Faça o que eu digo, mas…

…não faça o que eu faço. O dito popular é cada vez mais apropriado para um segmento que ensina mas não faz: as escolas, principalmente universitárias. …não faça o que eu faço. O dito popular é cada vez mais apropriado para um segmento que ensina mas não faz: as escolas, principalmente universitárias. Poucas ainda possuem nos seus organogramas o setor de marketing, onde são definidas as campanhas de comunicação (quase sempre a mesmice de out door, rádio, tv, etc), porém alguém já viu alguma ter o setor de vendas? Ou não é necessário? E as áreas de atendimento? Já perceberam como é tratado um provável estudante que chega para comprar um curso de R$ 24 000,00 (quatro anos com mensalidade de 500,00)?
Geralmente em pé, no balcão, sem qualquer conforto.

Curiosos são os números: temos 3 milhões de estudantes universitários os quais representam 8% daqueles que concluíram segundo grau, ou seja, existe um contingente de 37 milhões fora das salas de aula. Como não estão estudando em razão do alto custo do serviço, seria previsível numa empresa comercial a readequação dos valores, visto existir uma demanda excelente e como conseqüência a perspectiva imediata de mais vendas. No ensino nada fazem.

Como paradoxo, as 1 400 faculdades possuem 300 mil vagas ociosas, ou seja, mais oferta que procura e não há movimento organizado para preenchê-las (ou não sabe como fazê-lo). Já imaginaram o que aconteceria na Ambev, se mercado estivesse sob forte demanda e não estivesse vendendo na quantidade necessária devido ao alto custo do produto e os que foram vendidos para rede distribuidora estivessem encalhados? Com certeza atitudes urgentes seriam tomadas e de imediato as respostas viriam da área comercial, através da diretoria e/ou gerência de vendas, caso os mesmos ainda estivessem lá para justificativas, pois num cenário como esse é provável estarem todos demitidos por absoluta incompetência. No entanto onde estão os profissionais de dessa área nas escolas? Quem faz esse papel (e mal) é o setor de marketing, que utiliza um receituário de 20 anos (tínhamos um quarto das escolas atuais ) para fazer as divulgações e captações de alunos. Ignoram por completo ações modernas e atuais( ensinadas em sala) como a formação de uma base de dados de alunos e ex alunos (marketing direto), e quando o fazem, raramente é captado um familiar, quase nunca se vê uma campanha de indicação, em poucas oportunidades ações de relacionamento e o aluno quando deixa a escola passa a ser ignorado como propspect para novos cursos e serviços. Ou será que ensino não pode e/ou precisa ser vendido?
Além da venda são mínimas as iniciativas para se manter o aluno (é comum entrarem 40 e formarem 8/10). Além de não vender, pouco relacionar, nada para manter, também não sabem cobrar (apesar da legislação complicada) pois temos casos de inadimplência em torno de 30% sem iniciativas organizadas para reduzir esse índice.

Nesse contexto nunca foi tão atual o título dessa matéria, pois escolas ensinam para alunos como fazer, têm em seus quadros professores brilhantes, de renomada capacidade gerencial, mas cuja expertise nunca é aproveitada para a gerenciamento efetivo do negócio ensino. Podemos dessa forma concluir que as direções dessas empresas entendem de ensino, mas quase nada de administrar a parte comercial do negócio. Venda Mais neles.

Conteúdos Relacionados

Pin It on Pinterest

Rolar para cima