Firme seus valores!

Você é uma pessoa em quem se pode confiar? Quer esteja sozinho ou em grupo…? Se é uma pessoa que mantém a sua palavra fiel às suas convicções há quem diga que pode ser uma espécie em extinção. Você é uma pessoa em quem se pode confiar? Quer esteja sozinho ou em grupo…? Se é uma pessoa que mantém a sua palavra fiel às suas convicções há quem diga que pode ser uma espécie em extinção. São tantos os maus exemplos nos noticiários, que a sensação é de que a ética, assim como os valores morais, estão desaparecendo das relações, sejam pessoais ou profissionais.

Os gregos entendiam que os juízos sobre o bem comum, a verdade, a justiça eram ditados pela consciência moral (individual), mas decidido de maneira livre e racional em praça pública, na pólis. Com certeza isto é última coisa que acontece no Brasil atualmente. Os governantes estão administrando os bens públicos como se fossem pessoais, usando em negociatas e em troca de favores. Numa completa obscuridade de suas ações.

Na mais recente crise política que vivemos, a mentira, por exemplo, parece não causar o mínimo de constrangimento. José Dirceu, ex-ministro, dizia que se encontrava com Marcus Valério somente em eventos sociais ? até que sua agenda na Casa Civil mostrou o contrário. José Genoíno, ex-presidente do PT, negou conhecer o empréstimo feito ao partido pelo banco BMG com o aval de Marcos Valério. Depois, quando apareceu o documento com sua assinatura, teve que volta atrás. O próprio presidente Lula afirma sua isenção em negociatas. Apesar disso, o ex-líder do PL, Waldemar da Costa Neto confessou ter recebido R$10 milhões em troca do apoio à candidatura petista, durante uma reunião no apartamento do deputado Paulo Rocha, do PT, afirmando que Lula estava presente. O próprio Paulo Rocha confirmou a presença do presidente…

Como precisamos firmar nossos valores nos dias de hoje e não nos deixar levar pela maré da falta de integridade! Charles Swindoll, em Firme seus Valores (Ed. Betânia). Nele, o autor trata justamente da importância de investirmos na integridade pessoal.

Para Swindoll, há dois testes eficazes e reveladores sobre nossa integridade. Um é o teste da adversidade: uma prova que verifica nossa estabilidade ? isto é, nossa capacidade de suportar as dificuldades, de sobreviver a elas. O outro é o da prosperidade: capaz de revelar a verdadeira realidade de nossos sistemas de valores básicos.

O autor, que apresenta vários conceitos para uma vida íntegra, acrescenta: ?precisamos de alças firmes e sólidas que nos ajudarão a manobrar a vida de um modo significativo. O que precisamos hoje é algo em que possamos nos agarrar ? verdades confiáveis, críveis, que tenham sentido para a geração atual: princípios básicos para um mundo desgovernado?.

Uma das propostas de Swindoll é que se alguém quiser ser uma pessoa íntegra, tem que começar a trabalhar bem no fundo de seu ser. Principia pela atitude. Segundo ele, é muito fácil colocar uma ?máscara? e dar a impressão de nossa atitude é boa quando não é. Por isso, ele sugere um auto-exame, como primeiro passo.

?Você está com bisturi… Agora o auto-exame é com você. Um lembrete: só você poder realizar essa cirurgia…Ninguém mais tem condições de conhecer a verdade. Você pode até encobrir os fatos, torcer as coisas em sua mente, racionalizar, ignorar,… e ninguém vai saber de nada, – só você. Mas, se quiser mesmo segurar firme a integridade terá que acertar as contas com toda a verdade dos fatos…?

Ele relata também a impressionante história de Dr. Victor Frankl, um corajoso judeu que esteve preso durante a Segunda Guerra Mundial, sofreu muitas indignações e humilhações às mãos dos nazistas, durante vários anos, antes de ser liberto.

Logo no início de sua tribulação, ele foi levado a um tribunal da Gestapo. Seus algozes o haviam afastado do lar e da família, roubando suas posses, sua liberdade. Rasparam-lhe a cabeça tiraram-lhe sua roupas, roubaram-lhe seu relógio e sua aliança. E lá estava ele, diante do alto comando alemão sendo interrogado, sob luzes fortíssimas e acusações falsas. Achava-se totalmente desamparado; era um joguete nas mão de homens brutais , preconceituosos e cruéis. Ele não tinha nada. Não! Isso não era verdade. De repente, ele compreendeu que havia uma coisa que ninguém poderia tirar dele, só uma. Sabe o que é?

O Dr. Frankl compreendeu que ele ainda tinha o poder de escolher a atitude que iria adotar. Não importava o que os outros pudessem fazer com ele; não importava o que futuro lhe reservasse, a escolha da atitude era dele. Ódio ou esperança. Ele escolheu uma atitude de firmeza em relação à integridade, resolveu não se contaminar com a perversidade que conheceu tão de perto.

Desta forma, pode-se compreender que apesar do maus exemplos, um atitude firme manterá o caráter de uma pessoa impecável. Decidindo sobre qual direção tomar, uma pessoa dará à sua vida um caminho digno ou deplorável.

