecer um benefício que os atraia para interagir”, comenta Rodrigo Rosa. Na época da Copa, o Jacobina Bar, de Curitiba, por exemplo, estava transmitindo todos os jogos do mundial e aproveitou a ocasião para fazer uma campanha e enviar uma tabelinha da copa para seus clientes. Considerando a época, nada mais pertinente e interessante para quem frequenta o local.

 

A Motorola foi outra empresa que fez uma campanha que agradou aos seus consumidores, e até aos da concorrência. Eles utilizaram o bluetooth em um show com a Fergie, da banda Black Eyed Peas, em São Paulo, no lançamento de um aparelho celular assinado pela cantora. O conteúdo enviado era um papel de parede da cantora com o selinho da Motorola. “O que mais chamou a atenção nesse caso foi que a maioria das entregas foi feita para celulares que não eram Motorola, ou seja, conseguimos colocar o conteúdo da marca dentro de um produto da concorrência”, destaca André Macita, especialista em marketing móvel da Ponto Mobi, organização do grupo RBS que desenvolve ações de marketing para celular. 

 

Além de oferecer um conteúdo atrativo, Macita recomenda que a empresa procure dispor as máquinas de disparo próximas de onde as pessoas ficam paradas. “Tem que ser um local em que exista retenção de tráfego porque a pessoa precisa ler a placa que avisa para ativar o bluetooth, depois a máquina tem que procurar o número dessa pessoa e enviar a mensagem”, relata. Ele lembra de uma campanha feita para as lojas Besni, no Rio Grande do Sul, em um cinema, ou seja, um local de retenção obrigatória dos possíveis clientes. A campanha estava alinhada com um vídeo publicitário passado antes dos trailers. Quando terminava o vídeo, os espectadores eram convidados a ativar o bluetooth do celular e, a cada X envios, um celular recebia um cupom no valor de R$20 para ser gasto na loja do mesmo shopping onde estava o cinema. “Cerca de 20% a 30% das pessoas que receberam a mensagem foram comprar um produto na Besni”, comenta Macita.

 

O retorno sobre o investimento nesse tipo de publicidade pode vir pelo aumento de visibilidade da marca e das visitas no ponto de venda. A Toyota, por exemplo, realizou uma campanha no evento Casa Boa Mesa e a ação conseguiu aumentar o fluxo do estande de 41 pessoas por dia para 164 por dia, o que representa um aumento de 300%. Segundo Rodrigo Rosa, em se tratando de imagem de marca, o que contribui diretamente no retorno é o fato de que os consumidores não são impactados somente quando recebem, mas toda vez que visualizam o conteúdo no celular. “Também existe o efeito viral que acontece quando um cliente envia o que recebeu para um amigo que não esteve no local da campanha, mas que manifestou interesse em participar da promoção”, comenta.

 

Outro fator que merece destaque, segundo Rodrigo Rosa, é que a geração Y, dos que nasceram depois de 1980, é a que mais se identifica com esse tipo de publicidade. “Trata-se de um público muito mais dinâmico e adepto da conectividade. O perfil da geração Y é um dos principais motivos que têm levado as empresas à pratica de ações ‘mobile’. Comunicar-se com essa geração exige rapidez e inteligência, pois não é qualquer pessoa que permitirá receber um conteúdo no seu celular”, afirma.

 

Para quem ficou interessado

  • O preço médio de uma campanha com bluetooth depende da quantidade de máquinas, do tempo da ação e de onde ela acontecerá. Existem duas opções: instalar o dispositivo em estabelecimento próprio ou na rede de parceiros que as empresas de mobile marketing oferecem.
  • Em estabelecimento próprio é mais barato. O aluguel de uma máquina, por um mês, pode custar de R$2 mil a R$4,5 mil.
  • Em estabelecimentos da rede de parceiros, o anunciante escolhe os locais em que deseja fazer a campanha. É mais caro porque, nesse caso, o pagamento do ponto está embutido no preço.
  • Campanhas em eventos, mais simples e pontuais, têm custo a partir de R$850.
  • É possível mensurar a ação, já que a tecnologia permite saber quantas pessoas receberam o conteúdo.

 

É bom saber!

Segundo André Macita, a tecnologia bluetooth foi feita, inicialmente, para possibilitar a comunicação sem fio entre o celular e devices que podem ficar próximos ao aparelho, como o computador ou a impressora, e não para enviar conteúdo multimídia de empresas para clientes. Por isso, no momento em que uma organização decide fazer uma campanha como essa, precisa ter consciência de que os celulares não possuem uma antena com capacidade muito alta. “Alguns até conseguem atingir um quilômetro ou 500 metros de antena, mas a maioria tem um limite de 10 a 15 metros”, destaca.

 

Além disso, não é todo celular que tem o dispositivo. Hoje, segundo Macita, aproximadamente 40% deles têm. “Obviamente, se você vai fazer uma ação num shopping elitizado, a base vai ser maior, já que os aparelhos celulares são melhores. Dentro dos 40% que tembluetooth, a gente estima que consegue entregar a mensagem para 75% da base”, discorre o especialista.

 

Regulamento

Como não existe nenhuma lei que regulamenta o envio de mensagens via bluetooth, a maioria das organizações segue as regras de boas maneiras sugeridas pela AssociaçãodeMarketingMóvel do Brasil. No geral, as empresas não devem enviar mais de um conteúdo para o mesmo número de celular, o que poderia ser configurado como spam. Além disso, mesmo depois de ligar o bluetooth no aparelho, antes de receber qualquer conteúdo, o consumidor é perguntado se deseja ou não ser impactado pela campanha. Só depois de uma resposta afirmativa é que ele recebe a informação.

 

Para saber mais:

www.pontomobi.com.br

www.2call.com.br

www.bluetoothmarketing.com.br

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