Em 1994 era assim…

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Relembre 25 empresas que há 25 anos tinham seu nome na boca do povo, mas que desde então passaram por altos e baixos, e tire boas lições para garantir o futuro do seu negócio

1994 foi tudo, menos um ano típico.

Na economia, tivemos duas moedas de direito e três de fato. Começamos o ano com o corroído e cambaleante Cruzeiro Real. Os mais novos não sabem o que é isso, mas era a época das tabelas. Muitos produtos saíam das fábricas não com um preço, mas com um código. Você chegava no caixa e ele via o valor do código em uma tabela. Os táxis tinham tabelas coladas no vidro. Se o taxímetro marcava mil cruzeiros reais, a tabela dizia que a corrida valia, de fato, CR$ 1.500,00.

Em fevereiro, a moeda desgastada pela inflação constante foi substituída pela URV, Unidade Real de Valor, um índice que refletiria a variação de quanto o dinheiro valia na época. Uma tabela para unificar todas as tabelas, digamos. Assim, se algo custava 2 URVs, você multiplicava pela cotação do momento e pagava em Cruzeiros Reais.

Em julho, baseado no valor dessa URV, entrou em circulação o Real. Esse mesmo que está aí até hoje.

Mas o que não está aí é o que conta. Vamos viajar no tempo, lembrar 25 marcas que faziam parte do cotidiano do brasileiro em 1994, mas que desde então passaram por altos e baixos, e identificar as lições que ficam para você?

1 – Banco Nacional

Quem viveu intensamente a década de 1990 e as grandes vitórias de Ayrton Senna na Fórmula 1 deve se lembrar do “ventiladorzinho” que era o logo do Nacional no boné do piloto. Porém, com a estabilização da economia, muitas instituições financeiras se viram em dificuldades com a mudança das regras do jogo. Foi o caso do Nacional, que sofreu intervenção do Banco Central em 1994, e desapareceu em 1995. Quem teve um destino similar foi o…

2 – … Bamerindus

Este foi outro banco que sofreu com a implantação do Real e o fim dos ganhos com a ciranda inflacionária. Foi socorrido pelo governo em 1995 e resistiu até 1997.

25 empresas 13 – Mesbla

Entre os anos 1950 e 1980, a Mesbla reinava sozinha, como única rede de varejo de abrangência nacional, e orgulhava-se de vender tudo – de botões a automóveis e lanchas.

Em 1989, porém, a inflação sem controle fez com que a diretoria tomasse a decisão que afundaria a empresa: estocar mercadoria antes que o preço subisse ainda mais e viver com o dinheiro gerado pela sua financeira.

Mais quatro anos e o resultado se mostrou: sem inflação, sem ganho financeiro, as lojas ficaram cheias de produtos ultrapassados, que ninguém queria.

Em 1994, a empresa, que chegara a ter 28 mil funcionários, contava com apenas 4.500. A concordata veio em 1997.

4 – Chambourcy

Nem todas as empresas fecharam pela incapacidade de se ajustar a uma nova realidade. A marca de iogurte (alguns podem se lembrar do Chambinho) sumiu em 1995 porque o pessoal de marketing da empresa cansou de martelar “É Chambourcy, é Nestlé”, e passou a usar a marca principal em todos os produtos.

25 empresas 25 – Prosdócimo

Por algum tempo, esta foi a segunda marca de geladeiras mais vendida no Brasil. O início do seu fim começou em 1996, quando foi vendida à multinacional Electrolux. Em 1997, a marca Prosdócimo foi extinta.

6 – TV Manchete

Em 1994, a rede de televisão que já fora líder de audiência com a novela Pantanal enfrentava problemas financeiros e legais. Nesse mesmo ano, porém, algo inesperado deu novo fôlego à empresa e atraiu de novo espectadores e anunciantes: a série de animação japonesa Cavaleiros do Zodíaco.

Sinal para você não ter medo de tentar mais uma vez.

7 – Arisco

Os anos 1990 testemunharam a sanha de aquisições da Arisco. Por um tempo, parecia que as gôndolas do setor alimentício dos supermercados eram dominadas pela marca verde e vermelha. Tudo o que você podia imaginar. Chegaram a se aventurar fora do setor de alimentos, ao comprar a fabricante da palha de aço Assolan e lançar-se abertamente contra o líder absoluto do mercado desde sempre.

Hoje, a marca pertence a marca pertence à Unilever, e voltou às suas origens, focando em temperos.

8 – Arapuã

A rede de lojas chegou a ser uma das líderes em vendas de eletrodomésticos no Brasil. Em 1996, seu faturamento chegou a R$ 2,2 bilhões. Em 1998, pediu concordata. Hoje, vende roupas populares na periferia de São Paulo e Belo Horizonte através da rede de lojas Sette Bello.

