Lembro como se fosse hoje: estávamos – meus pais, meus irmãos e eu – visitando o Instituto Butantan, em São Paulo. Uma bióloga nos acompanhava no tour e no caminho ia nos mostrando as cobras que tinha lá. “Esta é uma cascavel, esta uma jararaca, esta uma cobra coral, esta é uma coral-falsa (igualzinha à coral, só que não é venenosa)”, ela dizia.
A certo ponto nos deparamos com uma cobra bem grande – que não lembro como se chamava – e que estava passando por um momento diferente, chamando minha atenção: ela estava trocando de pele. Perguntei para a bióloga se ela estava doente. Ela riu e respondeu: “Não, ela não está doente. Pelo contrário. Está bem saudável – e crescendo. Algumas cobras precisam trocar de pele quando crescem. Aí acontece isso: elas vão se roçando nas pedras, tirando a pele antiga para permitir que a pele nova, maior, cresça”.
Fiquei com aquilo na cabeça – que muitas vezes você precisa “trocar de pele” para crescer.
Sinto que a mesma coisa acontece nas nossas vidas. Temos ciclos, períodos claros que começam e terminam para que um ciclo novo possa acontecer.
Nessas horas alguma coisa começa a incomodar. Você não sabe bem o que é; só sabe que não está 100% feliz ou realizado, que as coisas não estão exatamente como deveriam estar e que alguma coisa precisa mudar. Basicamente, é você mesmo que precisa mudar!
Artistas chamam isso de “fases” ou “períodos”. Você pega as pinturas de Picasso, por exemplo, e consegue identificar nitidamente os diferentes períodos da vida dele. A escolha dos temas, das cores, das formas foi mudando em cada uma das fases do trabalho dele.
Na prática, o artista reflete no seu trabalho as mudanças pelas quais passa em sua vida. Para fazer isso, precisa respeitar e honrar o passado que o trouxe até aqui, e, ao mesmo tempo, de certa forma romper com esse passado para evoluir.
Já aconteceu isso na sua vida, pessoal ou profissional? Imagino que sim. Olhando para trás, temos sempre um misto de sentimentos em relação a essas fases. Era você mesmo? Era outra pessoa?
É como ver uma foto sua de anos atrás. Você sabe que é você. Por outro lado, não é mais, pois você agora é outra pessoa. Uma pessoa que passou por muitas coisas, trocou de pele, sofreu, chorou, riu, cresceu, ganhou, perdeu, ajudou, foi ajudado, teve esperança, teve frustrações, sonhou, realizou, conseguiu muita coisa e viu o quanto ainda tem para fazer.
Alguns especialistas no assunto dizem que os ciclos são feitos de 10 anos. Outros defendem que são de sete anos. Seja qual for a duração do ciclo, para mim é certo que existem. Como ondas no seu calendário (o calendário e a agenda são quadradinhos; nossa vida é de altos e baixos como as ondas).
A questão toda é entender e aceitar as mudanças como algo positivo, naquele mindset que eu sempre cito, do Kaizen: hoje melhor do que ontem, amanhã melhor do que hoje.
Como não poderia deixar de ser, a mesma coisa acontece aqui na VendaMais. A cada três ou quatro anos, revisamos tudo que estamos fazendo e perguntamos: “Estamos ajudando de verdade? Estamos cumprindo nossa missão de ajudar empresas e vendedores do Brasil a venderem mais e melhor?” E fazemos os ajustes necessários.
Quando a VendaMais surgiu, não existia e-mail, smartphone, CRM, big data, YouTube, Facebook, Snapchat, Instagram, LinkedIn, WhatsApp. Hoje, precisamos adaptar nossa linguagem e técnicas às ferramentas existentes. O jeito das pessoas lerem, estudarem, procurarem informações mudou. Tudo é mais focado, mais dirigido, mais direto. Conteúdo + experiência fazem toda a diferença.
Você notará uma VendaMais mais focada, mais leve e mais prática nas novas edições. Ao mesmo tempo, verá que temos cada vez mais opções para você se aprofundar nos assuntos que quiser pesquisar (basta acessar o site da VendaMais – www.vendamais.com.br – e ver todos os artigos, entrevistas, e-books e vídeos que temos sobre qualquer assunto ligado a vendas).
Dê uma olhada no novo formato da revista, veja o que acha e me mande suas opiniões. Estamos aqui para ajudar você (e sua equipe de vendas, caso seja o gestor) a vender cada vez mais e melhor. Fazemos isso desde 1994 e queremos continuar melhorando junto com você. Seu feedback é fundamental nesse processo.
Assim, eu teria quatro grandes perguntas para lhe fazer ao final deste editorial:
- Quais você acredita serem as principais qualidades da VendaMais?
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Como sempre, deixo meu e-mail pessoal para você mandar suas respostas e comentários: raul@vendamais.com.br.
Abraços de um apaixonado por vendas tentando sempre melhorar e ajudar você a vender mais e melhor,