Você corre primeiro para as oportunidades de crescimento, para os potes de ouro que precisam ser desenterrados, ou para as migalhas que o mundo envia para os que se conformam em se manter onde estão?

Fomos esta semana a um café-da-manhã para lançamento de um empreendimento imobiliário. Vários corretores reunidos, pessoas do cerimonial se revezando ao microfone, até que chegou a vez do gerente comercial falar sobre a comercialização do empreendimento, conduziu sua apresentação para um desfecho, mencionando que o material de vendas estaria na parte de trás do local onde estávamos reunidos, e que, logo após sua fala, todos poderiam se dirigir ao local específico para pegar sua pasta com folderes e tabela. Em festas de lançamento, é muito comum não haver material abundante para todos os corretores, sendo restrito apenas uma pasta por corretor presente.

Assim, precavido, me dirigi ao local, antes de chegar ao fim a fala do gerente comercial. Logo após sua saudação final e agradecimento, eu esperava uma corrida dos corretores à mesa onde eu já estava. Afinal, era lá que estavam as pastas que iriam nos permitir apresentar o empreendimento aos nossos clientes. Qual foi minha surpresa quando vi a grande maioria dos corretores se dirigindo vorazmente às duas mesas de comidas e bebidas, onde estavam servidos o café com pães, bolos, queijos, sucos e tudo mais que você possa imaginar.

Daí, conclui que os profissionais também podem ser divididos em duas categorias: os que priorizam o peixe, e os que priorizam a vara de pescar. É lógico que todos ali queriam as pastas, assim como a comida. Mas diante do dilema "garanto logo o café ou as pastas?", a grande maioria não titubeou: escolheu a satisfação da necessidade imediata, escolheu atender primeiro o prazer. Poucos foram os que pensaram: vim aqui para me preparar para vender; portanto, primeiro o dever.

E, infelizmente, é assim com a grande maioria dos profissionais. Não só da área de vendas, mas de qualquer outra área. Querem o bônus, mas não querem o ônus. Querem o resultado, a festa, mas não querem pagar o preço de ter que fazer a escolha de primeiro plantar, para depois colher. Não são maus profissionais. Não são pessoas sem talento ou sem capacidade. Apenas produzem menos, e ganham menos, porque priorizam errado. Olham para o curto prazo, para o imediatismo. Apostam mais no presente do que no futuro. Ou seja, prioritariamente agem no presente para satisfazer o presente, e não o futuro. Usam o tempo de hoje para satisfazer o agora, ao invés de se preparar para o amanhã. Ao invés de investir o dinheiro que ganham em mais capacitação e preparação para um futuro melhor, gastam-no para atender os prazeres do agora. Ao invés de investirem seu tempo no crescimento pessoal, desperdiçam-no no atendimento das necessidades momentâneas.

Não compram livros e revistas, porque gastaram o dinheiro na noite, no kit do carnaval fora de época. Não podem investir em cursos, porque gastaram o dinheiro nos óculos da moda, ou no novo celular, mais moderno. Não estão dispostos a renunciar o prazer, não estão dispostos ao sacrifício, nem a pagar um preço. Na verdade, não estão comprometidos com o seu crescimento, mas apenas com o seu sustento. E assim, mantêm sua posição. Não pavimentam a estrada para o sucesso, para o êxito. Não porque não querem, mas porque não priorizam isso.

E você, corre primeiro para as oportunidades de crescimento, para os potes de ouro que precisam ser desenterrados, ou para as migalhas que o mundo envia para os que se conformam em se manter onde estão.

Compromisso de hoje: Vou priorizar meus interesses. Vou investir mais no meu futuro.