Fogo amigo: trabalhando com o inimigo

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Os furtos praticados por empregados no varejo certamente não constituem um tema muito simpático para ser tratado, mas deve ser encarado, sem generalizar e de uma maneira clara e objetiva. Por que será que mais e mais empresas se dedicam a estudar formas de evitar perdas nos seus negócios? Ora, é porque de nada adianta todo o esforço pela venda e pelo lucro se deixarmos o dinheiro ir embora através de perdas excessivas, quer seja por roubo, furto ou descarte de mercadorias danificadas ou com data de validade vencida – em muitos casos, bem na nossa frente. Parece óbvio? Mas não é. Infelizmente essa preocupação não é de todos.

Este assunto ganha importância em segmentos ou em conjunturas em que há estagnação nas vendas ou quando a lucratividade começa a cair. Com o objetivo de maximizar o retorno, precisam ser avaliados todos os aspectos da operação. O controle de perdas é um deles. Trataremos aqui de um assunto que é uma infeliz realidade: furtos praticados por empregados no varejo. Certamente não é um tema muito simpático para ser tratado, mas vamos a ele, sem generalizar e de uma maneira clara e objetiva.

Podemos fazer um paralelo entre a falta de pontaria da artilharia aliada e alguns empregados da equipe. Em tempos de guerra escuta-se falar muito sobre o fogo amigo, que resumidamente é: quem deveria estar ao seu lado, ajudando-o, torna-se o principal responsável por pesadas baixas e, em alguns casos, pela sua derrota. No nosso caso, pode significar o fracasso do negócio.

O furto, por parte dos empregados, representa, indiscutivelmente, uma questão de má índole e a melhor maneira de evitá-lo é a correta seleção de funcionários. Contudo, como rotineiramente as escolhas não são feitas com o devido cuidado, aparecem os problemas. Observa-se o furto, com uma freqüência maior, em empregos mal remunerados que proporcionam baixo status social, com excessiva carga de trabalho e em condições de insatisfação com a chefia ou com a empresa. A situação se torna ainda mais propícia ao ato quando o empregado não vislumbra perspectivas de crescimento profissional e tem acesso fácil a mercadorias e dinheiro.

Por que furtam? Pense nas guerras: podem ser motivadas por razões territoriais, religiosas, políticas ou econômicas Ou seja, há várias causas. No caso de furto praticado por empregado, é possível até que não haja realmente um motivo principal, mas um conjunto de motivações que podem incluir dívidas acima do que o salário comporta, o simples desejo de correr riscos e, em alguns casos, a percepção do furto como uma forma de vingança ou como compensação por uma suposta exploração ou maus-tratos sofridos. Se a sua empresa ou você forem do tipo carrasco, preocupe-se bastante!

Agrava o problema uma possível sensação de impunidade, quer pela falta de controle por parte da empresa que dá ao empregado a certeza de que não será descoberto, quer pelo fato de achar que se for pego, o assunto não será levado à esfera policial. Está pensando na sua empresa? Este é objetivo. Vamos em frente.

O que fazer? Aja preventivamente; implante sistemas de segurança (como circuito interno de TV); institua procedimentos de controle no recebimento de mercadorias e na passagem de turno; defina o responsável por cada tarefa; dedique atenção especial aos produtos de maior valor e com menor tamanho (estes são os alvos principais) e, eventualmente, verifique se é lixo o que está indo para o lixo ou o que já foi jogado fora.

Quanto ao dinheiro, existem sinais que indicam a possibilidade de estar havendo alguma coisa errada, como, por exemplo, quando se observa que o empregado não registra a venda; que há vários cancelamentos de cupons em determinado período de tempo; que se registra a menos e que o funcionário permanece trabalhando com a gaveta aberta ou não entrega o comprovante de compra.

A presença diária ou eventual, em inspeções de surpresa, do dono ou do gerente, no fechamento de turnos ou do dia é muito importante, pois permite verificar a existência de outros indicativos suspeitos, como sobra de dinheiro no caixa. Isto pode indicar registro de venda a menor ou não registro e que o empregado esperava o momento certo para pegar o dinheiro, sendo que, por algum motivo, não conseguiu colocá-lo no bolso.

Fazer inventários com regularidade também é muito importante. Desconfie, ou pelo menos considere estranho, se houver falta de produtos com grande controle por parte dos empregados, como aqueles em áreas do checkout, onde é muito difícil o furto por parte de clientes.

O que fazer? Seguem algumas dicas:

1. Esclareça bem a política sobre demissões por justa causa para os empregados envolvidos em irregularidades.
2. Defina apenas um responsável, por caixa, em cada turno.
3. Estabeleça um valor máximo de dinheiro e o maior valor de face das notas que podem permanecer na gaveta do caixa.

Há várias medidas a serem tomadas. O que precisa ficar claro é que a sobrevivência do negócio também depende de atitudes preventivas. Caso contrário, um míssil scud ou tomahawk pode cair de surpresa na sua cabeça.

Vale lembrar que aqui relatamos alguns sinais que devem ser observados. Cada caso deve ser analisado antes de uma reação extremada. Lembre-se sempre: a chave para evitar transtornos, como os relatados, é a correta escolha de quem vai lutar na trincheira junto com você, e não contra você. Vamos deixar o fogo amigo para as guerras de verdade.

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