25 empresas 59 – HM

Presente “do Rio Grande ao Grande Rio”, a HM chegou a ser a líder do comércio varejista brasileiro nos anos 1980. A década seguinte traria problemas financeiros, causados pela desastrosa economia brasileira e as tentativas de consertá-la, e questões internas, como o falecimento de pessoas-chave na hierarquia.

10 – Circo Editorial

Quadrinhos de nomes hoje consagrados, como Angeli, Glauco e Laerte, eram publicados pela Circo Editorial. Seu principal título, Chiclete com Banana, chegou a vender mais de 100 mil exemplares. Fechou as portas em 1995.

11 – CBT

Este é um exemplo de como, ao contrário de outros países, o Brasil valoriza pouco sua história empresarial.

Entre 1988 e 1994, a Companhia Brasileira de Tratores fabricou o Javali, um jipe/utilitário, que estava disponível nas versões tração simples e 4×4. Alguns chegaram a ser vendidos para o Exército Brasileiro. Em 1995, porém, a empresa inteira fechou as portas.

Falando em Exército…

12 – Engesa

… Em 2012, o general da reserva Maynard Marques de Santa Rosa, disse: “Posso afirmar que possuímos munição para menos de uma hora de combate”, além de dizer que, o que temos, está sucateado.

Talvez não estivéssemos nessa situação se a Engesa tivesse uma administração mais competente.

Empresa focada em veículos militares – como o blindado anfíbio Urutu e o Cascavel –, a Engesa chegou a vender para 18 países e empregar 5 mil pessoas. No entanto, as dívidas forçaram a empresa a fechar as portas em 1993 (ok, passou perto de 1994).

Pelo menos Maynard Santa Rosa conhece o problema de falta de investimento e agora tem condições de fazer algo a respeito: é o responsável pelas concessões e pelo Programa de Parceria de Investimento do governo Bolsonaro.

Voltando à Engesa, ela não sumiu completamente. Seu utilitário Marruá, por exemplo, hoje é fabricado pela…

25 empresas 613 – … Agrale

Mais um exemplo de empresa que cresceu, expandiu, e hoje recolheu-se em sua expertise.

Em 1984, através de acordo com a italiana Cagiva, passou a fabricar motos na Zona Franca de Manaus com sua marca. Isso durou até 1997. Hoje, a Agrale permanece como a única montadora de tratores e caminhões com capital brasileiro. Além desses veículos, produz chassis para ônibus e micro-ônibus.

Mais um exemplo da necessidade de focar naquilo que você faz bem mesmo.

14 – Trol

Chegou a ser a segunda maior empresa de brinquedos do Brasil, fabricante por aqui de marcas consagradas como Playmobil, TCR (autoramas) e carrinhos Matchbox. Fale com os mais velhos, eles ainda se lembram do jingle “Trol, bom motivo para ser crian-ça”.

A história da empresa começou a mudar em 1967, quando, como muitas outras, ela se aproveitou da criação da Zona Franca de Manaus e abriu uma fábrica… Na verdade, um escritório na capital amazonense. E ficou lá, esperando, até que uma outra fábrica de brinquedos instalada na área enfrentou dificuldades, a Trol foi lá, comprou, e junto veio uma fábrica completa para a produção dos carrinhos Matchbox. Aí foi o início de um conjunto de aquisições.

O interessante era que a empresa era avessa a fusões, mas não a confusões – mantinha cada unidade separada, com CNPJ próprio, o que tornou administrar tudo um pesadelo.

A Trol parou de fabricar brinquedos em 1991. Continuou a produzir peças industriais até 1993, quando fechou as portas definitivamente.

Simplifique as coisas.

15 – Lojas Brasileiras

Esta é outra rede de varejo que viu as dívidas se acumularem e fechou as portas em 1999.

16 – Computadores Cobra

A empresa teve um início bem “chapa branca”, com a necessidade de se desenvolver tecnologia de computação nacional e atender a demanda interna em tempos de proibição de importações. A Cobra foi modelo para várias empresas de tecnologia nacionais serem criadas e, assim, atenderem a demanda. Com a abertura das importações nos anos 1990, acabou tendo suas ações compradas pelo Banco do Brasil, e hoje é uma subsidiária que presta serviços de tecnologia ao grupo.

17 – Kichute

Nos anos 70 e 80, status entre a molecada era usar Tênis Kichute, amarrado na sola ou na canela, como preferisse. Sumiu frente à concorrência pulverizada. Hoje, a marca pertence a Alpargatas.

