A quase totalidade das empresas, no Brasil, consegue a incrÃvel proeza de jogar no lixo e pisar em cima de uma das mais importantes ferramentas do marketing de relacionamento, que são as bulas e os manuais de instrução A quase totalidade das empresas, no Brasil, consegue a incrÃvel proeza de jogar no lixo e pisar em cima de uma das mais importantes ferramentas do marketing de relacionamento, que são as bulas e os manuais de instrução, pior que isso, por incompetência crônica e irreversÃvel transformam essa ferramenta essencial em ?atestados de burrice? que passam permanentemente a nós, seus perplexos consumidores.
As empresas rodam, rodam, rodam e não encontram uma solução. Adotam a postura ridÃcula de se limitarem ao atendimento de uma exigência legal e o cliente que se ferre. E ainda justificam: ?Brasileiro não lê manual de instrução?. Claro que não lê, porque só pode ler o que é legÃvel e tem qualidade e clareza visual e, quando lê, só pode compreender, valorizar e implementar o que é passÃvel de entendimento, de compreensão.
De uns tempos para cá, algumas empresas decidiram encapar os manuais de instrução com uma ficha em papel cartonado com uma sÃntese das informações mais importantes para o consumidor, atenuando o problema, mas ainda há muito a ser feito. E que deve e precisa ser feito por uma questão mÃnima de inteligência, de aproveitar, repito, uma das mais importantes ferramentas para a prática de marketing de relacionamento moderno e eficaz.
Especificamente sobre as bulas, e pela iniciativa de duas otorrinolaringologistas ? Aracy Balbadi e Mônica Menon ? uma importante pesquisa sobre o absurdo que é esse papelzinho que vem com infinitas dobras e letrinhas, acompanhando os remédios. A pesquisa buscou avaliar o cumprimento da legislação em bulas de descongestionantes e vasoconstritores nasal. Os pesquisadores compraram dez descongestionantes, dez anti-histamÃnicos e cinco vasoconstritores nasais e, durante três meses, analisaram as bulas detalhadamente: tamanho e cor das letras, adequação à legislação, emprego de abreviaturas e termos técnicos e teor de informação ao paciente.
Depois dos três meses, as mesmas conclusões que todos nós temos constatado durante décadas de relacionamentos com as bulas dos remédios: 72% das bulas continham letras minúsculas e 16% na cor azul, praticamente inviabilizando a leitura; 60% das bulas não informavam sobre possÃveis alterações em eventuais exames laboratoriais, causadas pelo uso do medicamento; 52% não tinham o campo obrigatório para ?pacientes idosos?; 24% usavam termos técnicos e 8% recorriam a abreviaturas, tipo ?SNC? ? sabe o que é, leitor?! ? ?Sistema Nervoso Central?.