Manter a honestidade das ações diante de assuntos como finanças, carreira, família, amigos, negócios , por exemplo, sempre será a opção mais nobre. O resultado será uma imagem e uma consciência interior preservada e honrada.

Ética nos negócios

De acordo com Costacurta Junqueira, vice-presidente do Instituto MCV, em seu trabalho de Considerações Sobre a Ética, no Brasil, um código de ética é particularmente importante, pois a confiança do público, em geral, nas instituições públicas e privadas é muito pequena. ?A ética é um instrumento de geração de confiança; portanto, geradora de novos negócios?. Veja as suas considerações sobre o assunto:

Alguns indicadores da empresa que têm problemas de ética:

    · Posterga deliberadamente pagamentos, fazendo pagamentos errados, fornecendo datas e não cumprindo etc.
    · Vende o que não tem ou o que não pode entregar
    · Tem apenas preocupação com sua necessidade de vender, não se preocupando em saber do cliente o que ele tem necessidade de comprar
    · Sempre se lembra das pessoas de fora na hora de preencher qualquer posição, não se importando em procurar, primeiro, identificar internamente se há alguém para aquela posição.
    · Embeleza balanços e demonstrativos financeiros etc. etc.

Ser ético nos negócios significa:

    · A necessidade de obedecer regras relativas à ocupação territorial, costumes e expectativas da comunidade, princípios de moralidade, políticas da organização, atender à necessidade de todos por um tratamento adequado e justo
    ·Entender como os produtos e serviços de uma organização e as ações de seus membros podem afetar seus empregados, a comunidade e a sociedade como um todo (positiva ou negativamente)

Já, sobre os erros éticos mais comuns nas relações dos colaboradores com seus superiores estão: mentir sobre as atividades que administradas; culpar o superior por erros pessoais ou dos subordinados e divulgar informações pessoais ou confidenciais para seu par, empregados, gerentes seniores, clientes competidores, público em geral.

Mas Junqueira também acrescenta que não reportar desempenho inferior às metas estabelecidas ou algo referente a roubos ou utilização inadequada de algo que é propriedade da empresa também é prática enganosa conhecida. Além de dos fatos de o funcionário não atender a queixas e reclamações, encobrir acidentes no trabalho ou problemas relativos à saúde ou segurança dos empregados e usar idéias de empregados como se fossem suas.

Experiência

Quando Justin Herald tinha 25 anos decidiu iniciar um negócio próprio. Trabalhou duro e com muita determinação. Muitos anos depois, a sua Attitude Inc. tornou-se uma empresa que fatura milhões de dólares. Hoje, ele não se dedica mais a sua administração diária e preenche seu tempo apresentando palestras.

Mas o maior desafio para Herald foi lidar com a falta de ética no mundo dos negócios. Quando estava no segundo ano de vida, sua empresa começou a conquistar o reconhecimento da mídia local. E pelos anos seguintes as coisas andaram muito bem.

Até que um dia, um ?empresário? chegou a sua casa e, após uma hora e meia de conversa, convidou-o para visitar o seu escritório a fim de que pudesse lhe fazer uma ?proposta de negócios?. ?Eu era inexperiente no que se referia a negócios; eu era só um cara que vendia camisetas e que se divertia muito com a atividade?. Herald foi ao tal escritório e ouviu que aquelas pessoas viam ?um grande potencial? na sua marca, perguntando se ele consideraria um ?empreendimento em conjunto?.

O negócio foi feito e os ?sócios? passaram a utilizar a empresa Attitude Inc. a fim de promover seus produtos. Herald começou a pagar um preço elevado por isso.

Cansado de ser roubado, aconselhou-se com um outro grande executivo que o orientou a deixar a parceria o mais rápido possível. No dia seguinte, ele rompeu a parceria, mas foi ameaçado com um processo. ?Fiquei preocupado, pois se tratava de uma grande empresa. Eles tinham (e me avisaram do fato) recursos para financiar um processo longo contra mim e me arruinar, queriam o controle da minha empresa e até diziam que a seus clientes que eram donos da Attitude?.

Herald lutou com as armas legais disponíveis, mas, no final, o processo não se estendeu muito tempo, pois seus oponentes desistiram do processo. ?Eles sabiam que estavam errados do ponto de vista ético e legal. Teria sido mais fácil em determinado momento, começar a agir como eles. Eu poderia ter usado de má-fé e desonestidade, mas somente teria provado ser igual a eles?.

?Aprendi uma lição muito valiosa sobre a ética das pessoas, que me acompanhará para sempre. Não há desculpas para baixar padrões e comportamento ético a fim de provar que se está certo. Hoje possuo uma empresa que nunca deixou de se fortalecer. Os sócios envolvidos se separaram para ?iniciar o próprio negócio? com pouco ou nenhum sucesso?.

Ele finaliza questionando que às vezes você está certo do ponto de vista técnico e, até, legal, mas e moralmente? Segundo Herald, alcançar as metas por meio de um comportamento antiético irá proporcionar nada mais do que uma sensação vazia de realização. Sua história está contada na íntegra no livro Atitude!2 (ed. Fundamento).

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