25 empresas 318 – Mirabel

Em algumas regiões do Brasil, bolachas tipo wafer são chamadas “mirabel”. Essa é a força da marca, fabricada pela Mabel, que parou de ser produzida em 2001.

Mas como pesquisas indicavam que a lembrança e saudade do produto eram grandes, a PepsiCo, atual dona da marca, voltou a porduzi-la em 2011, com bons lucros.

19 – Disapel

Dependendo de onde você morava no Brasil no passado recente, era impossível ligar a TV na hora do almoço e não ver anúncios da “Disapel, a mais simpática”.

A empresa chegou a ter mais de 250 filiais em todo o Brasil. Em 2000, com 81, foi vendida para a Ponto Frio, e ajudou essa empresa se catapultar ao posto de rede com mais lojas no Brasil.

25 empresas 420 – Gurgel

Em 1975, o Brasil produzia seu carro elétrico. É, esses carros elétricos que estão na moda hoje, que atraem investimentos de todos os lados, de todas as grandes montadoras. O Gurgel Itaipu fazia isso desde os anos 1970, e tinha uma história cercada de teorias de conspirações, que daria livros e livros. Mas a Gurgel fechou suas portas em 1994, depois de vender um recorde de 3.700 unidades em 1991.

A frase de Amaral Gurgel é emblemática: “Somente no Brasil um empreendedor que fabrica 3 mil carros num ano é chamado de sonhador”.

21 – Baré

Esta marca sempre pertenceu à Antarctica, e fez grande sucesso no final dos anos 1980 e 1990. Tanto marcou a época que um documentário sobre a explosão do Rock em Brasília na época se chama “Geração Baré-Cola”.

Hoje, tanto esse refrigerante, que fez a alegria da molecada na época, como a versão tuti-fruti foram descontinuados. Resta o Baré Guaraná, vendido somente no Amazonas, onde rivaliza com a Coca-Cola.

Ache seu nicho!

22 – Puma

Antes da abertura das importações, no governo Collor, um Puma era a única opção para quem queria dirigir um carro esportivo por aqui. Era comum ver nas ruas os carros baixos, alguns com um jeitão de Porsche, símbolo do gato rosnando na frente. Como muitas outras empresas, a Puma teve dificuldades financeiras, passou por vários donos e, por um tempo, se refugiou na fabricação de caminhões. Em 1995, o último automóvel com sua marca foi fabricado.

A boa notícia é que ela está de volta, com o modelo P052, feito para pistas e track days (eventos em que os autódromos são abertos para amadores darem voltas com seus carros) e o modelo de rua Puma GT Lumimari.

Quer saber mais? Acesse www.pumaautomoveis.com.br.

23 – Lada

A Lada não é uma marca nacional, mas soviética. Ela fez sucesso por aqui com o fim da proibição da importação de automóveis, em 1990. O sobe e desce das alíquotas e a dificuldade de importar peças de reposição fez com que a importadora desistisse de vender os carrinhos aqui em 1995. Porém, um dos modelos trazidos na época – o utilitário (“jipinho”, como preferem alguns) Niva –pode voltar, e ser fabricado aqui, pela Renault, a partir de 2021. As coisas nunca param de surpreender.

24 – Mappin

A Mappin é mais uma que ensaia sua volta.

O tradicional varejista sumiu basicamente por problemas na gestão financeira, mas pretende voltar ainda em 2019, com uma loja virtual de Cama, Mesa e Banho.

25 – E o futuro

Aristóteles já dizia: “A natureza odeia o vácuo”. E o ambiente empresarial, também.

Nesse quarto de século vimos nascer novas marcas, mais profissionais, com ideais de respeito ao ambiente e ao ser humano. Onde algo desaparece, logo surgem outros para ocupar o lugar. A fusão da Brahma e Antarctica na AmBev, por exemplo, fez florescer no Brasil o mercado das microcervejarias, dos pequenos produtores, dando mais opções ao consumidor e mudando as regras do jogo.

Sim, essa fusão aconteceu um pouco mais tarde, em 1999. O que aconteceu em 1994 foi o falecimento do humorista Mussum. Hoje, seu filho está à frente da Brassaria Ampolis, cervejaria artesanal baseada na figura e no humor de seu pai. É, coisas ruins acontecem. A diferença dos vencedores é como eles aprendem com essas coisas e seguem em frente.

Que essas histórias que contamos aqui o ajudem a seguir em frente preparado para o que pode vir. E que venham mais 25 anos, com muita coisa boa, as inevitáveis renovações e desafios. Estaremos juntos para ajudar você a tirar de letra!

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