As 5 mentiras da procrastinação

5 mentiras

Quer conversar com um especialista?
Entre em contato!

Procrastinar vem do latim, procrastinare: pro (para frente) e crastinus (amanhã). Ou seja, procrastinar significa protelar, jogar para amanhã, “enrolar”.

Joseph Ferrari, professor de Psicologia na De Paul University, de Chicago (EUA), fez um estudo sobre o assunto e descobriu que as pessoas que procrastinam com frequência contam para si mesmas cinco grandes mentiras:

  1. Elas sempre acham que têm mais tempo para realizar a tarefa do que realmente têm.
  2. Elas sempre acham que, uma vez que realmente se dediquem, a tarefa vai ser mais fácil de ser realizada do que realmente será.
  3. Elas sempre acham que “amanhã” estarão mais motivadas e com mais vontade de fazer a tarefa do que estão hoje (aí acordam no dia seguinte e descobrem que continuam sem muita vontade de fazer aquilo… Só que agora têm um dia a menos para fazer).
  4. Elas sempre acham que é preciso “estar a fim” para começar algo.
  5. Elas sempre acham que é preciso “estar a fim” para fazer algo bem feito.

O dia de uma pessoa tipicamente procrastinadora é mais ou menos assim: ela organiza suas tarefas, abre o Facebook, confere e-mails, arruma a mesa, vai tomar água ou café, bate papo com alguém, liga para um amigo e, quando vai ver, já passou a maior parte do dia. “Agora não dá mais para executar as tarefas do dia, amanhã eu faço”, pensa. E “amanhã” o ciclo se repete.

Como resultado, temos uma série de consequências e resultados negativos que vão se acumulando, causados pela falta de iniciativa e por não fazer o que precisa ser feito AGORA:

  1. Baixa produtividade – fazer muito e produzir (efetivamente) pouco.
  2. Frustração.
  3. Perda de oportunidades.
  4. Estagnação pessoal e profissional.
  5. Rendimentos menores do que seu potencial.
  6. ________________________________________ (O que mais você incluiria nesta lista?)

5 dicas para você parar de procrastinar

  1. Defina uma data (ou horário limite) para fazer a tarefa e crie um senso de urgência para ela.
  2. Aceite que a tarefa não lhe agrada e pode ser mais difícil do que parece. Se fosse fácil e boa de fazer, você já teria feito. Então, seja honesto com você mesmo e aceite isso. Vai lhe ajudar a se organizar.
  3. Entenda que se você já deixou algo para depois várias vezes, esperando inspiração ou motivação, e quando ela não veio, você protelou novamente, então não vai adiantar nada jogar novamente para frente. Comece agora, mesmo que seja algo pequeno. Qual é a menor coisa que você pode fazer para avançar nessa tarefa? Por mais simples que pareça, essa pequena atitude é o suficiente para já dar início ao processo.Vamos dizer que você precise marcar uma consulta no dentista e esteja enrolando para fazer isso. As semanas se passam, você sabe que precisa fazer seu check-up semestral, mas nada de marcar a consulta. Qual a microtarefa mais fácil que você pode fazer para avançar em relação a isso? Procurar o telefone do dentista e anotar no papel e deixar em um lugar visível? Então faça isso. Só isso. Você vai ver como muito em breve você vai notar aquele papel, vai ver o telefone e vai ligar. Nosso cérebro funciona assim – você precisa apenas iniciar o processo.
  4. Aceite que você não precisa estar inspirado ou motivado para fazer algumas coisas. Simplesmente comece fazendo e deixe a inspiração vir naturalmente. Se ela não vier, não tem problema – pelo menos você terá feito a tarefa. Mas não espere o momento mágico – o momento mágico é agora.
  5. Qualidade e inspiração andam lado a lado? Às vezes, sim; às vezes, não. Já vimos muitas iniciativas superinspiradas e completamente inúteis. Por outro lado, um piloto que precisa pousar o avião não pode ficar esperando inspiração para pousar – ele pousa e pronto. É a mesma coisa com um médico atendendo um paciente, um garçom servindo no restaurante, um jornalista que precisa entregar um artigo e assim por diante.

Inúmeras vezes dei palestras em momentos em que não me sentia especialmente inspirado e, mesmo assim, fui aplaudido e recebi elogios no final.

Lembro-me especialmente de um evento no México, com um grande cliente internacional, em que dormi mal na noite anterior e, mesmo fazendo um esforço redobrado para mostrar-me energizado e motivado durante o workshop, terminei fazendo uma autoavaliação e dando-me uma nota bastante baixa.

Acostumado a ser aplaudido ao final dos eventos, com pedidos de mais informações, fotos, elogios, etc., naquele dia o final foi muito mais calmo e tranquilo do que o normal. Um silêncio da plateia que interpretei com falta de inspiração (minha).

Para minha surpresa, esse mesmo cliente contratou-me seis meses depois para outro evento, comentando que a avaliação anterior havia sido excelente, que as pessoas haviam levado muito a sério o que eu havia apresentado e que vários dos empresários do grupo comentaram que haviam ficado pensando muito sobre como estavam administrando suas empresas e suas equipes.

Ou seja, o silêncio era sinal de pessoas pensando no que eu havia dito, mas eu, preocupado com o que considerava minha falta de energia, o interpretei da maneira errada.

Felizmente, tenho experiência suficiente para saber que, mesmo que eu não me sinta no dia mais energizado ou inspirado do mundo, simplesmente começar o movimento (seja qual for, já que a lógica se aplica a qualquer área da minha vida, como escrever, gravar ou treinar) é suficiente. Principalmente quando há outras pessoas envolvidas e o que faço ou deixo de fazer pode influenciar suas vidas.

Se eu tivesse ficado esperando a inspiração naquele dia da palestra no México, hoje não estaria no hotel em Salvador (BA), dando a palestra para esse mesmo cliente, e não teria ajudado todas as pessoas que ajudei.

Resumindo: quando você tem algo a fazer, levante-se e faça. Não pode existir muito debate mental, se faz ou não faz, 17 motivos pelos quais é melhor fazer depois, “não estou muito a fim”, etc. Aprenda a não procrastinar, a fazer agora, e sua vida vai melhorar muito.

Quem procrastina anda carregando um peso. Liberte-se desse peso e ande leve. Pare de enrolar e faça. Principalmente, pare de contar a si mesmos as cinco mentiras da procrastinação.


Raul Candeloro é palestrante e editor da revista VendaMais. Autor de vários livros, é também diretor executivo da Small Giants Community, diretor do Instituto VendaMais e sócio-diretor da Soluções VendaMais.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Saiba como seus dados em comentários são processados.

Conteúdos Relacionados