ALEX HIAM

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Graduado por Harvard, com MBA em Planejamento Estratégico pela Universidade da Califórnia… Graduado por Harvard, com MBA em Planejamento Estratégico pela Universidade da Califórnia, em Berkeley, Alex Hiam atuou como professor da School of Business da Universidade de Massachusetts, em Amherst e tem trabalhado como consultor nas áreas de desenvolvimento e treinamento em liderança de importantes empresas como: AT&T, Ford, GM, 3M e para o FBI e o Senado dos EUA. Nesta entrevista, ele fala com exclusividade sobre liderança, motivação e alta-performance. Confira.

Em seu livro Liderança para Gerentes e Executivos, você diz que é possível levar um cavalo até a água, mas não se pode obrigá-lo a beber, o que também se aplica às empresas. Então, como o líder pode fazer para que sua equipe fique com ?sede??

A antiga fábula sobre os cavalos nos faz lembrar que existem muitas coisas que não podemos forçar. Isso é especialmente verdadeiro nas empresas. A pessoa na posição de comando pode até forçar algumas coisas, como mudanças no cronograma ou uma nova política de trabalho, mas as coisas realmente importantes não podem ser ditadas. Elas precisam acontecer a partir de uma participação ativa e motivada de todas as pessoas na empresa. Crescimento das vendas, aumento nos níveis de produtividade e grandes idéias de marketing são bons exemplos. Você não consegue fazer com que as vendas cresçam através de ordens e memorandos. É preciso existir uma boa estratégia de vendas e uma equipe pronta, treinada e motivada para implementar o plano. Este é o fator humano nos negócios, e eu acredito que seja a variável mais importante que os líderes devem ter em mente. Todas as grandes realizações da Humanidade foram conquistadas por pessoas ? não por computadores ou máquinas, mas por pessoas. Eu sou um humanista convicto quando o assunto é gerenciamento e acredito que criatividade, liderança e comunicação são aspectos muito importantes.
Você pergunta como o líder pode tornar uma equipe ?sedenta? de sucesso. Bem, a questão é que todos temos sede de sucesso e fome de resultados, progresso, reconhecimento, respeito e tantos outros motivos nobres que nos fazem mais produtivos do que qualquer outra forma de vida neste planeta. O que eu digo para os líderes em meus workshops é, primeiro, que se certifiquem de que não estão arruinando o apetite das pessoas por sucesso através de um gerenciamento com mãos de ferro, com a falta de um foco claro e objetivo, além de um tratamento injusto e inconsistente, uma comunicação deficiente e tantas outras pragas do ambiente de trabalho moderno.
Depois, uma vez que você como líder está seguro de que não está traindo ninguém, você começa a articular uma simples, clara e sensível visão de que todos poderão crescer e alcançar alguma coisa juntos. Assim você pode trabalhar numa comunicação mais regular, inteligente e plena. Você começa a usar mais suas habilidades para ouvir, falando menos ? algo dificilmente lembrado pelos líderes. Você pode checar, e checar novamente, se todos possuem as informações, o conhecimento e os recursos necessários para realizar o trabalho de forma eficaz. E você ainda pode lembrar a todos que seus esforços estão sendo notados e apreciados, fazendo com que a auto-motivação fique mais forte e todos se sintam livres para perseguir suas ambições por sucesso em conjunto ? ajudando a criar um ambiente de alta performance que toda empresa precisa para realmente alcançar bons resultados.

Você explica que as empresas podem ser comparadas a um estábulo, cheio de vencedores, mas que representa apenas uma energia potencial que não pode ser de muito uso para ninguém a não ser que seja direcionada para um objetivo comum e encorajada a trabalhar sob uma boa liderança. Como um gerente pode encorajar seus ?cavalos? a acreditar que são vencedores e a darem o melhor de si mesmos? Como é possível certificar-se de que os ?cavalos? querem correr a corrida também?

É claro que eu não necessariamente iria tão longe para comparar funcionários a cavalos de corrida, pois alguns poderiam entender como um elogio, mas outros não. De qualquer forma, por analogia, pode-se dizer que num estábulo temos corredores rápidos ao lado de muitos outros que não correrão, por si mesmos, nenhuma prova. A verdade é que no mundo dos negócios nós realmente gostaríamos que todo funcionário contratado alcançasse uma boa performance, no nível de um campeão. Isso significa que devemos insistentemente tratá-los como campeões. Deixe-os saberem que são importantes, o por que foram contratados, como eles podem contribuir. Recompense-os por conquistas anteriores com freqüência, e dê a eles um bom tratamento o tempo todo, como merece um campeão. Se você nunca presta atenção a um cavalo, ele não alcançará uma boa performance e nunca agirá como um vencedor. O mesmo acontece com os membros de sua equipe. Se eles sentirem que o ?chefe? nem sabe quem eles são ou o que fazem, onde está o incentivo para fazer melhor? Por que apesas não fazer o mínimo possível?

Por que você diz que contratar os candidatos mais qualificados não assegura uma boa performance?

