A missão do vendedor

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Ontem à noite tive uma experiência muito interessante, que me relembrou da importância e da missão do vendedor…

Estava em Juiz de Fora (MG), dando palestra para o Sebrae e, depois do evento, fui comer num restaurante um pouco mais sofisticado dentro do hotel em que estava hospedado.

E sabe aqueles dias que você quer e precisa comer carne? Pois é… eu queria comer carne (fato raro à noite).

Chamei o garçom e perguntei o que ele me recomendava.

Ele disse: “Se o senhor quer realmente carne e uma recomendação minha, temos duas opções: A primeira, mais acessível, é este filé que acompanha arroz, batata frita, etc. Mas se o senhor quiser realmente experimentar algo diferente, que as pessoas saem comentando, que atravessam a cidade para comer, eu recomendo o filé tournador, que é um filé mignon com molho de jabuticaba e tagliarine de palmito pupunha”.

Eu, que não gosto nem de jabuticaba nem de palmito, falei ao garçom que o prato parecia maravilhoso, mas que das três coisas que ele tinha falado (mignon, jabuticaba e palmito) eu não gostava de duas delas.

Ele insistiu, dizendo: “Muita gente me diz isso, e é esse o grande segredo desse prato – a mistura. O molho e a massa fazem um casamento perfeito com o filé e um realça o sabor do outro. É muito comum um cliente pedir esse prato desconfiado e depois me chamar para agradecer no final por ter insistido e recomendado”.

O que a gente pode falar nessas horas? Para piorar, notei que o prato era um dos mais caros do cardápio. Fiquei desconfiado, pensando se o garçom não tinha indicado justamente por causa disso…

Fechei os olhos, respirei fundo e falei: “OK! Manda lá o tal do filé tournador.”

E veio o tal do filé. E estava uma delícia. Nota 10, daquelas de comentar com tudo mundo e, se voltar para Juiz de Fora, querer repetir (é o restaurante do hotel Constantino).

No final do jantar, o garçom veio me perguntar: “E aí, gostou?”. E eu, obviamente, dei uma risada e falei “Você tinha razão. Obrigado por insistir, valeu pela indicação”.

Isso me lembrou muito do Eduardo Botelho, que dizia…

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