Como o lado profissional vem afetando a vida pessoal de seus funcionários? Como o lado profissional vem afetando a vida pessoal de seus funcionários? Qual a importância de benefícios e outras políticas de recursos humanos sobre a performance da equipe?
Em recente estudo (Fursman, 2001), constatou-se a diminuição da produtividade em organizações onde não havia uma estrutura de apoio. Ainda de acordo com esses estudos, demonstrou-se que muitas empresas puderam constatar na prática que programas relacionados a trabalho-família, mais especificamente à mulher, trazem retorno sobre o investimento e benefícios como retenção de talentos.
Hoje, as políticas de recursos humanos nas organizações, dirigidas especificamente às mulheres, são geralmente limitadas, compondo-se basicamente de medidas auxiliares de direitos legalmente estabelecidos, como a licença maternidade, creches e falta justificada em caso de doença dos filhos. Sendo menores ainda quando se trata dos programas destinados a aumentar a incorporação da mulher ao mercado de trabalho e a promover seu desenvolvimento profissional.
Quanto aos homens, muitas vezes não lhes é permitido nem a presença no caso de doença de um filho, ou não é de ?bom tom? dizer que irá pegar as crianças na escola porque a esposa não pode. Na visão da empresa ou ?não é função do homem?, ou ?o funcionário não pode deixar que fatos pessoais afetem seu desempenho?.
Para conhecer um pouco melhor esta realidade, organizamos uma pesquisa junto aos participantes do 5º Encontro Paranaense de Vendas, realizado em agosto deste ano pela Editora Quantum. Os resultados foram surpreendentes: 82% afirmaram que sua vida pessoal tem sido afetada (seja muito ou um pouco) por sua vida profissional. Destes, 32% consideraram que esta situação é anormal e precisa ser mudada. E aqui um dado importante: 21% trocariam sua vida profissional atual por outra na qual obtivessem menos dinheiro e/ou prestígio mas que proporcionasse mais tempo para a sua vida pessoal, principalmente em função da família/filhos e qualidade de vida. Note-se que a pesquisa foi realizada entre homens (59,5%) e mulheres (40,5%).
Devemos ressaltar que o padrão tradicional de família com o homem trabalhando e a mulher cuidando da casa e dos filhos, vem se modificando ao longo das décadas. Mas casa e filhos continuam sendo atribuições da mulher. Entretanto, estudos fora do Brasil apontam para o aumento de um novo perfil de profissional: é o profissional do sexo masculino que quer além do sucesso profissional, o sucesso pessoal, ou seja, qualidade de vida sob a forma de mais tempo para a família.
A verdade é que chegou o momento, como líder, em que você deveria repensar as condições de trabalho atuais dos profissionais com família de sua equipe, tendo em mente as estruturas existentes e influenciando positivamente no desenvolvimento e manutenção destes profissionais nas organizações e no equilíbrio da relação trabalho-família.
O Business Work-Life Study, realizado pelo Family and Work Institute, concluiu que funcionários que têm maior suporte trabalho-família realizam seu trabalho com mais qualidade, pois:
Das empresas que afirmam investir em suporte trabalho-família, 46% obtiveram um retorno positivo. Este suporte vai desde flexibilidade, trabalhar em casa ocasionalmente, licenças, creches, planos de saúde extensivos à família, passando por workshops/seminários sobre desenvolvimento infantil ou sobre problemas na relação trabalho-família, até comitês/grupos de apoio no desenvolvimento profissional e na ajuda aos problemas que afetam trabalho ou vida pessoal. |
Meri Rosalin é consultora, pós-graduada em administração industrial e marketing, e pesquisadora dos temas liderança, motivação e produtividade.
E-mail: inpm@onda.com.br.