Para acompanhar a evolução desta recente indústria que hoje movimenta valores capazes de influenciar o PIB nacional, é necessária uma análise que retorne 25 anos no tempo. Acompanhe. Para acompanhar a história desta recente indústria que hoje movimenta valores capazes de influenciar o PIB nacional, gerando milhares de empregos diretos e indiretos e sustentando a maioria das famílias que dependem do comércio varejista, é necessário retornar a 25 anos para analisarmos esta evolução.
No caso do Brasil, este segmento de mercado surgiu com o conceito atual de shopping convencional, ou seja, um ambiente que abrigava várias atividades, antes só vistas no comércio de rua, como lojas de roupas feminina, masculina e infantil; lojas de calçados; de alimentação; magazines; óticas; bancos; entre outros.
Todas estas atividades comerciais foram um incentivo para a população, na busca da comodidade e conforto, tudo num só lugar. Com a evolução do varejo, a entrada de novos produtos com parte integrante do cotidiano das pessoas, e da concorrência cada vez mais acirrada contribuindo para este crescimento, os shoppings também tiveram que acompanhar esta tendência e passaram a criar novas opções de lazer e atividades para o seu público alvo.
Retornando a nossa cronologia, podemos acrescentar que, a partir deste ?boom? de mercado aliado ao aumento de público em seus espaços, era inevitável que os shoppings também inserissem outras atividades de lazer, como boates, parques interativos, lojas de ?games?e boliches, atraindo, também, o público infantil, além do adulto.
Ao longo do tempo, com a queda do poder aquisitivo da população, os empreendimentos também tiveram que se adequar a esta nova realidade para manter o mesmo nível de receita. Neste sentido, começaram a fazer parte do seu mix as lojas de serviço, como correio, telefônicas, outras instituições financeiras e casas lotéricas.
Aliado a isto, também surgiram as academias de ginásticas nos shoppings e houve a proliferação de cinemas, principalmente com o conceito atual dos multiplex, constituindo-se hoje num grande atrativo para o público de todas as faixas etárias.
Seguindo esta evolução, houve uma segmentação dos empreendimentos com a introdução do conceito dos parques temáticos, surgindo, então, complexos exclusivos de lazer, informática, serviços, casa e decoração, conquistando um público específico para cada fim.
Também houve uma evolução na concepção dos empreendimentos que passaram a visualizar novas formas de construção, reduzindo custo e tempo de obra, além de inovar com geração própria de energia elétrica, novas formas de capacitação de água, sistemas otimizados de refrigeração, investimento em segurança, material de acabamento com design arrojado e praticidade de limpeza, que também contribuíram para a redução do custo final de condomínio, o que acaba sendo um atrativo para a instalação de novas lojas.
Mas, seria uma profunda ingenuidade imaginar que os empreendimentos chegaram ao nível de aumento de público e vendas, apenas pela sua arquitetura ou outros benefícios. Obviamente, existe todo um estudo e planejamento neste sentido, seja para verificar as dimensões ideais, a melhor localização do empreendimento e as vias urbanas de acesso, o mix adequado para o perfil de público esperado, de acordo com o nível sócio-econômico das áreas de influências primária e secundária, estacionamento e outras atrações.
É claro que existe, ainda, as ferramentas de marketing, tão importantes no campo institucional ou na área de vendas. Principalmente nas datas consideradas temáticas (Dia das Mães, Dia dos Namorados, Dia dos Pais, Natal). Esta importante ferramenta merece um parágrafo especial, diante de todo o seu glamour, simplesmente, porque é através do marketing que a imagem do empreendimento é transmitida aos clientes e empresários, ganhando destaque e diferencial entre os demais.
Retornando à fase de planejamento dos shoppings, inicialmente é realizado o lançamento do empreendimento, antes e durante a sua construção, com o objetivo de atrair empresários que tenham interesse em fazer parte do grupo de lojistas. Um outro tipo de estratégia deve ser realizada, de forma concomitante, para se criar uma expectativa na população da área de influência do shopping. Concluída esta etapa, é realizada a campanha de inauguração do empreendimento, sendo iniciada a sua fase de amadurecimento, em busca da conquista e fidelidade dos seus clientes.
Felizmente, torna-se inevitável o aparecimento de novos complexos, diante do aumento da densidade populacional e agregando valores a periferia, tornando-se um referencial para cada bairro, contribuindo para o crescimento das cidades. Tudo isto somado a exigência do consumidor na descoberta de novos produtos e na carência de outros serviços. Porém, há uma tendência natural para o surgimento de empreendimentos menores, facilitando o atendimento da população de bairro no seu cotidiano, ou seja, as necessidades básicas poderão ser atendidas no shopping do bairro, com a conveniência, o conforto, a comodidade e rapidez dos serviços.