ENTREVISTA: Alberto CenturiĆ£o

Alberto CenturiĆ£o, consultor em comunicaĆ§Ć£o e relacionamento com clientes internos e externos, fala sobre como os vendedores podem conviver pacificamente com as objeƧƵes, em entrevista exclusiva Ć  VendaMais. Alberto CenturiĆ£o Ć© consultor em comunicaĆ§Ć£o e relacionamento com clientes internos e externos. Autor do vĆ­deo ObjeƧƵes: o caminho das pedras, fala sobre como os vendedores podem conviver pacificamente com as objeƧƵes, em entrevista exclusiva Ć  VendaMais. Confira!

1. O que Ć© objeĆ§Ć£o?
ObjeĆ§Ć£o Ć© um obstĆ”culo justificado ao fechamento de um acordo, apresentado por uma das partes envolvidas em uma negociaĆ§Ć£o. Em termos mais simples, Ć© um ?nĆ£o? com motivo, uma negativa justificada. Ao contrĆ”rio do que muita gente pensa, uma objeĆ§Ć£o nĆ£o Ć© um impedimento para o fechamento de uma venda. Ɖ, sim, um indicativo de interesse que sinaliza um caminho para a negociaĆ§Ć£o.

2. Quais os tipos de objeĆ§Ć£o?
A objeĆ§Ć£o pode ser uma crĆ­tica, um pedido de esclarecimento, uma suspeita ou a solicitaĆ§Ć£o de uma vantagem adicional.

3. E como enfrentar cada uma delas?
Uma crĆ­tica deve ser aceita e pode servir de base para a reformulaĆ§Ć£o da proposta de negĆ³cio, de modo que o aspecto criticado seja apresentado de acordo com o ponto de vista do cliente. Quando o cliente pede mais esclarecimentos, suas dĆŗvidas devem ser esclarecidas de maneira satisfatĆ³ria para em seguida solicitar-se o fechamento. Uma suspeita demanda esclarecimentos mais amplos, seguidos da apresentaĆ§Ć£o de garantias e testemunhos capazes de resgatar a credibilidade da empresa, do vendedor, do produto ou serviƧo. Quando o cliente solicita uma vantagem adicional (desconto, prazo de entrega ou pagamento, extensĆ£o da garantia), tratando-se de algo razoĆ”vel dentro das margens de negociaĆ§Ć£o, a possĆ­vel concessĆ£o pode funcionar como ponte direta para o fechamento do negĆ³cio. Caso a solicitaĆ§Ć£o seja excessiva, o vendedor deve entrar no jogo com bom humor, negociando palmo a palmo as concessƵes possĆ­veis. Antes, porĆ©m, deve retomar a argumentaĆ§Ć£o sobre os diferenciais competitivos de sua proposta, justificando as condiƧƵes apresentadas de preƧo, prazos e garantia.

4. Existe objeĆ§Ć£o que nĆ£o pode ser respondida?
A Ćŗnica obsessĆ£o incontornĆ”vel Ć© o ?nĆ£o? absoluto, curto e grosso, sem justificativa. Havendo um motivo para a negativa, existe campo para negociar.

5. Como o vendedor pode identificar se Ć© objeĆ§Ć£o ou resistĆŖncia?
Muitas vezes a objeĆ§Ć£o apresentada pelo cliente serve apenas como desculpa para esconder outro motivo, mais profundo, que Ć© a verdadeira objeĆ§Ć£o. Fazendo algumas perguntas de verificaĆ§Ć£o, Ć© possĆ­vel chegar Ć  verdadeira objeĆ§Ć£o e entĆ£o apoiar-se nela para prosseguir a negociaĆ§Ć£o. Qualquer resistĆŖncia aparente Ć© uma forma disfarƧada de demonstrar interesse, pois, se nĆ£o houver interesse, o cliente nĆ£o perderĆ” tempo objetando.

6. Qual foi a objeĆ§Ć£o mais absurda que jĆ” teve conhecimento?
Nenhuma objeĆ§Ć£o Ć© absurda, pois sempre pode nos conduzir na direĆ§Ć£o do fechamento.

7. Ɖ correto o vendedor concordar com as objeƧƵes do cliente?
Quando o cliente tem razĆ£o em seus comentĆ”rios, deve-se concordar com o seu ponto de vista. O que nĆ£o impede o vendedor de apresentar outro ponto de vista, tambĆ©m lĆ³gico e bem fundamentado.

