O fim de um ciclo é sempre o começo de um novo

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Demorei muito para entender os ciclos da vida. E confesso que ainda luto com isso.

Depois do dia vem a noite.

Luz e escuridão.

Marés sobem e descem, influenciadas por luas novas, crescentes, cheias, minguantes.

Primavera, verão, outono, inverno.

Seca. Chuva. Seca de novo. Aí chove.

Economia tem fases de crescimento e expansão, depois contração e recessão.

Guerra, paz.

Moral e costumes abrem e ficam mais soltos, aí parece que pode tudo. Depois fecha e fica mais restrito, e parece que não pode nada.

Pessoas também têm ciclos. Projetos têm ciclos. Relacionamentos têm ciclos.

Alguns ciclos são muito mais longos do que outros. Esses têm até miniciclos dentro de um macrociclo.

Outros ciclos são curtos e rápidos, tudo acontece ali, de maneira concentrada. É um miniciclo.

Escola, faculdade, primeiro emprego, carreira. Microciclos dentro de um macrociclo, cada ciclo com sua própria dinâmica e história.

Um casamento é para ser um macrociclo construído em ‘n’ miniciclos.

Quando um padre fala “na riqueza e na pobreza, na saúde e na doença…”, está falando de ciclos.

Uma ficada é um miniciclo que pode virar um macrociclo, em que os ciclos se alinharam e se encontraram.

Alguns ciclos são intensos, outros dolorosos, outros alegres, outros tristes.

Alguns ciclos trazem lições que vão durar e nos marcam para sempre. Outros são sinais de alerta.

Alguns são por descuido. Outros foram por acaso. Alguns nem notamos que aconteceram.

A maioria dos ciclos, no entanto, é por escolhas que fizemos (ou deixamos de fazer).

Quando você lê um livro novamente, depois de ter lido anos atrás, fica surpreso com o que sublinhou naquela época. Hoje você sublinharia trechos completamente diferentes, que na primeira leitura passaram desapercebidos ou pareciam irrelevantes.

O livro é o mesmo. Você, a pessoa lendo, não é. O ciclo é outro.

Sou extremamente grato ao ciclo que a VendaMais proporcionou, desde pessoas e lugares que conheci até o crescimento que me forçou a ter em tantas áreas e sentidos que não tenho como expressar com a força e a importância que merecem.

Viajo muito, a trabalho ou por lazer, e é comum chegarmos a hotéis que, claramente, estão em alguma fase do seu ciclo. Alguns são imponentes, mas velhos e descuidados. Alguns estão novos e reluzentes. Alguns são normais – mais um hotel que você vai esquecer totalmente.

Pessoas, livros, comidas, lugares… todos têm seu ciclo. Revistas em papel têm seu ciclo também.

Nós temos o nosso, e um dia ele acaba. Só reforça minha crença de que cada dia é uma dádiva, uma oportunidade que nos foi dada. Mesmo em momentos de melancolia e depressão (ou, talvez, PRINCIPALMENTE nesses momentos), precisamos lembrar das fases e dos ciclos.

Quando vou descartar algo que usei durante muito tempo, tenho há anos o hábito de fazer o que chamo de ‘enterro simbólico’. Um par de tênis, por exemplo. Uma bermuda velha, furada (são as melhores!). Uma raquete que rachou. Faço sempre a mesma coisa, seja para doar, seja para descartar: pego o objeto nas mãos, agradeço e deixo-o ir para sua próxima etapa.

Pois tudo tem sua próxima etapa. Foi uma das minhas principais lições ao aprender ao lidar com ciclos: podemos pensar no ciclo que se acaba ou podemos pensar no outro ciclo que está iniciando.

Uma porta se fecha, abre outra. Em qual vamos focar é decisão nossa.

Esta é a última edição impressa da VendaMais. É, para mim, um dos ciclos mais importantes da minha vida. Melhor ainda: foi um dos ciclos (note como a diferença na conjugação de verbos mostra que ainda não existe o desapego ou a aceitação total – ainda falo na VM no presente… mas se o ciclo realmente terminou, então é pretérito).

VM impressa foi um marco na história das Vendas no Brasil e me marcou, pessoalmente e profissionalmente, para sempre. Não existia nada parecido no país na época em que publicamos a primeira edição. Não sei se existirá no futuro.

Uma vez li uma entrevista do Keith Richards, guitarrista do Rolling Stones, em que ele falava que a banda havia virado uma banda cover deles mesmos. Ou seja, só se repetiam. A gente olha de fora e acha que a pessoa está bem e feliz, mas ela, ao contrário, está profundamente infeliz, presa no ciclo da repetição eterna do mesmo.

Lição importante aqui: ciclos dos outros não são os nossos. Não podemos projetar como seria estarmos no ciclo da outra pessoa. Não é nosso ciclo, não sabemos tudo que veio antes, não sabemos o que ela carrega, não sabemos o que exige, não sabemos que custo teve, não sabemos o que vem depois.

Um filme que retrata essa questão de ficar preso no ciclo é O Feitiço do Tempo, em que o personagem interpretado por Bill Murray fica preso no mesmo dia. Acorda todos os dias no mesmo dia. Aquilo é um inferno. É uma prisão.

Outra lição importante aqui: ciclos que não acabam aprisionam.

Não queremos isso. Ciclos são importantes. Finais de ciclo são ainda mais importantes, pois eles permitem a renovação.

Acredito que ciclos têm, inclusive, uma sequência que não é aleatória. A sequência tem uma lógica.

Cada ciclo tem uma função. Um novo ciclo vem para ensinar e desenvolver algo que não aprendemos ainda. Algo que nos obriga a crescer, a nos tirar da zona de conforto, a RENOVAR.

É comum fazermos viagens em família em que minha mãe nos acompanha. Na hora de nos despedirmos ao final da viagem, é comum ela chorar e falar “que pena que acabou!”.

Eu sempre respondo a mesma coisa: “Mãe, FOCO. Que bom que conseguimos estar juntos, que bom que estava uma delícia e que bom que aproveitamos. E que bom que acabou, pois assim podemos fazer outra”.

Então, quando um ciclo acaba, a gente aprende, agradece, fecha essa porta e abre a próxima. Porque é ali que vem a próxima lição, o próximo desafio, a próxima recompensa. Ficar preso no ciclo antigo não permite que você evolua.

Esta é a última VM impressa. Agradeço.

Vejo hoje como um ciclo menor dentro de algo muito maior. A revista termina, mas a missão e os relacionamentos continuam, e é isso que realmente interessa.

Finalizo citando Gabriel O Pensador: Seja você mesmo, mas não seja sempre o mesmo.

Rumo ao próximo ciclo. O que será que nos espera? Rumo às novas aventuras e aos novos desafios. Vamos juntos?

Abraço, $uce$$o, obrigado,

Raul Candeloro
Diretor
VendaMais
raul@vendamais.com.br

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