Todos somos difĂceis. Temos problemas e caracterĂsticas que, se quisermos, deixamos que impeçam nossa boa convivĂŞncia. Observe agora seu ambiente de trabalho, sua famĂlia ou grupo de convivĂŞncia. Consegue identificar alguĂ©m que considera uma ?pessoa difĂcil?? Aquela que Ă© intragável, reclamona, discute fácil e nĂŁo concorda com nada? Ou ainda aquela que passa o tempo falando do que fez no passado, ou que faz questĂŁo de ser atalaia da catástrofe? E aquela que Ă© exageradamente passional e explosiva? Ah, existe tambĂ©m a que nunca dá sua opiniĂŁo ou entĂŁo tĂŞm opiniĂŁo para tudo (dominando ou nĂŁo o assunto). Pensa que terminou? Que tal a fofoqueira e dissimuladora, a que aprova na frente e conspira por trás? Pois bem, duvido que vocĂŞ nĂŁo tenha conseguido identificar um ?bicho? (nĂŁo Ă© assim que vocĂŞ pensa?) sequer desta grande fauna de animais peçonhentos.
Agora, a mais importante de todas as perguntas: com qual dessas caracterĂsticas acima as pessoas de sua convivĂŞncia o identificam? É isso mesmo, na visĂŁo de seus colegas, com qual delas vocĂŞ se parece a ponto de muitas pessoas tambĂ©m lhe considerarem uma ?pessoa difĂcil?? É possĂvel que enquanto vocĂŞ lia a lista acima fosse se lembrando de várias carinhas, e rindo de algumas delas. Mas agora que os holofotes estĂŁo sobre vocĂŞ, talvez esteja de semblante duro, rĂgido, esperando pelo resto deste artigo, para relaxar ou definitivamente discordar de mim.
Aceitando as pessoas – Como Ă© fácil identificar problemas nos outros. O problema Ă© que, muitas vezes, quem criticamos espelha as caracterĂsticas que detestamos em nĂłs mesmos. Adoramos conviver com pessoas com caracterĂsticas que gostarĂamos de ter. E detestamos aquelas que revelam quem realmente somos. Já parou para pensar assim? Que temos caracterĂsticas que podem ser motivo de rejeição? Pois este Ă© o primeiro e grande passo para vocĂŞ aceitar os outros como sĂŁo e conviver melhor com eles. Pense bem: por que a caracterĂstica que vocĂŞ mais detesta na ?pessoa difĂcil? lhe irrita tanto?
Vou ser mais provocativo, talvez incoerente para vocĂŞ. Mesmo que a caracterĂstica do outro seja um desvio de conduta moral (com exceção dos hediondos), ainda assim Ă© possĂvel conviver com ela. Para isso, Ă© imprescindĂvel que vocĂŞ descole quem ela Ă© do que ela faz. Tenho vários amigos dos quais rejeito alguma de suas condutas ou práticas, mas nem por isso os rejeito. Procuro entender por que sĂŁo assim, e aceitar que muitas vezes, assim como eu, nĂŁo escolheram isso, mas o meio os fez assim. Tenho amigos nervosos e sorumbáticos, falastrões e calados, que sabem tudo ou nĂŁo sabem nada, tĂmidos e exibidos. Mas todos, sem exceção, tĂŞm caracterĂsticas positivas e admiráveis, que somente enxergo quando paro de olhar para suas mazelas, ou para aquilo que considero mazela.
Relacionamento Ă© uma questĂŁo de escolha e atitude. É inconcebĂvel vocĂŞ criticar a lama na roupa de alguĂ©m, se tambĂ©m está na mesma poça. Já dizia Jesus: antes de tirar o cisco do olho do outro, tire a trave do seu. Trave essa que o impede de enxergar as coisas como elas sĂŁo, que o impede de enxergar a si mesmo. Isso sim Ă© difĂcil. Mas Ă© possĂvel. Tente! Ame!
Paulo Angelim é palestrante nacional em marketing, vendas e motivação, e autor de quatro livros. Visite o site: www.pauloangelim.com.br