8. Por quĆŖ?
Criando um caminho de entendimento baseado no respeito ao ponto de vista do cliente, o vendedor conquista sua confianƧa e simpatia, trazendo a venda para um plano lĆ³gico de negociaĆ§Ć£o.

9. Como descobrir o que significa o ?estĆ” caro? do cliente?
O cliente pode fazer objeĆ§Ć£o ao preƧo por dois motivos: porque sua percepĆ§Ć£o de valor do objeto da negociaĆ§Ć£o ainda nĆ£o Ć© suficiente para justificar o preƧo, ou porque ele pretende encurralar o vendedor na discussĆ£o sobre o preƧo e desviar sua atenĆ§Ć£o de outros aspectos em jogo. Inicialmente o vendedor deve fugir da negociaĆ§Ć£o sobre preƧo, valorizando os diferenciais competitivos e explicitando ao cliente todas as vantagens (benefĆ­cios) que terĆ” com a aquisiĆ§Ć£o daquele produto ou serviƧo. TambĆ©m deve auxiliar o cliente a perceber tudo o que perderĆ” com a falta daquele produto ou serviƧo. A seguir, deve buscar facilidades de pagamento (parcelamento, prazo) que viabilizem o pagamento. Somente depois de aguƧar a percepĆ§Ć£o de valor do cliente e esgotar as alternativas de prazo e parcelamento, Ć© que o vendedor pode negociar descontos, fazendo deles a ponte para o fechamento da venda.

10. O que fazer para prevenir as objeƧƵes do cliente?
As objeƧƵes nĆ£o devem ser prevenidas nem evitadas, pois sĆ£o um caminho para o fechamento da venda. AtravĆ©s delas o cliente sente-se parte ativa da negociaĆ§Ć£o, envolvendo-se no processo e percebendo o real interesse do vendedor em atender suas necessidades.

11. Ɖ possĆ­vel diminuir a possibilidade de se deparar com uma objeĆ§Ć£o do cliente? Como?
Trilhando com seguranƧa os passos anteriores da venda ? preparaĆ§Ć£o, abordagem, identificaĆ§Ć£o das necessidades e apresentaĆ§Ć£o ? o vendedor avanƧarĆ” com seguranƧa para a etapa seguintes, evitando deparar-se com objeƧƵes Ć³bvias ou despropositadas. Depois de fazer uma boa apresentaĆ§Ć£o de uma boa proposta, que realmente atenda Ć s necessidades do cliente, o vendedor deverĆ” se deparar com objeƧƵes consistentes, reveladoras dos verdadeiros motivos do cliente para comprar ou nĆ£o comprar.

12. Ɖ correto o vendedor falar da objeĆ§Ć£o mesmo antes de o cliente a manifestar, e jĆ” apresentar uma resposta para ela?
Fazendo isso o vendedor perde uma boa oportunidade de envolver o cliente no processo da venda.

13. Isso pode acabar levantando uma ?lebre? que nĆ£o existia?
Ɖ bom que todas as lebres sejam levantadas antes do fechamento, para que a negociaĆ§Ć£o avance com seguranƧa e o cliente nĆ£o tenha dĆŗvidas na hora de tomar uma decisĆ£o.

14. Desconto resolve objeĆ§Ć£o ao preƧo?
Tratando-se de objeĆ§Ć£o ao preƧo, o desconto Ć© o Ćŗltimo recurso, a ser usado na hora do fechamento. Pode ocorrer de o cliente fazer objeĆ§Ć£o fundamentada a um aspecto do produto ou serviƧo que realmente nĆ£o tem soluĆ§Ć£o, um ponto fraco nĆ£o solucionado. Nesse caso a alternativa Ć© oferecer ao cliente alguma vantagem compensatĆ³ria, que pode ser um desconto ou outra vantagem qualquer.

15. Quando comeƧar e quando parar de usar esse recurso?
Baixar o preƧo deve ser sempre o Ćŗltimo recurso, a ser usado com extrema parcimĆ“nia, caso contrĆ”rio as margens serĆ£o corroĆ­das.

16. Que outros recursos podem ser utilizados?
Ā· Valorizar o que o cliente perderia por nĆ£o comprar e o que ele ganharĆ” com a compra.
Ā· Enfatizar aspectos tangĆ­veis para serviƧos e intangĆ­veis para produtos.
Ā· Estimular a percepĆ§Ć£o de valor do cliente sobre o objeto da negociaĆ§Ć£o.
Ā· Ajustar a proposta para atender melhor as necessidades do cliente.
Ā· Negociar prazos e parcelamentos.
Ā· Valorizar o pĆ³s-venda.

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