Os empregadores gastam muito tempo e energia analisando candidatos e procurando os melhores. Isso ajuda a encontrar alguém que tem mais ou menos as habilidades e experiências apropriadas. Mas no quesito performance, isso contribui muito pouco. Processos de contratação fornecem apenas uma pequena amostra de como será a performance futura. Todo novo candidato tem uma boa, má ou horrível experiência quando começa a aprender seu trabalho.
Eu recomendo veementemente despender mais recursos junto aos novos candidatos nos primeiros seis meses de trabalho. Se você puder redistribuir parte das verbas gastas com processos de recrutamento e seleção para treinamento e supervisão dos novos contratados durante o primeiro ano, faça-o. E mais: uma boa supervisão e liderança durante o período de estágio irá produzir ótimas performances, mesmo em se tratando de uma segunda ou terceira opção de candidato na hora da contratação. Acredito que a liderança pode fazer uma grande diferença. Ou seja, um bom líder obterá excelentes resultados com praticamente qualquer grupo de pessoas.
Muito freqüentemente nos negócios assumimos que o problema é o funcionário, quando na verdade é a maneira de agir do líder. Eu sou a favor de investir pesado na liderança, e se preocupar menos com quem você contrata. A maioria das pessoas que são suficientemente educadas e preparadas para o trabalho são capazes de serem as melhores ? através, de uma boa liderança, é claro.

Como um gerente pode desenvolver um approach cada vez mais positivo, além de um estilo de gerenciamento que o torne um líder de verdade?

Esta é uma excelente pergunta, porque o padrão de sucesso futuro muitas vezes aponta para elementos internos, e não externos, mesmo para alguém que gerencia milhares de funcionários. A primeira coisa que eu sugiro para quem está exercendo o papel de liderança é ficar alerta para suas atitudes como líder, assim como para os preconceitos e crenças que constrói a respeito dos membros da equipe. Vejo por este lado: nenhum técnico é capaz de levar seu time às finais de um campeonato a não ser que ele, em primeiro lugar, tenha acreditado que todos eram capazes de chegar lá. É a mesma coisa nos negócios, por isso uma das coisas que peço para os líderes fazerem é uma lista das coisas positivas que eles sabem de seus subordinados. Baseados nesta lista, nós então comparamos nossas atitudes e comportamentos quando focados nas deficiências e erros dos funcionários. Obviamente que líderes focados nos pontos fortes de seus liderados são capazes de estabelecer objetivos mais altos, de encorajar todos a buscarem mais, premiando e motivando com prazer ? ou melhor, todo o comportamento esperado de uma liderança vencedora. Portanto, sim, é importante trabalhar sobre atitudes de sucesso primeiro, pois elas fazem possível o sucesso depois.

Você acredita que a motivação é sempre auto-gerada ou é possível inspirar os outros?

As duas coisas. Eu nunca encontrei uma pessoa que não estivesse motivada. Mas para quê, onde, quanto, por quanto tempo? Isso depende. Os seres humanos, como observou Abraham Maslow, são ?animais carentes?. Estamos sempre transbordando motivação. Mas se isso é direcionado para o desejo de comprar, de praticar hobbies ou para sua vida amorosa, e não para o trabalho, bem, você é visto como desmotivado ou preguiçoso pelos seus supervisores. Então, dê à sua equipe algo de valor para que fiquem motivados e, de repente, você estará alcançando o gatilho interno de cada funcionário.
Tudo começa afastando os desmotivadores (como uma confusão sobre o que fazer, tratamento injusto ou o sentimento de não ser valorizado), e então você terá de prover oportunidades especiais para que cada se sinta bem ao buscar. Veja, muitas das pessoas que mais dão duro no mundo não recebem um centavo por seu trabalho. São voluntários, pessoas que decidiram ajudar os outros, fazer arte ou praticar um esporte apenas por diversão. Assim, o grande líder deve inspirar os outros de uma forma natural, e algo realmente importante vai acontecer.

Você poderia explicar o que quer dizer com ?os melhores passeios são feitos em trilhas desconhecidas??

Monotonia é o maior inimigo da motivação. Se o trabalho (ou a vida) começa a se tornar chata, não há nada que um líder possa fazer a não ser mudar a rotina. Volta e meia eu recebo um telefonema de um gerente dizendo: ?nós queremos desafiar nossa equipe com um objetivo motivador, mas não conseguimos pensar em nada novo!?. O quê? Quanto tempo você acha que ainda sobrevive nos negócios? Nesse mundo, mudanças, criatividade e inovação são essenciais, o tempo todo. Por isso, todo líder precisa pensar em algo fora do normal, em direção ao futuro.
Eu recomendo não apenas dizer às pessoas qual é a nova idéia, plano ou objetivo, mas desafiá-las a inventar algo. Oportunidades para sugestões, reuniões de brain storming e recompensas para esforços verdadeiros (mesmo quando as idéias não dão certo), compõem o que se pode chamar de ?liderança criativa?. E criatividade é definitivamente o ingrediente-chave para a motivação e para a alta performance.

Alex Hiam é autor do livro Liderança para Gerentes e Executivos (Making Horses Drink), da Editora M. Books – www.mbooks.com.br .
Visite: www.insightsfortraining.com e www.alexhiam.com

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