Como a prospecção influencia na negociação?

raul-candeloro

Quer conversar com um especialista?
Entre em contato!

Hoje estou me sentindo até mais inteligente: consegui citar o Dalai Lama, William de Occam, Albert Einstein e Sun Tzu no mesmo artigo! Vamos começar pelo Dalai…

“Se quiser saber de onde vem o veneno num rio, siga-o rio acima, em direção à fonte, e não rio abaixo.” (Dalai Lama)

Vários colegas meus, especialistas em negociação, dão, nas próximas páginas, dicas excelentes e bem específicas sobre como negociar melhor, os principais erros a evitar, como se preparar para uma negociação etc.

Eu quero dar um passo atrás e analisar o assunto um pouco mais “de longe”, como se estivesse voando por cima e observando.

Como disse o Dalai Lama, se queremos descobrir a causa de alguma coisa (como problemas de negociação, por exemplo), é melhor ir à fonte. Vamos, então, seguir rio acima.

Comecemos pelo melhor lugar para começar, à la Rei de Copas em Alice no País das Maravilhas: pelo começo, relembrando os passos da venda e como eles estão coordenados entre si:

  1. Planejamento e preparação
  2. Prospecção
  3. Abordagem
  4. Levantamento de necessidades
  5. Proposta de valor
  6. Negociação
  7. Fechamento
  8. Pós-venda

Falando especificamente de nosso material de capa, a conversa hoje é: será que precisamos melhorar só a capacidade de negociação da equipe comercial ou será que podemos tomar outras atitudes pré-negociação que podem fortalecer nossa posição e até evitar várias situações de fraqueza nas negociações?

Meu objetivo principal neste artigo é tirar um pouco o foco de um passo isolado do outro – seja de negociação, nosso tema de capa, ou de prospecção, que os assinantes têm comentado como principal desafio atualmente.

Simplificar é ótimo e sou grande defensor da Lei da Parcimônia, criada por William de Occam, que diz o seguinte: “Quando temos hipóteses concorrentes para explicar um fenômeno, aquela que assume menos condições ou variáveis é que deve ser escolhida.” Ou seja, na dúvida, escolha o caminho mais simples.

Por outro lado, isso me faz lembrar também de Albert Einstein, que disse, certa vez: “Tudo deveria ser feito o mais simples possível, mas não mais simples que isso.” Entendeu? Uma coisa é procurar um caminho simples. Outra é tentar simplificar algo complexo e, no processo, acabar eliminando coisas importantes e comprometendo não só sua análise, mas, principalmente, o resultado final.

Quando falamos de problemas de negociação, estamos falando de consequências ou de causas? Tornando a pergunta mais simples e direta: onde, exatamente, nascem os problemas que surgem nas negociações comerciais?

Ou, melhor ainda: por que os vendedores têm que negociar? (Se eu fizesse essa a uma turma de vendedores, ela facilmente renderia um workshop de quatro horas.)

Usando a referência do Dalai Lama, uma ideia inteligente seria ir “corrente acima”, “subindo” nos passos da venda, entendendo o que podemos fazer antes da negociação para melhorar os resultados durante ela.

Por exemplo, estas são situações típicas que influenciam uma negociação comercial antes mesmo de ela começar:

  • Taxa baixa de conversão da equipe de vendas.
  • Levantamento de necessidades fraco.
  • Perda contínua de clientes.
  • Falta de diferenciais.
  • Despreparo da equipe em todos os passos da venda anteriores à negociação.
  • Segmentação errada de clientes.
  • Recrutamento de vendedores com perfil desalinhado com a função.
  • Planos de remuneração que estimulam metas divergentes.

Tudo isso influencia uma negociação antes mesmo de ela começar.

Nas próximas páginas da revista, você vai encontrar dezenas de dicas e conselhos sobre como negociar melhor. Eu quero que você coloque tudo isso em prática (pois negociar bem é fundamental na vida, não só em vendas), mas, principalmente, que pense na frase do Dalai Lama sobre “subir o rio”, procurando a causa real do problema e não apenas dando voltas em torno das consequências.

Para terminar, eu tinha prometido citar Sun Tzu. Farei, no futuro, um artigo dedicado só à Arte da guerra, mas já adianto alguns pensamentos de Sun Tzu para você avaliar antes de colocar em prática todas as dicas sobre negociação desta edição:

  • A suprema arte da guerra é vencer a batalha sem lutar.
  • Guerreiros vitoriosos primeiro vencem e depois vão para a batalha. Guerreiros derrotados vão primeiro para a batalha e aí procuram formas de vencer.
  • Se você se conhecer e conhecer o inimigo, não precisará temer o resultado de cem batalhas.
  • Aquele que sabe quando lutar e quando não lutar sempre será vitorioso.

Coloque essas quatro frases em um quadro e apresente para sua equipe antes da próxima reunião de treinamento, quando forem falar sobre negociação.

Em tudo na vida tem a parte estratégica, a parte tática e a parte operacional. Seja estratégico e o resto todo fica mais fácil. Suba o rio.

Abraço e boas negociações,

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Saiba como seus dados em comentários são processados.

Conteúdos Relacionados

trabalhar certo

Times que trabalham muito e vendem pouco: como usar os 3 Cs para reverter isso?

Times de vendas raramente ficam parados. Vendedores estão sempre em movimento, ligando, mandando mensagens, visitando clientes.
Leia Mais →
Blindagem comercial Como proteger sua carteira de clientes dos ataques da concorrência

Blindagem comercial: Como proteger sua carteira de clientes dos ataques da concorrência

Descubra se sua carteira de clientes está blindada ou vulnerável. Faça o diagnóstico gratuito e receba seu Índice de Blindagem agora!
Leia Mais →
CPID a métrica que separa vendas rentáveis de vendas que quebram a empresa

CPID: a métrica que separa vendas rentáveis de vendas que quebram a empresa

“Você pode estar pagando comissão para vendedores que dão prejuízo.” ...
Leia Mais →