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Recentemente, passei quase dez dias no Vale do Silício (EUA) visitando empresas que cresceram muito em pouco tempo. Conheci negócios que tiveram muita tração pela disrupção, pela inovação, pela resolução de problemas para a vida da sociedade em geral, e assim por diante.

Não fui atrás apenas de histórias de organizações como Uber, Netflix e Salesforce, que são muito conhecidas, visitei também aceleradoras que promovem encontros de empreendedores num mesmo espaço físico, que são aglutinadoras de competências compartilhadas entre pequenos empreendedores que se favorecem do know-how de quem já atua e investe num determinado segmento. Isso, para mim, foi ver o futuro de perto!

Um exemplo claro é a aceleradora TechStars, que desenvolve empresas ligadas à área de saúde e está estabelecida no maior complexo hospitalar da Califórnia (o Cedars-Sinai). Lá, aprendi que errar, quebrar um negócio, não é um fracasso, mas uma etapa do sucesso. Isso é cultural!

Muita gente confunde aceleradora com encubadora. Uma aceleradora não ajuda uma empresa júnior. Ela desenvolve sinergia entre áreas de apoio a um projeto iniciante (startup) que já tenha um plano de negócio validado por um grupo investidor, e oferece ambientes completos para o desempenho dessa startup – como sede física e profissionais especialistas em administração, finanças, marketing e até mesmo vendas. No Brasil, a Google Campus faz isso ao investir em alguns negócios e oferecer espaços de coworking.

A verdade é que quando a gente vê o futuro de perto, nota que a disparidade entre o que conhecemos e o que está sendo praticado nos maiores centros de tecnologia do planeta é gigantesca. Transportando essa evolução para as pessoas e para o papel importante que elas desempenham nas empresas, fica ainda mais complicado decifrar quais são as competências que precisaremos ter para estar na dianteira daqui para frente.

Há 20 anos, por exemplo, tecnologias como smartphones, GPS, drones, totens de compra, big data, internet das coisas, aplicativos e afins engatinhavam – ou ainda estavam apenas no campo das ideias. A internet era uma mera tendência. Hoje, é ela que garante sobrevivência de todos os negócios. Os dias são outros. Vivemos uma realidade em que o patrimônio humano das corporações voltou a ser importante.

Um exemplo é o caso do empresário Nizan Guanaes, que voltou à DM9DDB depois de 17 anos para vestir as “chinelas da humildade” (como ele mesmo colocou no vídeo que transmitiu pelo Facebook*), porque a gigante e premiada agência de publicidade precisava mudar seu foco, ou perderia “tração” diante do novo mundo on-line. Apesar disso, em seu discurso inaugural de retorno, Guanaes enfatizou que são as pessoas e suas mentes criativas que mudarão o contexto de um negócio, que isso não pode ser “comoditizado”, como tudo é hoje em dia. Ou seja, mesmo com a quarta revolução tecnológica em pleno vapor, nunca se falou tanto em pessoas! Afinal, inovação demanda criatividade. Fazer diferente requer pensar além da loja, do escritório, da indústria. O cliente é o eixo do sucesso, a unidade de lucro mais relevante para seu posicionamento.

A Riot Games, criadora do League of Legends, game mais jogado do mundo, é um bom exemplo de empresa que sabe unir tecnologia e pessoas. Com 103 milhões de usuários (clientes) em todo o mundo, estima-se que a empresa fature 10 bilhões de dólares por ano com a venda de acessórios referentes ao jogo, como skins, playlists, avatares etc. Fãs espalhados pelo planeta nunca se arrependem de gastar com a compra de itens para seu personagem no jogo. Segundo Leão Carvalho, brasileiro que é gerente de marca da companhia e que me recebeu em minha visita por lá, o cliente sempre sente que pagou pouco pelo quanto recebe da Riot. Isso acontece porque a empresa pensa como o cliente – afinal há mais de mil pessoas envolvidas em viver o jogo, desenhar soluções e apresentar opções criativas para encantar o usuário.

E no Vale do Silício, a Riot não segue sozinha nesse caminho. O conceito de “valor” de outras nove empresas que visitei por lá se assemelha ao da Riot. Para eles produtividade não tem a ver com pressão ou liderança autoritária. É uma questão de compromisso de cada colaborador – especialmente para com o cliente ou usuário do produto. As pessoas são livres em termos de horários, trabalham com metas bem-definidas, aprendem desde muito jovens o modelo negócio em que a cultura e o ambiente são de extrema cooperação e liberdade de expressão. Empresas leves, sem a rigidez dos escritórios e dos modelos burocráticos tradicionais e que crescem vertiginosamente ano após ano. Portanto, o segredo do sucesso está no intraempreendedorismo, em que as pessoas se sentem donas do negócio, participam da construção de ideias e se satisfazem do ambiente de coletividade.

O que mais me marcou é que a visão que se tem lá é de que você não será um perdedor se sua empresa quebrar. Perdedor é quem limita suas crenças, suas metas, seus talentos por não se colocar a serviço da trilha de amadurecimento de um projeto ou ideia. Pense nisso!

*Você pode assistir ao vídeo acessando http://bit.ly/Nizan-DM9.

Em breve lançarei o e-book Sillicon Valley Experience, em que falo sobre tudo que aprendi nas visitas técnicas a empresas como Apple, Google, Riot Games, Salesforce, Netflix, Uber, Cedars-Sinai, Techstars, Yelp, Stanford University e muitas outras. Se tiver interesse nesse material, escreva para marcelo@marceloortega.com.br e diga: “Eu quero ter acesso ao e-book SV Experience.”


Marcelo Ortega é palestrante, especialista em aumentar a produtividade de equipes de vendas e a lucratividade de empresas. Autor de diversos livros, dentre estes o best-seller Inteligência em vendas.

Visite: marceloortega.com.br

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